Depois que uma espaçonave da NASA conseguiu atingir um asteroide a 7 milhões de quilômetros da Terra, a grande questão para os cientistas passou a ser: até que ponto esses corpos celestes e metálicos são resistentes a impactos externos? Agora, uma observação feita pelo Telescópio Espacial Hubble mostrou novas imagens de Dimorphos, o asteroide alvo da Missão DART.
Em mais uma boa notícia para o nosso planeta, o veterano telescópio revelou que, além de sermos capazes de alterar a trajetória de um suposto asteroide ameaçador, esses objetos que orbitam o Sol não são tão resistentes quanto parecem. Isso porque as imagens capturadas pelo Hubble mostram grandes rochas desprendendo do asteroide após ele ter sido atingido.
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De acordo com o professor David Jewitt , da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) e primeiro autor do artigo, a observação feita através do Hubble supera todas as expectativas. "Vemos uma nuvem de pedregulhos carregando massa e energia para longe do alvo de impacto. Os números, tamanhos e formas das rochas são consistentes com o fato de terem sido arrancadas da superfície de Dimorphos", afirma.
O "enxame de pedregulhos" do asteroide Dimorphos
A missão DART (acrônimo para Teste de Redirecionamento de Asteroides Duplos em português) atingiu Dimorphos em cheio (veja imagens acima) a uma velocidade de 6,7 quilômetros por segundo e, em apenas 33 minutos, mudou sua órbita em um ângulo até bem maior do que o esperado. A princípio, o impacto produziu um rastro de poeira, observado globalmente.
Mas o Hubble continuou "no encalço" de Dimorphos, e mostrou que foi bem mais do que poeira o que foi levantado pelo DART. De acordo com o estudo, foram registradas 37 rochas se afastando do asteroide.
Com tamanhos entre 1 e 7 metros de diâmetro, esses objetos estão se afastando muito lentamente (0,3 metros por segundo em média), mas rápidas o bastante para escapar da gravidade combinada dos dois asteroides. Os pesquisadores entendem que o DART não rachou Dimorphos, mas apenas arrancou pedras que estavam soltas na superfície.
Quais as consequências das observações do Telescópio Hubble?
O impacto do DART desviou e tirou 0,1% de massa do Dimorphos.
Além de desviá-lo de rota, o impacto de meia tonelada do DART em Dimorphos, a 22,5 mil quilômetros por hora, tornou o asteroide matematicamente um pouco menos ameaçador caso estivesse realmente em rota de colisão com a Terra. As rochas que escaparam são estimadas em 0,1% da massa do objeto antes de ser atingido.
No entanto, novas amostras ainda serão necessárias para afirmar com certeza que os asteroides podem ser destruídos por repetidos impactos. A missão Hera, da Agência Espacial Europeia, que visitará Dimorphos em 2026, poderá apresentar resultados mais precisos.
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