Na China, Facebook terá mais que a grande muralha a enfrentar

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Reuters. Por Melanie Lee - Quando chegar à China, o Facebook terá que se considerar avisado. Conquistar a maior população de internautas do planeta pode parecer uma ambição evidente para o gigante das redes sociais, que vem alardeando seu crescimento internacional nos meses que antecedem uma oferta pública inicial de ações em valor de cinco bilhões de dólares, mas suas chances de sucesso serão ínfimas.

O Facebook anunciou na semana passada que estava considerando retornar à China, a segunda maior economia do planeta, depois de passar quase três anos bloqueado. Mas esse retorno provavelmente enfrentaria forte concorrência, interferências políticas e sucesso comercial limitado.

Poucas companhias estrangeiras de Internet se saíram bem na China. Google, eBay, Amazon.com, Yahoo e mais recentemente o Groupon são parte da lista de grandes companhias online que fracassaram em ganhar ímpeto no país de 1,3 bilhão de habitantes e rápido crescimento.

"É um pouco tarde para o Facebook", disse Elinor Leung, analista da CLSA, em Hong Kong, acrescentando que o mercado já estava saturado de rivais locais como a Sina, Renren, Kaixinwang001 e Tencent Holdings.

O Facebook lançou inicialmente sua interface em chinês em 2008, mas foi bloqueado por Pequim na metade de 2009, depois de tumultos na província de Xinjiang, oeste do país, que as autoridades alegaram terem sido facilitados pelo site de redes sociais.

"Será muito difícil para o Facebook introduzir algo que lhes permita diferenciar seus serviços da concorrência", disse Leung. Cerca de metade dos 500 milhões de internautas chineses utilizam sites de redes sociais, de acordo com dados que o governo do país divulgou em janeiro.

As companhias dominantes entre os sites chineses de redes sociais são a Renren e a Sina, que está tentando transformar o Weibo, um serviço de microblogs que conquistou alta popularidade, em uma rede social mais ampla.

Os sites locais floresceram e desenvolveram ecossistemas fechados, com seus próprios aplicativos, portais noticiosos, moedas de troca e opções de comércio eletrônico, o que dificultaria o ingresso do Facebook, dizem profissionais do setor.

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