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Ciência

Maior simulação já feita pode revelar a origem do universo

Projeto FLAMINGO contou com o uso de mais de 30 mil computadores, e foi capaz de simular centenas de bilhões de partículas existentes no universo

schedule30/10/2023, às 13:00

Maior simulação já feita pode revelar a origem do universoFonte:  Getty Images 

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A humanidade ainda conhece muito pouco sobre o universo. Apesar de sabermos da existência diversos planetas, galáxias, buracos negros e estrelas por todo o cosmos, uma pergunta fundamental ainda reside: como e quando nós viemos parar aqui? 

Uma nova simulação promete trazer respostas para essa pergunta. Apelidada de projeto FLAMINGO, que em inglês é uma abreviação para "simulações hidroelétricas de estruturas em grande escala com mapeamento do céu para a interpretação de observações de próxima geração", essa extensa pesquisa conta com um grande poder de processamento, capaz de simular bilhões de elementos do universo.

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“Para tornar essa simulação possível, desenvolvemos um novo código, o SWIFT, que distribui de forma eficiente o trabalho computacional em 30 mil CPUs", disse Matthieu Schaller, astrônomo da Universidade de Leiden, nos Países Baixos.

Imagens da simulação realizada pelos pesquisadores da Universidade de Leiden. (Fonte: FLAMINGO Team/Virgo Consortium)Imagens da simulação realizada pelos pesquisadores da Universidade de Leiden. (Fonte: FLAMINGO Team/Virgo Consortium)

Dentre as várias simulações que estão sendo realizadas pelos computadores, a maior delas possui mais de 300 bilhões de partículas com a massa de uma pequena galáxia, dispostas em um volume cúbico de espaço com bordas de 10 bilhões de anos-luz. Essas dimensões, praticamente inconcebíveis para qualquer ser humano, são um feito inédito para a ciência, e podem ajudar a desvendar mistérios sobre a origem do nosso universo.

Os estudos foram publicados em três artigos. O primeiro explicou o método, o segundo apresentou as simulações, e o terceiro apresentou resultados que descrevem a estrutura do universo em matéria escura fria.

Tensão S8

Usado como um dos parâmetros do terceiro artigo, o Sigma 8, ou S8, é um método utilizado pelos astrônomos para descrever o quão irregular ou fortemente agrupado é a matéria disposta pelo universo, e pode ser medido através do uso de micro radiações. Com o uso delas, é possível compreender o universo distante. Desta forma, o fato de mapear grandes distâncias faz com que seja possível obter informações sobre o passado do universo.

Compreender o passado do universo por nos ajudar a prever como será o futuro. Compreender o passado do universo por nos ajudar a prever como será o futuro. 

Além disso, o valor do S8 também pode ser medido através das simulações padrões da cosmologia. Quando há uma discrepância entre as medições e as representações teóricas, ocorre a chamada tensão S8. 

Essas medições são importantes para compreender o papel da matéria escura e da matéria comum no universo, além de sua disposição e impacto na gravidade, um dos grandes debates entre a comunidade científica atualmente.

“Embora a matéria escura domine a gravidade, a influência da matéria comum não pode mais ser negligenciada, uma vez que essa contribuição pode ser semelhante aos desvios entre os modelos e as observações”, disse o líder da pesquisa e astrônomo Joop Schaye, também da Universidade de Leiden.

Os próximos passos da simulação podem ser determinantes para compreender o movimento do universo e a disposição da matéria em lugares muito distantes, o que pode revelar respostas sobre o nosso passado. 

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