#AstroMiniBR: conheça o buraco negro adormecido

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Toda semana, o TecMundo e o #AstroMiniBR reúnem cinco curiosidades astronômicas relevantes e divertidas produzidas pelos colaboradores do perfil no Twitter para disseminar o conhecimento dessa ciência que é a mais antiga de todas!

#1: Um gigante adormecido

Nem todos os buracos negros são devoradores implacáveis de matéria e radiação no Universo. Embora raros, alguns desses objetos celestes não apresentam atividade detectável de acreção de matéria ou radiação no entorno da região conhecida como horizonte de eventos.

Foi exatamente um buraco dessa categoria que foi descoberta na nossa vizinha galáctica próxima, a Grande Nuvem de Magalhães. Em um estudo publicado na revista científica Nature deste mês, uma colaboração internacional de astrônomos (contando também com um brasileiro) relatou a detecção do objeto VFTS 243: um sistema binário de fraca emissão em raios-X. Esse sistema possui um período orbital conjunto de pouco mais de 10 dias e é constituído por uma estrela com cerca de 25 massas solares e um companheiro invisível, um buraco negro, de pelo menos 9 massas solares.

Utilizando o telescópio VLT (Very Large Telescope) localizado no Chile e por meio de técnicas de análise espectral, a equipe chegou à conclusão de que este é um buraco negro “quieto”, que não se alimenta de matéria. Além disso, os resultados indicam que a origem desse buraco negro tenha sido um colapso de uma estrela massiva que não explodiu em uma supernova.

#2: Uma caixinha de joias observada pelo James Webb

A imagem acima é o primeiro registro feito pelo telescópio espacial James Webb de M92! Esse é um agrupamento de estrelas localizado a cerca de 27.000 anos-luz de distância da Terra, na constelação de Hércules.

Formalmente categorizado como um aglomerado globular – um conjunto de estrelas aproximadamente esférico que orbita o núcleo da nossa galáxia como um satélite –, o sistema de M92 foi descoberto em 1777, quando os telescópios ainda eram incipientes. Isso porque M92 é um dos aglomerados globulares mais brilhantes da Via Láctea e é, inclusive, possível de ser visto a olho nu sob boas condições de observação (isto é, céus escuros e limpos).

Embalado com estrelas, o aglomerado contém cerca de 330.000 estrelas no total e os elementos químicos predominantes dentro dessa belíssima caixinha de joias celeste são o hidrogênio e o hélio, com apenas vestígios de outros elementos, o que o caracteriza como um aglomerado pobre em metais que, vale dizer, para os astrônomos (e para o desespero dos químicos), metais são todos elementos mais pesados que o hidrogênio e o hélio.

#3: A belíssima galáxia M74

Nos últimos dias, temos sido presenteados como uma sequência impressionante de imagens inéditas feitas pelo James Webb. O registro acima mostra a galáxia espiral Messier 74 (também conhecida como NGC 628) que está localizada a cerca de 32 milhões de anos-luz de distância do Sistema Solar, na direção da constelação de Peixes. O sistema é uma ilha cósmica constituída por 100 bilhões de estrelas destacados por dois braços espirais proeminentes e de aspecto dramático.

A imagem traz um foco impressionante da região central de M74 e foi processada a partir de uma combinação colorida de conjuntos de dados de dois instrumentos do James Webb: as câmeras NIRcam e MIRI, que observam o Universo em comprimentos de onda do infravermelho próximo e médio.

#4: A (quase) galáxia mais distante já encontrada

Como esperado e previsto por tanto tempo, o James Webb não vai cansar de nos fornecer imagens e descobertas sem precedentes sobre o Cosmos. Na última quarta-feira (20) a NASA divulgou a descoberta de uma das galáxias mais velhas já detectadas, observada como ela era quando o Universo tinha apenas cerca de 330 milhões de anos.

A galáxia, denominada de GLASS-z13, é vista apenas como uma pequena mancha vermelha na imagem, chamada de primeiro “campo profundo” do James Webb. Essa descoberta notável coloca a GLASS-z13 no pódio dos objetos mais distantes e velhos já observados, juntamente com a galáxia GN-z11, anteriormente observada pelo Hubble, e ao objeto HD1, detectado por meio de uma combinação de vários telescópios que se formaram também entre 300 e 400 milhões de anos após o Big Bang.

#5: O conceito de gravidade é mais antigo do que você pensa

A última curiosidade astronômica da semana é também uma curiosidade histórica. Ao contrário do que costumamos pensar (e do que é muitas vezes ensinado nas ciências das escolas básicas), diversos conceitos científicos são muito mais antigos do que parecem. Um desses é o conceito de gravidade, cujas primeiras fontes existentes que discutem sobre suas teorias são encontradas ainda na filosofia grega antiga.

Antes de ganhar os conhecidos avanços durante o Renascimento e a Revolução Científica, com Galileu e Newton, a ideia sobre a gravidade foi desenvolvida antes por antigos físicos e matemáticos indianos e islâmicos medievais. A ideia da gravidade como força atrativa surgiu, por exemplo, pela primeira vez com o astrônomo e matemático indiano Brahmagupta no ano de 628 d.C.

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