O que é criptografia e como isso afeta você diariamente

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Equipe TecMundo

Muito se fala de criptografia, mas há pouca clareza na maioria dos casos. Eu cheguei a abordar nesta coluna, na semana retrasada, a diferença entre criptografia ponta-a-ponta do Whatsapp e do app de vídeoconferências Zoom. Mas o que exatamente é criptografia e como isso afeta o seu cotidiano?

A gente rapidamente conecta criptografia à segurança ou àquele cadeado que fica no seu navegador quando você acessa um site “seguro”. Mas só isso não explica a criptografia

Há também discussões sobre criar uma “porta dos fundos” na implementação de criptografia em diversos aplicativos para governos poderem investigar atividades maliciosas, como conversas envolvendo terrorismo ou tráfico de drogas. Mas o que isso poderia significar para nós?

Do grego…

Vamos primeiro entender a etimologia(origem) da palavra criptografia:

  • Kryptós - escondido, secreto

  • Graphein - escrita

A origem está em ‘escrever de forma escondida’, significando a prática de técnicas para comunicações seguras. Seu primeiro uso conhecido foi em 1900 AC. Ou seja, há mais de 3.900 anos!

Criando nossa própria criptografia

Nada melhor que praticar para aprender um novo conceito, então vamos criar a nossa própria criptografia. Vamos combinar que, para qualquer letra do alfabeto que queremos escrever, vamos na verdade usar a letra subsequente. Assim teríamos algo como o seguinte:

  • A vira B

  • B vira C

  • C vira D

  • Etc...

Logo, se quisermos escrever ‘Oi, TecMundo!’, na verdade escreveríamos ‘Pj, UfdNvoep!’. Se só nós que estamos aqui lendo o artigo sabemos dessa regra previamente combinada, poderíamos escrever essa mensagem num outdoor e, ao mesmo tempo, estaríamos conversando de forma secreta, já que ninguém seria capaz de compreender a mensagem. Conseguimos ter uma comunicação privada mesmo usando um meio público para transmitir nossas mensagens.

E o que isso significa para mim?

A internet é uma grande rede de computadores composta de outras muitas redes e, para que uma mensagem do seu celular chegue no bolso da pessoa ao seu lado, a mensagem navega por vários pontos dessa rede. Como ninguém pode garantir que os dados se manterão secretos quando navegando em meio esses computadores, pode-se afirmar que a internet definitivamente não é um meio confiável e que absolutamente qualquer um pode “escutar” a comunicação dos seus dispositivos – e é aí que entra a criptografia.

Assim como nosso exemplo de escrever ‘Pj UfdNvoep!’ num outdoor – porém, usando uma forma mais elaborada de criptografia e em plena internet, a rede mais pública existente. Isso permite que possamos postar fotos no Instagram, mas também que paguemos nosso boleto bancário em segurança, sabendo que ninguém consegue bisbilhotar nossa informação bancária.

Mas, atenção! Um cadeado ao lado do endereço do site não significa que o site seja confiável, apenas que a comunicação entre seu dispositivo e o site é criptografada. Sites maliciosos podem ter o cadeado também! É preciso ficar esperto se você está conectado ao site correto.

É razoável pensar que seria desejável ter uma forma fácil de quebrar a criptografia para comunicações entre aqueles que não seguem a lei, como terroristas. No entanto, é importante lembrar que, se houver a criação de uma “porta dos fundos” na criptografia para que o governo possa espionar esse tipo de comunicação, certamente hackers descobririam essa “chave mestra” e a usariam para interceptar sua comunicação com o seu internet banking, por exemplo.

Dicas extraclasse

Após entender um pouco mais sobre criptografia, que tal assistir dois filmes super relevantes e divertidos sobre o assunto? “O Jogo da Imitação”, que mostra o uso da criptografia na segunda guerra mundial, e “Snowden”, que mostra como nossos dados são manipulados diariamente.

Tem sugestões para o próximo tópico da nossa coluna? Comenta aí! 

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Raphael Bottino, novo colunista quinzenal do TecMundo, é desenvolvedor e entusiasta de tecnologia. Ele trabalha como arquiteto de soluções na Trend Micro, uma das empresas líderes globais em Segurança da Informação. Nas horas vagas, quando não está cozinhando, está aprendendo novas tecnologias ou programando (sim, ele programa por prazer).”

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