Brasileiro desenvolve novo tratamento de esgoto que reduz impacto ambiental

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Nesta última quarta-feira (29), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) divulgou informações sobre um novo sistema de tratamento de esgoto que pode reduzir em até 70% a concentração de compostos nitrogenados do esgoto sanitário.

O estudo foi realizado durante o doutorado de Bruno Garcia Silva, em engenharia hidráulica e saneamento na Universidade de São Paulo (USP), com apoio de bolsa da FAPESP — e publicado na revista Environmental Technology.

Os pesquisadores do projeto desenvolveram um novo modelo de reator anaeróbico de baixo custo que "funciona com um biofilme bacteriano aderido a uma espuma de poliuretano". Segundo eles, o diferencial é justamente o biofilme, capaz de iniciar um processo em que bactérias criam uma espécie de película sobre uma espuma de poliuretano.

Para criar o reator, eles aperfeiçoaram um modelo matemático capaz de prever o mecanismo de remoção de nitrogênio no biofilme formado pelas bactérias e, assim, transformar os compostos nitrogenados em nitrogênio — o gás resultante é considerado inofensivo para o meio ambiente.

Na imagem, é apresentado o biofilme bacteriano convertendo os compostos nitrogenados do esgoto em gás nitrogênio e removendo-os da águaNa imagem, é apresentado o biofilme bacteriano convertendo os compostos nitrogenados do esgoto em gás nitrogênio e removendo-os da água (acervo dos pesquisadores/reprodução da Agência Fapesp)
Fonte:  FAPESP 

A remoção de compostos nitrogenados, como nitrito, nitrato e amônia, de esgotos e da indústria é extremamente importante para evitar a contaminação de lagos, represas, córregos e até grandes aquíferos. Além disso, a contaminação pode auxiliar no desenvolvimento de doenças em humanos, como a síndrome do bebê azul.

Remoção de nitrogênio

“A remoção do nitrogênio é alcançada ainda em poucas estações de tratamento de esgoto no Brasil, enquanto na Europa e nos Estados Unidos já acontece com maior facilidade. A ideia é trazer [a infraestrutura necessária] para a nossa realidade. Aqui geralmente se usa o reator anaeróbio, que gera um efluente com baixa carga orgânica, e isso dificulta o processo de remoção do nitrogênio”, disse Garcia à agência FAPESP.

O trabalho foi realizado sob a orientação do professor Eugenio Foresti, da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC-USP) e é resultado do Projeto Temático "Aplicação do conceito de biorrefinaria as estações de tratamento biológico de águas residuárias: o controle da poluição ambiental aliado à recuperação de matéria e energia". O estudo também envolve equipes da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e do Instituto Mauá de Tecnologia.

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