Antibiótico que muda de forma pode combater superbactérias resistentes

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Um antibiótico que "muda de forma” pode ser a mais nova arma para combater as bactérias resistentes a medicamentos, responsáveis por mais de 1,2 milhão de mortes em todo o mundo, no ano de 2019. A nova droga foi desenvolvida em um laboratório de Nova York, nos Estados Unidos.

Conforme a pesquisa apresentada pelo Cold Spring Harbor Laboratory (CHSL) na terça-feira (4), o remédio inovador é capaz de apresentar mais de 1 milhão de configurações em sua estrutura química. Dessa forma, ele se reorganiza para superar os mecanismos de defesa criados pelas cepas resistentes causadoras de infecções.

A equipe liderada pelo professor do CHSL, John E. Moses, utilizou a técnica da química do clique, processo molecular que ganhou o Prêmio Nobel de Química 2022, para desenvolver o medicamento. Outro elemento essencial para a descoberta foi a bullvalene, uma molécula fluxional cujos átomos trocam de posição facilmente.

Estimativas recentes apontam que as superbactérias podem matar 10 milhões de pessoas por ano até 2050.Estimativas recentes apontam que as superbactérias podem matar 10 milhões de pessoas por ano até 2050.Fonte: Getty Images

Moses explicou que a ideia para criar o antibiótico metamorfo foi inspirada nos tanques de guerra com suas torres giratórias, que conseguem responder rapidamente às ameaças, de onde elas vierem. No modelo inicial, o acadêmico criou um remédio com a bullvalene no núcleo e o antibiótico vancomicina funcionado como “ogiva”, na parte externa.

Teste realizado com sucesso

A primeira versão do antibiótico que muda de forma para combater bactérias resistentes foi testada com sucesso em larvas de mariposas infectadas pela superbactéria VRE. Este patógeno é conhecido pela alta capacidade de propagação no ambiente hospitalar.

No estudo, o novo remédio apresentou maior eficácia na eliminação da infecção do que quando a vancomicina foi administrada sozinha. Além disso, a VRE foi incapaz de desenvolver resistência ao antibiótico metamorfo.

Conforme a equipe do CHSL, a combinação entre química do clique e o medicamento inovador pode fazer toda a diferença entre a vida e a morte no combate às bactérias resistentes, salvando milhões de pessoas.

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