Fusão nuclear produz recorde de energia em novo experimento

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Imagem: JET

Em uma recente conferência de imprensa, cientistas britânicos anunciaram a quebra de um recorde de geração de energia de fusão nuclear no experimento final do reator Joint European Torus (JET). Realizados no final do ano passado, os testes sustentaram uma reação que atingiu 69 megajoules de produção, usando apenas 0,2 miligramas de combustível, durante 5,2 segundos.

O recorde anterior de produção de energia era de 59 megajoules de energia térmica por 5 segundos, em 2021, também pertencia ao JET, que opera em Oxfordshire desde 1983. A instalação, criada por um consórcio de países europeus como um projeto para pesquisar a viabilidade da fusão nuclear, chegou a atingir 150 milhões de graus Celsius.

A fusão nuclear é o processo usado pelo Sol para gerar calor. Os pesquisadores esperam que o seu uso possa reverter futuramente as alterações climáticas, ao fornecer uma fonte de energia abundante, segura e limpa. A energia produzida durante os cinco segundos no teste de despedida do JET daria para abastecer 12 mil casas, segundo Mikhail Maslov, da Agência de Energia Atómica do Reino Unido (UKEA).

Como foram os momentos finais do reator de fusão nuclear?

O JET é um tokamak, design em forma de uma rosquinha que utiliza campos magnéticos poderosos para confinar plasma e obter hélio, principal produto da fusão nuclear solar. Para isso, o reator forja átomos de deutério e trítio como principal fonte de energia. No processo, poderosos eletroímãs geram campos magnéticos intensos para confinar o plasma aquecido a temperaturas extremas.

Os últimos experimentos tendo como combustível o deutério-trítio foram realizados no JET em outubro de 2023, mas outras atividades continuaram sendo desenvolvidas até dezembro, quando a máquina foi definitivamente desligada. No entanto, o processo de desativação ainda levará 16 anos.

O professor Juan Matthews, da Universidade de Manchester, no Reino Unido, explicou aos jornalistas que, mesmo durante essa desmontagem, o JET continuará produzindo alguns insights preciosos como, por exemplo, se o revestimento do reator se deteriorou através do contato com o plasma e, principalmente, se o valioso trítio (que custa R$ 188 mil por grama) pode ser reaproveitado.

ITER: o substituto do reator de fusão nuclear JET

O tokamak experimental de fusão nuclear ITER está sendo construído na França.O tokamak experimental de fusão nuclear ITER está sendo construído na França.Fonte:  Getty Images 

Para substituir o JET, está sendo construído na França, ao lado do centro de pesquisa Cadarache, o Reator Termonuclear Experimental Internacional (ITER). Os trabalhos já se encontram em fase de conclusão e os primeiros experimentos deverão começar em 2025. De acordo como o vice-chefe do projeto, Tim Luce, afirmou que o novo tokamak pretende aumentar a produção de energia para 500 megawatts, ou até 700.

Falando na conferência de imprensa, Luce defende as metas, conforme o que chama de "escala de usina". Ele defende uma elevação da "escala de tempo para pelo menos 300 segundos para o elevado poder e ganho de fusão, mas talvez até uma hora em termos de produção de energia".

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