Fim próximo? Stephen Hawking pode ter errado cálculo sobre a morte do universo
Uma nova abordagem sobre a teoria do famoso físico britânico sugere que o universo pode desaparecer antes do previsto.

18/05/2025, às 09:00
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Fonte: Getty Images
O fim do mundo pode acontecer bem antes do que o previsto pelo físico Stephen Hawking. É o que afirma um grupo de cientistas holandeses que revisaram estudos sobre buracos negros feitos pelo britânico, em um artigo publicado no Journal of Cosmology and Astroparticle Physics na última segunda-feira (12).
Em 1975, o renomado pesquisador propôs que os buracos negros evaporariam de maneira mais lenta, perdendo energia por meio de um fenômeno chamado “radiação Hawking”. No estudo recente, os especialistas sugerem que o processo ocorre, na verdade, um pouco mais rápido.
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Quando será o fim do universo?
De acordo com cálculos baseados no trabalho de Hawking, a eventual evaporação dos buracos negros ocorreria em 10¹¹⁰⁰ anos — 10 elevado à 1.100ª potência, resultando em um número com uma enorme quantidade de zeros. Porém, os cientistas da Universidade Radboud, na Holanda, trouxeram uma nova abordagem para a teoria.
- Eles estimaram que a desintegração dos buracos negros demoraria “apenas” 10⁶⁷ anos — 10 elevado à 67ª potência — um número bem menor que o original, mas ainda assim consideravelmente grande;
- Como a radiação Hawking também se aplica a outros corpos celestes, as estrelas de nêutrons gastariam o mesmo tempo para desaparecer;
- Já a evaporação das anãs brancas estaria a 10⁷⁸ anos de distância de acontecer — 10 elevado à 78ª potência;
- Dessa forma, o fim do mundo deve ocorrer em 10⁷⁸ anos com base neste conceito, uma vez que as anãs brancas são os corpos celestes mais duradouros.
“Portanto, o fim definitivo do universo chega muito mais cedo do que o esperado, mas, felizmente, ainda leva muito tempo”, brincou o especialista em buracos negros, Heino Falcke, em comunicado. A equipe chefiada por ele também calculou o tempo de evaporação de outros objetos com campo gravitacional.
- Saiba mais: O físico Stephen Hawking realmente ‘previu’ o fim do mundo?
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O corpo humano, por exemplo, gastaria 10 elevado à 90ª potência anos para evaporar por meio de um processo semelhante à radiação Hawking, curiosamente mais tempo que o universo, assim como a Lua. Apesar disso, os autores ressaltaram que tanto o satélite natural quanto as pessoas provavelmente serão desintegradas muito antes disso, por meio de outros processos.
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O último suspiro do universo
O trabalho que refez os cálculos de Stephen Hawking sobre o fim do universo refere-se apenas ao tempo de desaparecimento dos remanescentes estelares, como destaca o Live Science. Com base nos conhecimentos atuais, é possível que o universo como o conhecemos não dure tanto.
Estudos sobre cosmologia apontam que a taxa de expansão do universo vai se acelerar ao ponto de que, nos próximos 150 bilhões a 200 bilhões de anos, a maioria das galáxias não será mais visível. Mas bem antes disso, em cerca de 5 bilhões de anos, o Sol engolirá a Terra por meio do seu processo de expansão.
Quando isso ocorrer, o planeta deverá estar sem condições de abrigar vida, pois o aumento do brilho solar, em aproximadamente 1 bilhão de anos, vai gerar um clima bastante hostil. Se até lá não houver uma forma de se mudar para outros planetas, pode ser o fim da humanidade.
A publicação lembra, ainda, que o decaimento de prótons, teoria que prevê a transformação de um próton em outras partículas, aconteceria quando todas as estrelas morrerem. O passo seguinte seria o processo previsto pelo famoso físico, representando o último suspiro do universo.
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Especialista em Redator
Jornalista formado pela PUC Minas, escreve para o TecMundo e o Mega Curioso desde 2019.