Galáxias satélites revelam informações sobre origem da Via Láctea

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Nosso lar no Universo não é exatamente pequeno, diga-se de passagem. Mesmo com modestos 100 mil anos luz de uma ponta a outra, a Via Láctea possui as chamadas galáxias satélites, que nada mais são que galáxias menores orbitando ao redor da nossa. Inclusive, muitas delas também possuem seus próprios “conjuntos“.

Um exemplo é a Grande Nuvem de Magalhães (LMC), relativamente visível do Hemisfério Sul do nosso planetinha, que, de acordo com medições recentes da missão Gaia da Agência Espacial Europeia, trouxe ao menos seis companheiras quando se aproximou “daqui”.

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A grande revelação da vez é que a Via Láctea pode ter mais de 150 galáxias satélites, ao contrário das cerca de 60 previstas até então. Pesquisadores do Departamento de Energia do Laboratório Nacional de Aceleradores – SLAC e do Dark Energy Survey se basearam em observações de galáxias fracas em torno da Via Láctea para otimizar suas estimativas a partir de halos de matéria escura, assim como do tamanho e da estrutura das galáxias.

A partir desses dados, foi possível realizar simulações avançadas que podem dizer muito sobre a origem da Via Láctea.

Risa Wechsler, diretora do Instituto Kavli de Astrofísica e Cosmologia de Partículas da Universidade Stanford, está empolgada com a descoberta: “Pela primeira vez, podemos olhar para essas galáxias satélites em cerca de três quartos do céu visível. Isso é realmente importante para aprendermos mais sobre matéria escura e a formação da Via Láctea”, declarou.

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Matéria escura e a origem das galáxias

Como se sabe, a matéria escura não pode ser vista com a tecnologia atual, mas sua força gravitacional causa alterações ao redor de onde está presente que são percebidas pelos cientistas. Ethan Nadler, um dos autores do estudo, explica a importância desses dados

“Sabemos algumas coisas sobre a matéria escura, como quanta matéria escura existe e como ela se agrupa, mas todas essas afirmações são contundentes, afirmando que, sim, é assim que ela se comporta em escalas maiores que o tamanho do nosso grupo local de galáxias. E então a questão é: isso funciona nas menores escalas que podemos medir?”

Agora, a equipe por trás das pesquisas está utilizando os dados descobertos para procurar diferentes aspectos no céu visível, como a quantidade de matéria escura necessária para identificar uma galáxia, quantas galáxias satélites podem ser descobertas por projetos futuros e se essas galáxias podem trazer as suas próprias, orbitando a seu redor.

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Voltando ao exemplo da Grande Nuvem de Magalhães, considerando que suas galáxias satélites podem trazer mais outras, temos, bem, uma quantidade considerável de universos não descobertos pela Ciência – assim como todos aqueles que ainda não foram detectados ao redor da Via Láctea. Isso só é possível de cogitar justamente pelas alterações percebidas pela matéria escura.

Desafios da Ciência

Entretanto, algumas incertezas do modelo tradicional de pesquisa precisam ser superadas, já que os estudos atuais se baseiam na luz, no tamanho e na distância do que é observado – nada que se aplique às descobertas. E tem mais: de acordo com simulações baseadas em informações capturadas pelo Hubble, como velocidade de deslocamento desses conjuntos, o encontro da Via Láctea com a Grande Nuvem de Magalhães aconteceu há 2,2 bilhões de anos.

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Ficou assustado com o quão pequenos podemos ser? Calma que tem mais. Cada galáxia visível possui estrelas com massa em torno de 100 vezes maior que a do nosso Astro Rei – e a menos visível delas a nossos olhos poderia ter, de acordo com os novos modelos, halos 100 vezes menos massivo que isso. Ou seja, se vemos pouco, há muito mais por trás desse cenário desconhecido.

Ainda assim, temos nossa importância. Por enquanto, no meio de toda essa imensidão, somos os únicos que conseguiram descobrir tanta coisa em tão pouco tempo de existência. Afinal, 350 mil anos são muito pouco perto de quando nos encontramos com um vizinho que tem a família um pouco maior que o esperado.

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