Alex Strangelove: tão utópico quanto Com Amor, Simon (crítica)

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"Todos os jovens mudam com o tempo", explica Alex Truelove (Daniel Doheny) no início de seu filme quase homônimo ao narrar sobre alguns colegas que passaram por mudanças bruscas (e chamativas) a cada novo ano no colégio. Sujeito inteligente, bonito, carismático e presidente do grêmio estudantil, Alex leva uma boa vida e namora Claire (Madeline Weinstein) — que, além de ser sua melhor amiga, divide a produção de um videolog de sucesso sobre o dia a dia no colégio com base no comportamento animal.

Em plena fase de hormônios em fúria, há quem se assuste quando o casal adolescente afirma não ter transado (não que Claire já não tenha tentado "desvirginar" o namorado), o que faz o garoto revelar crises existenciais, ainda mais quando conhece Elliot (Antonio Marziale), um rapaz que parece completá-lo e responder às suas questões internas.

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Produzido por Ben Stiller, Alex Strangelove é um filme bastante jovial a julgar por sua linguagem que pipoca cultura pop a quase todo instante e com perspectivas que flertam com efeitos visuais para tratar de um tema que, felizmente, está deixando de ser um tabu — ainda que não se firme necessariamente em ser um representante do cinema queer considerando a levianidade de sua abordagem da "saída do armário".

Com direção e roteiro assinados por Craig Johnson (Irmãos Desastre), o filme não foge à regra dos teen movies em sua estrutura narrativa de conflitos previsíveis e personagens secundários que tratam de injetar muito bom humor na trama, esbanjando uma hiperatividade sexual que, por vezes, só fica no papo.

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Depois de um ano com bons exemplares, como Me Chame Pelo Seu Nome e Lady Bird — que retrataram ocoming-of-age em décadas passadas —, é interessante notar como Alex Strangelove trata a questão da sexualidade se afastando dos clichês envolvendo cenas combullies homofóbicos (apesar de um flashback desnecessário) ou confissões aos pais dignas de marejar os olhos do espectador; aqui, não há nada de errado em ser assumir um rótulo (gay, lésbica, bi, hetero, poli, pan, trans etc.), desde que isso seja essencial para a felicidade do personagem e aproveitar a sua juventude com muita festa e pegação.

Demonstrando um viés pervertido que chega perto de apresentar um ou outro relance quase explícito — em específico, quando Dell (Daniel Zolghadri) está em cena —, o filme se divide em uma metade dedicada às tentativas de Alex e Claire para sua esperada primeira vez (o que fornece momentos românticos e cômicos) e outra que investe na autodescoberta do garoto, mas se torna um dos pontos mais frágeis da narrativa.

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Apesar de ter uma boa construção de personagem, ainda que mais por diálogos do que pelo gestual, Elliot é deixado de lado uma vez que o roteiro se dispõe a prolongar as crises do relacionamento dos então namorados, reforçada superficialmente ao mostrar que a garota foi aceita em uma prestigiada universidade americana, ao contrário de Alex. No fim das contas, Johnson parece deixar de lado o seu interesse no enlace romântico de Alex e Elliot, tratando-o como se fosse um mero bônus diante do fato de o protagonista se reconciliar com a melhor amiga e ser aceito pelos colegas.

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Sem qualquer alarde por um beijo e sendo Daniel Doheny um ator bem mais dedicado à proposta do que Nick Robinson dificilmente foi em Com Amor, Simon, entretanto, Alex Strangelove compartilha da mesma visão utópica do filme dirigido por Greg Berlanti, ao sugerir um mundo perfeito e inofensivo para qualquer um se assumir, o que torna a experiência vista bem menos recompensadora e apaixonante como deveria ser em tese.

Este texto foi escrito por Thiago Cardoso via nexperts.

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