Maior simulação já feita pode revelar a origem do universo

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A humanidade ainda conhece muito pouco sobre o universo. Apesar de sabermos da existência diversos planetas, galáxias, buracos negros e estrelas por todo o cosmos, uma pergunta fundamental ainda reside: como e quando nós viemos parar aqui? 

Uma nova simulação promete trazer respostas para essa pergunta. Apelidada de projeto FLAMINGO, que em inglês é uma abreviação para "simulações hidroelétricas de estruturas em grande escala com mapeamento do céu para a interpretação de observações de próxima geração", essa extensa pesquisa conta com um grande poder de processamento, capaz de simular bilhões de elementos do universo.

“Para tornar essa simulação possível, desenvolvemos um novo código, o SWIFT, que distribui de forma eficiente o trabalho computacional em 30 mil CPUs", disse Matthieu Schaller, astrônomo da Universidade de Leiden, nos Países Baixos.

Imagens da simulação realizada pelos pesquisadores da Universidade de Leiden. (Fonte: FLAMINGO Team/Virgo Consortium)Imagens da simulação realizada pelos pesquisadores da Universidade de Leiden. (Fonte: FLAMINGO Team/Virgo Consortium)Fonte:  FLAMINGO Team/Virgo Consortium 

Dentre as várias simulações que estão sendo realizadas pelos computadores, a maior delas possui mais de 300 bilhões de partículas com a massa de uma pequena galáxia, dispostas em um volume cúbico de espaço com bordas de 10 bilhões de anos-luz. Essas dimensões, praticamente inconcebíveis para qualquer ser humano, são um feito inédito para a ciência, e podem ajudar a desvendar mistérios sobre a origem do nosso universo.

Os estudos foram publicados em três artigos. O primeiro explicou o método, o segundo apresentou as simulações, e o terceiro apresentou resultados que descrevem a estrutura do universo em matéria escura fria.

Tensão S8

Usado como um dos parâmetros do terceiro artigo, o Sigma 8, ou S8, é um método utilizado pelos astrônomos para descrever o quão irregular ou fortemente agrupado é a matéria disposta pelo universo, e pode ser medido através do uso de micro radiações. Com o uso delas, é possível compreender o universo distante. Desta forma, o fato de mapear grandes distâncias faz com que seja possível obter informações sobre o passado do universo.

Compreender o passado do universo por nos ajudar a prever como será o futuro. Compreender o passado do universo por nos ajudar a prever como será o futuro. Fonte:  Getty Images 

Além disso, o valor do S8 também pode ser medido através das simulações padrões da cosmologia. Quando há uma discrepância entre as medições e as representações teóricas, ocorre a chamada tensão S8.

Essas medições são importantes para compreender o papel da matéria escura e da matéria comum no universo, além de sua disposição e impacto na gravidade, um dos grandes debates entre a comunidade científica atualmente.

“Embora a matéria escura domine a gravidade, a influência da matéria comum não pode mais ser negligenciada, uma vez que essa contribuição pode ser semelhante aos desvios entre os modelos e as observações”, disse o líder da pesquisa e astrônomo Joop Schaye, também da Universidade de Leiden.

Os próximos passos da simulação podem ser determinantes para compreender o movimento do universo e a disposição da matéria em lugares muito distantes, o que pode revelar respostas sobre o nosso passado.

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