Síndrome de Guillain-Barré: a doença que assusta o Peru pode chegar no Brasil?

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Recentemente o Peru decretou estado de Emergência de Saúde, após a confirmação de quatro óbitos decorrentes de complicações da Síndrome de Guillain-Barré. A doença rara, tem segundo dados do Ministério da Saúde, uma incidência anual de 1-4 casos por 100.000 habitantes, sendo pessoas entre os 20 e 40 anos mais suscetíveis ao desenvolvimento da síndrome.

Saiba o que é a Síndrome, quais são os sintomas, tratamento e se a doença pode chegar ao Brasil.

Acometendo o sistema nervoso periférico, a doença pode causar fraqueza muscular, dores e até paralisia.Acometendo o sistema nervoso periférico, a doença pode causar fraqueza muscular, dores e até paralisia.Fonte:  Getty Images 

O que é a Síndrome de Guillain-Barré?

A Síndrome de Guillain-Barré é um distúrbio autoimune raro  que acomete o sistema nervoso periférico. A doença tende a progredir de forma ascendente, acometendo primeiro os pés, pernas, braços, tronco e face.

A síndrome gera fraqueza muscular que pode ser leve, ou em casos mais agudos, paralisia muscular. Apesar de poder haver complicações, grande parte dos casos possui boa resolução, raramente deixando sequelas.

A síndrome geralmente tem remissão completa, deixando sequelas em menos de 5% dos casos.A síndrome geralmente tem remissão completa, deixando sequelas em menos de 5% dos casos.Fonte:  Getty Images 

O que causa a doença?

As causas ainda não são bem conhecidas, no entanto, as observações clínicas apontam para o desencadeamento da síndrome após quadros infecciosos. O bacilo ao qual o desenvolvimento da doença está mais associado é o Campylobacter, causador de quadros diarreicos.

No entanto, já foi observada após infecção por outros vírus, como: Zika, citomegalovírus, vírus Epstein-Barr, sarampo, vírus influenza, dengue, entre outros.

O sistema imunológico fica super ativado destruindo não apenas os vírus, mas também a bainha de mielina dos nervos, ocasionando o distúrbio.O sistema imunológico fica super ativado destruindo não apenas os vírus, mas também a bainha de mielina dos nervos, ocasionando o distúrbio.Fonte:  Getty Images 

Quais são os sintomas?

De acordo com o Ministério da Saúde os sintomas podem incluir:

  • Dormência nos pés e pernas, que podem “subir” para mãos, braços, tronco e face.
  • Fraqueza muscular que se segue a sensação de dormência;
  • Dores lombares;
  • Confusão mental;
  • Perda da coordenação motora.

A doença tem diagnóstico clínico em um primeiro momento, sendo o sintoma mais marcante da doença, a perda da força muscular gradual, iniciando nas pernas. Exames de sangue apresentam alterações apenas após dias do percurso da doença.

Os sintomas, sua intensidade e duração dependem da progressão da doença. O quadro agudo perdura entre quatro e oito semanas.

A fraqueza muscular ascendente é o sintoma mais marcante.A fraqueza muscular ascendente é o sintoma mais marcante.Fonte:  Getty Images 

Gravidade e tratamento

A síndrome de Guillain-Barré geralmente tem boa resolução clínica, mas em alguns casos a doença pode se desenvolver de forma aguda, acometendo o sistema respiratório e cardíaco.

Nesses casos, o internamento é necessário e podem haver complicações, levando o paciente a óbito, não apenas pela doença, mas pelo tempo de internação. O tratamento é feito com a Imunoglobulina intravenosa, e em casos mais graves, plasmaferese.

A substituição do plasma ajuda a resetar o sistema imunológico.A substituição do plasma ajuda a resetar o sistema imunológico.Fonte:  Getty Images 

O tratamento tem o intuito de substituir as células do sistema imune que tem feito seu trabalho de maneira errônea, atacando células saudáveis. Também faz parte do tratamento, acompanhamento com profissionais de reabilitação, como fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e psicoterapeutas.

Na maioria dos casos a doença é completamente controlada e os sintomas desaparecem. Mas alguns podem ter sequelas pelo resto da vida.

Os tratamentos são eficazes e as chances de remissão são excelentes.Os tratamentos são eficazes e as chances de remissão são excelentes.Fonte:  GettyImages 

O Brasil corre perigo?

Em 2019 o governo peruano já havia passado por outro surto, com ao menos 900 casos reportados.

Mas apesar do número, a Síndrome de Guillain-Barré não é contagiosa. Sendo assim, não é um risco eminente que o surto ocorrido no Peru possa chegar às terras brasileiras. Caso você apresente sintomas suspeitos, procure ajuda médica.

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