Google, Facebook e Twitter tentam 'driblar' a CPI da Covid
Executivos das big techs temem repercussões negativas que a ida à comissão pode causar

12/07/2021, às 17:00

Fonte: Agência Senado/Reprodução
Imagem de Google, Facebook e Twitter tentam "driblar" a CPI da Covid no tecmundo
Representantes do Twitter, Google e Facebook estariam agindo nos bastidores para que seus executivos não sejam convocados para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga supostas irregularidades cometidas pelo governo federal durante a pandemia do novo coronavírus (SARS-Cov-2). A informação foi revelada pelo jornal O Globo nesta segunda-feira (12).
Segundo a publicação, três senadores foram procurados por emissários das big techs: Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Simone Tebet (MDB-MS) e Humberto Costa (PT-PE). O primeiro disse que pessoas ligadas às companhias foram atrás dele em junho, após a CPI anunciar a intenção de convocar as plataformas online.
Conforme Rodrigues, as empresas buscavam explicações sobre a possibilidade de convocação para a CPI da Covid e tentaram evitar a participação na comissão, mas ele disse que a decisão era irreversível. Já Tebet contou não ter atendido aos pedidos de contato das empresas, enquanto Costa não deu informações sobre a conversa.
A CPI já aprovou a convocação de executivos das plataformas online.
O jornal afirma ser comum a presença de representantes das big techs no Congresso. No entanto, a circulação deles tem aumentado nas últimas semanas, devido ao temor de uma investigação mais profunda em relação a participação ou omissão dos serviços online na disseminação de fake news sobre a covid-19.
Empresas se manifestam
Em nota à publicação, o Google revelou que os contatos com parlamentares objetivam colaborar com discussões sobre temas ligados aos seus produtos e serviços. A gigante de buscas comentou, ainda, que tem colaborado com a CPI, compartilhando informações referentes aos esforços para conter a desinformação.
O Facebook também se disse comprometido em combater a divulgação de notícias falsas sobre a pandemia e que está disponível para prestar "esclarecimentos adicionais" à comissão. O mesmo foi dito pelo Twitter, que confirmou a possibilidade de colaboração com a comissão "dentro dos parâmetros legais".
Aprovados há quase um mês, os depoimentos de representantes das três companhias na CPI da Covid ainda não foram marcados.

Especialista em Redator
Jornalista formado pela PUC Minas, escreve para o TecMundo e o Mega Curioso desde 2019.