A Escala Kardashev de civilizações extraterrestres

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Desde tempos remotos, vemos no Cosmos uma janela de maravilhas infinitas que nos convidam a explorar os limites da imaginação e as fronteiras do nosso conhecimento. À medida que vivemos nossas rotinas diárias, por vezes nos encontramos refletindo acerca do grande esquema das coisas. Estamos sozinhos no Universo? Se existem outras civilizações, onde estão? Seriam parecidas com a nossa ou inteiramente diferentes?

Embora tenhamos a tendência de nos considerar parte de uma civilização relativamente avançada, em um contexto cósmico somos meros recém-nascidos.

Um dos modelos teóricos mais intrigantes para a compreensão do avanço de uma civilização em escala cósmica é a chamada Escala Kardashev.

Representação artística de uma civilização extraterrestre.Representação artística de uma civilização extraterrestre.Fonte:  Getty Images 

Desenvolvida pelo astrofísico soviético Nikolai Kardashev no auge da Guerra Fria, em 1964, esta escala categoriza as hipotéticas civilizações existentes no Universo com base no seu consumo de energia, desenvolvimento tecnológico e capacidade de aproveitamento dos recursos disponíveis no seu ambiente.

Trata-se de uma ferramenta que serve de indicador de evolução tecnológica e – em sua parametrização mais recente – apresenta índices que vão do Tipo 0 ao Tipo 7, sendo 0 o nível mais fundamental, correspondente ao início da manipulação energética e tecnológica, e o nível 7 o ápice da escala, cujos conceitos estão no domínio da ficção científica.

As 7 civilizações cósmicas de Kardashev

Cada tipo de civilização é exponencialmente mais avançada e impactante do que a outra, nas escalas cósmicas desenvolvida por Nikolai Kardashev. Conheça a seguir, suas principais características.

Civilização do Tipo 0

Uma civilização do Tipo 0, por exemplo, é aquela que ainda não conseguiu aproveitar a totalidade dos recursos energéticos do seu planeta. É a classificação atual da humanidade na Terra, cujo índice é estimado em 0,72.

Civilização do Tipo 1

A civilização do Tipo 1  em teoria, já teria conquistado o status de desenvolvimento planetário, ou seja, é capaz de aproveitar todos os recursos energéticos do seu planeta, incluindo energia solar, térmica, hidroelétrica, eólica e muito mais.

Uma civilização dessa categoria poderia prever com maior precisão e até mesmo controlar eventos naturais como terremotos, tempestades e atividades vulcânicas.

Civilização do Tipo 2

Uma civilização do Tipo 2 alcançaria um desenvolvimento em nível estelar, podendo aproveitar e manipular a produção de energia de sua própria estrela hospedeira.

Essa civilização poderia fazer isso por meio de tecnologias como uma Esfera de Dyson, por exemplo, uma megaestrutura hipotética que envolveria a estrela por completo, capaz de usufruir de sua energia para aplicação útil.

Representação de uma Esfera de Dyson.Representação de uma Esfera de Dyson.Fonte:  GettyImages 

Civilização do Tipo 3

O tipo 3 de civilização teria capacidade de colonizar e utilizar os recursos energéticos de uma galáxia inteira, tendo vencido as limitações impostas pela vastas distâncias no espaço. Neste ponto, as hipóteses apontam para civilizações de entidades cibernéticas pós-biológicas.

Seriam mundos onde robôs conseguiriam construir esferas de Dyson por toda a galáxia, empregando métodos de propulsão hoje inimagináveis para atravessar o Cosmos.

Civilização do Tipo 4

Uma civilização do Tipo 4 seria uma de categoria universal, cujas habilidades seriam capazes de manipular a produção de energia de múltiplas galáxias, aproveitando a vasta energia produzida pelos buracos negros supermassivos no centro desses sistemas. Uma civilização assim teria conquistado todo o entendimento sobre a malha cósmica do espaço-tempo.

Representação de uma civilização avançada.Representação de uma civilização avançada.Fonte:  Science 

Civilizações do Tipo 5 e 6

Se já é difícil conceber civilizações nessas categorias, a partir deste ponto fica praticamente impossível. Uma civilização do tipo 5 seria multiversal, capaz de transcender galáxias individuais e os limites do nosso próprio Universo, sendo capaz de acessar a energia de múltiplos universos assumindo estes existam, claro).

Uma civilização do Tipo 6 seria omniversal: neste nível, as civilizações manipulariam e controlariam a energia em todos os universos dentro de um multiverso.

Civilização do Tipo 7

Por fim, uma civilização do Tipo 7 seria equivalente a um deus cósmico, dominador completo de todos os processos físicos que existem, existindo em uma condição inteiramente além da nossa compreensão.

Representação artística de seres humanoides.Representação artística de seres humanoides.Fonte:  Getty Images 

Cientistas e escritores de ficção científica fizeram inúmeras referências à escala de Kardashev ao longo das décadas e elogiaram e criticaram igualmente este sistema. Do ponto de vista científico, estas hipóteses são interessantes principalmente no que concerne à detectabilidade de uma civilização extraterrestre, uma vez que a observação de megaestruturas em algum canto da galáxia ou do Universo seriam indicativos claros de avanço tecnológico.

Porém, por ser relativamente simplista e considerar a possibilidade de crescimento infinito como medida de progresso, esta ferramenta tem aplicação extremamente restrita no campo de pesquisa astronômica.

De todo modo, a Escala Kardashev nos leva a uma jornada imaginativa surpreendente, desde o nosso início modesto até o reino do domínio cósmico, cujas possibilidades são tão ilimitadas quanto o próprio Universo.

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