Quantas vezes alguém do seu círculo de conhecidos comentou estar adoecendo por questões profissionais? Ou até mesmo você, ao se deparar com uma grande demanda de trabalho, metas ou cobranças constantes, percebeu um aumento de ansiedade que paralisa ou beira à exaustão?
A verdade é que o adoecimento mental no mercado de trabalho têm sido, infelizmente, cada vez mais comum e é por isso que se faz tão urgente medidas para prevenir ou reverter esse cenário.
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Sabemos que o contexto de isolamento social exigiu não só que as empresas, mas principalmente as pessoas, se reinventassem e adaptassem, incluindo o lar para poderem dar continuidade aos trabalhos. Essa é uma dicotomia em que, de um lado se otimiza o tempo de trajeto até a empresa, podendo se engajar em atividades pessoais; mas de outro, perdem-se as fronteiras com o trabalho.
Ainda o impacto no dia a dia da população, em maior grau nos grupos vulneráveis, não parou por aí, visto que junto disso houve o fechamento das escolas e o não acesso presencial a serviços terapêuticos, bem como a outros ambientes que servem como suporte emocional e lazer.
De acordo com uma pesquisa global realizada pelo Instituto Ipsos, das pessoas que responderam à pesquisa, 53% declararam algum comprometimento da saúde mental no ano de 2020, compondo a 5ª mais alta em relação aos 30 países que participaram da pesquisa.
Questões sobre saúde mental no trabalho motivam parte significativa da perda de rendimento dos profissionais, interferindo diretamente nas conquistas das empresas.
Não à toa, no início de 2022, foi incluída na lista de doenças ligadas ao trabalho, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a síndrome de burnout ou síndrome do esgotamento profissional, que fragiliza tanto a saúde mental quanto a física.
Fonte: Gettyimages
Verdade que a todo momento somos desafiados a lidar com reações emocionais que são suscitadas a partir de algum acontecimento que nos atinja. Saúde Mental é saber acomodar essas emoções, encontrando o bem-estar consigo mesmo e com o externo.
Para isso, com objetivo de continuar traçando um caminho de maior zelo pela saúde mental das pessoas, é importante pensar em políticas públicas que assegurem à população o acesso à assistência terapêutica, aliada à conscientização sobre o tema, a fim de romper estigmas que se perduram e afastam as pessoas do autocuidado (mesmo havendo mais e melhores coberturas de profissionais da área nos convênios médicos).
De acordo com a Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, algumas condições no âmbito profissional podem levar a riscos psicossociais, afetando a saúde mental. Entre elas estão: volume de trabalho ou limitações temporais excessivas; exigências contraditórias; falta de clareza quanto ao papel do funcionário; comunicação deficiente; e mudanças organizacionais mal geridas.
Por isso, é fundamental que dentro das empresas essas práticas sejam repensadas, e o cuidado com o profissional seja priorizado, visto que o ganho não é apenas para os funcionários.
Empresas de sucesso têm a temática de Saúde Mental como pauta constante e podem servir de inspiração para outras instituições. A Intel, por exemplo, trimestralmente dá aos funcionários 12 horas remuneradas para cuidados com saúde mental e autocuidado. Oferece também apoio psicológico 24/7 por meio de seu canal de apoio que se chama EAP, com convênios e planos de saúde que cobrem terapia, psicólogos e tratamentos para saúde mental, além disso conta com licença paga de aplicativos de cuidado para saúde mental, palestras e treinamentos sobre o tema.
Nesse sentido, todos os gestores e gerentes são treinados para identificar sinais de depressão, burnout e crise de ansiedade, sendo capacitados para atuar de forma precisa, priorizando o bem-estar dos funcionários.
Como sabemos, a responsabilidade sobre a saúde mental é dividida, sendo hábitos diários que colaboram para que isso aconteça, cabendo também às empresas incentivar essas práticas.
Para tanto, estejamos atentos a ter uma alimentação saudável e/ou realizar a reeducação alimentar, evitar consumo excessivo de bebidas alcoólicas, bem como de tabagismo, e realizar atividades físicas.Além disso, é importante ter empatia, e as empresas devem prezar por isso entre os funcionários, prezando pela empatia e assistindo a saúde mental de todos.
Eu tive uma experiência desafiadora com trabalho remoto em times globais pela questão dos diferentes fusos horários. Então, certa vez recebi um e-mail que continha esta frase: “Se este e-mail foi enviado fora do seu horário normal de trabalho, isso é simplesmente para minha conveniência. Não há expectativa de sua resposta ou que tome medidas até que você esteja em seu horário de trabalho”. Um pequeno gesto que pode parecer simples, mas tem grande impacto para outra pessoa e ajuda a ter rotinas de trabalhos saudáveis.
Por fim, considere que uma equipe com qualidade de vida e boas condições de trabalho garante melhores resultados, tanto individuais quanto coletivos.
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