Estudo com bioimpressão 3D pode ser a solução contra a calvície

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Imagem: Getty Images

Uma nova pesquisa promete trazer esperança para os calvos de todo o mundo. Apesar de já existirem diversos tipos de implantes capilares no mercado de estética, a solução definitiva para o problema que atinge mais de 40 milhões de pessoas no Brasil pode estar à caminho.

Isso porque cientistas do Instituto Politécnico Rensselaer, nos Estados Unidos, foram capazes de usar bioimpressão 3D para desenvolver estruturas semelhantes a folículos capilares em tecido de pele humana cultivado em laboratório. O estudo foi publicado na revista científica Science Advances.

O processo começa com o cultivo de amostras de células da pele e folículos. Após isso, elas são misturadas com proteínas especiais e outras substâncias para criar um material, conhecido como "bio tinta".

Perda de cabelo está entre as principais preocupações estéticas para os homens, que recorrem cada vez mais aos implantes. Perda de cabelo está entre as principais preocupações estéticas para os homens, que recorrem cada vez mais aos implantes. Fonte:  Getty Images 

O próximo passo é utilizar uma agulha bem fina na pele, criando estruturas para o crescimento dos folículos, camada por camada, como é feito em outros tipos de impressão 3D.

Eventualmente, as células da pele migram para os canais que circundam as células de cabelo, criando estruturas semelhantes a folículos capilares profundamente incrustadas na camada dérmica da pele.

Por enquanto, esses tecidos artificiais são capazes de durar apenas algumas semanas, não sendo aplicável para o desenvolvimento capilar adequado. Porém, os resultados são bastante animadores para os pesquisadores.

“A reconstrução dos folículos capilares usando células de origem humana tem sido historicamente um desafio. Alguns estudos demonstraram que, caso estas células fossem cultivadas num ambiente tridimensional, poderiam potencialmente originar novos folículos capilares ou hastes capilares. O nosso estudo baseia-se neste trabalho”, disse o Dr. Pankaj Karande, professor associado de engenharia química e biológica no Instituto Politécnico Rensselaer.

“Nosso trabalho é uma prova de que as estruturas dos folículos capilares podem ser criadas de forma altamente precisa e reproduzidas utilizando bioimpressão 3D. Esse tipo de processo automatizado é necessário para tornar possível a futura biofabricação de pele”, completou o pesquisador.

Um dos maiores desafios para o momento é a criação de um material que haja exatamente da mesma forma que um tecido de pele humana. Os folículos, em especial, são essenciais para a forma como funciona o nosso corpo, produzindo o suor, regulando a temperatura corporal e também ajudando na cicatrização. Eles também são importantes para a absorção de diversos medicamentos tópicos.

“No momento, os modelos de pele contemporâneos são bastante simples. Aumentar a sua complexidade, adicionando folículos capilares, nos daria ainda mais informações sobre como a pele interage com produtos tópicos”, disse a Dra. Carolina Catarino, autora do estudo.

Apesar destes desafios, a impressão 3D pode ser um grande aliado no combate à perda capilar nos próximos anos.

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