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Leilão do 5G: Winity quer 'alugar' faixa 5G para operadoras

A empresa não atenderá o consumidor final diretamente, disponibilizando sua infraestrutura para as operadoras

Avatar do(a) autor(a): André Luiz Dias Gonçalves

05/11/2021, às 13:00

Leilão do 5G: Winity quer 'alugar' faixa 5G para operadoras

Fonte:  Unsplash 

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A Winity II Telecom, uma das ganhadoras do leilão do 5G realizado ontem (4) pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), não atuará da mesma forma que as operadoras convencionais. A companhia pretende “alugar” parte da faixa arrematada para outras prestadoras.

Em entrevista ao G1 nesta sexta-feira (5), o presidente-executivo da Winity, Sérgio Bekeierman, explicou que a empresa construirá uma nova infraestrutura para o sinal da internet móvel no país e irá disponibilizá-la às operadoras. No entanto, a arrematante ainda será dona do espectro e ficará responsável pelos compromissos associados a ele.

O aluguel da faixa de 700 MHz adquirida pela empresa acontecerá de duas formas. A Winity oferecerá a cobertura da futura rede a ser construída, para que as teles interessadas possam alcançar locais onde não tenham sinal disponível atualmente, e também a capacidade, disponibilizando camadas adicionais de rede para evitar sobrecargas.

Muitos celulares 5G já estão à venda no Brasil.Muitos celulares 5G já estão à venda no Brasil.

Segundo Bekeierman, a adoção deste modelo permitirá maximizar o uso da faixa adquirida, aumentando o faturamento. Criada em novembro de 2020, a provedora de infraestrutura sem fio (wireless) pertence ao Pátria Investimentos, que pagou R$ 1,4 bilhão pelo lote 1 do leilão da Anatel, lance 805% acima do valor proposto inicialmente.

Rede servirá ao 4G e ao 5G

A frequência de 700 MHz arrematada pela Winity II Telecom é usada atualmente para o 4G. Aproveitando a demanda já existente, a provedora deve ter como foco inicial a tecnologia disponível no momento, antes de começar a desenvolver a infraestrutura para a quinta geração da internet móvel.

Conforme o presidente da empresa, a decisão sobre qual tipo de tecnologia utilizar (4G ou 5G) será tomada com base na procura das operadoras interessadas em alugar a rede. Ele acredita que a demanda pelo 5G aumentará em breve e afirma que a provedora estará preparada para converter o uso da rede para a nova conexão.

Em relação às contrapartidas para explorar a faixa de 700 MHz, a empresa terá que levar internet para todas as cidades sem 4G e disponibilizar a conexão em 31 mil quilômetros de estradas federais. O investimento para cumprir tais compromissos é estimado em R$ 2 bilhões.



Jornalista formado pela PUC Minas, escreve para o TecMundo e o Mega Curioso desde 2019.