'Câmera de Energia Escura' revela os segredos de uma explosão estelar

2 min de leitura
Imagem de: 'Câmera de Energia Escura' revela os segredos de uma explosão estelar
Imagem: CTIO / NOIRLab / DOE / NSF / AURA

A partir de dados coletados pela Câmera de Energia Escura (DECam), situada no Telescópio Victor M. Blanco, no Observatório Interamericano Cerro Tololo (Chile), uma equipe de astrônomos conseguiu produzir uma foto do remanescente de supernova Vela (SNR Vela). Trata-se de restos de uma estrela que explodiu há cerca de 11 mil anos e espalhou filamentos de poeira e gás cósmico por uma distância que se estende por 100 anos-luz.

O resto estelar está localizado a aproximadamente 800 anos-luz de distância da Terra, na constelação de Vela, e é considerado um dos remanescentes de supernova mais próximos da Terra. 

Os astrônomos utilizaram a câmera para fotografar diversas imagens separadas e, em seguida, juntaram todas em diferentes espectros de luz para montar uma fotografia única com cores e detalhes impressionantes.

Os pesquisadores também explicam que a imagem é a maior já divulgada pelo instrumento, pois possui uma qualidade de 1,3 gigapixel — ou seja, são 1,3 bilhão de pixels. 

A fotografia apresenta parte o potencial do DECam, que possui aproximadamente 4 metros de largura e uma lente corretiva de quase um metro de diâmetro; as cores vermelha, azul e amarela na imagem foram detectadas por meio do uso de três filtros distintos da câmera.

“Quando a estrela explodiu, há 11 mil anos, as suas camadas exteriores foram violentamente arrancadas e atiradas para a região circundante, provocando a onda de choque que ainda é visível hoje. À medida que a onda de choque se expande para a região circundante, o gás quente e energizado voa para longe do ponto de detonação, comprimindo-se e interagindo com o meio interestelar para produzir os filamentos fibrosos azuis e amarelos vistos na imagem”, é descrito em um comunicado oficial.

Supernova Vela

A observação do remanescente da supernova Vela é considerada muito importante para a astronomia, pois está significativamente próximo da Terra e possibilita o estudo do desenvolvimento da explosão. Apesar de o evento ter ocorrido há 11 mil anos, o filamento de poeira e gás continua a se dispersar gradualmente pelo espaço; os detritos também indicam a presença de elementos como cálcio, carbono, magnésio, oxigênio, entre outros.

A imagem apresenta o remanescente de supernova da Vela, fotografado pela Câmera de Energia Escura, que possui um sensor de 570 megapixels.A imagem apresenta o remanescente de supernova da Vela, fotografado pela Câmera de Energia Escura, que possui um sensor de 570 megapixels.Fonte:  CTIO / NOIRLab / DOE / NSF / AURA 

É importante destacar que o corpo celeste não se despedaçou completamente: após a explosão, seu núcleo se transformou em uma estrela de nêutrons. Chamada de Vela Pulsar, a estrela de nêutrons pode ser observada na parte inferior esquerda da imagem e é um objeto cósmico relativamente fraco em comparação com outras estruturas estelares.

“Os impressionantes vermelhos, amarelos e azuis nesta imagem foram obtidos através do uso de três filtros DECam, cada um coletando uma cor específica de luz. Imagens separadas foram tiradas em cada filtro e depois empilhadas umas sobre as outras para produzir esta imagem colorida de alta resolução que mostra os intrincados filamentos em forma de teia serpenteando pela nuvem de gás em expansão”, o comunicado acrescenta.

Gostou do conteúdo? Fique sempre atualizado com os últimos estudos sobre astronomia aqui no TecMundo. Se desejar, aproveite para ver, o mergulho do Telescópio James Webb na nebulosa de carangueiro.

Você sabia que o TecMundo está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.