Lente de contato mede a pressão dos olhos e libera remédio para glaucoma
Realizados em coelhos e suínos, os testes da lente teranóstica foram capazes de detectar alterações de pressão intraocular e administrar o medicamento

Por Jorge Marin
19/05/2022, às 14:30

Fonte: Yang et al./Nature Communications
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Cientistas chineses da Universidade Sun Yat-sem, em Guagzhou, desenvolveram uma lente de contato que é capaz de medir a pressão intraocular e administrar medicamentos para glaucoma. O dispositivo óptico apresenta um design compacto, é flexível, não utiliza baterias ou fios e disponibiliza remédio conforme a necessidade detectada.
De acordo com o estudo, publicado na terça-feira (17) na revista Nature Communications, o módulo sem fio de detecção da pressão intraocular faz a tonometria através de um circuito de transferência de energia ultrassensível que, em seguida, entrega o medicamento na câmara aquosa por um processo de campo elétrico chamado iontoforese.
Esquema de funcionamento da lente de contato teranótica. (Fonte: Yang et al./Nature Communications/Divulgação)
Como foram feitos os testes com a lente teranóstica?
Chamados de teranósticos – por combinar terapêutica e diagnóstico – esse tipo de dispositivo é capaz de monitorar uma determinada condição e aplicar um tratamento adequado. A lente de contato teranóstica desenvolvida por Cheng Yang e equipe foi testada em olhos de suínos e coelhos, sendo capaz de detectar alterações na pressão intraocular.
Durante os testes, o módulo de entrega de medicamento acionou a liberação do fármaco antiglaucoma na câmara anterior do olho através das barreiras da córnea, todas as vezes em que a pressão intraocular atingiu um nível de alto risco.
Segundo os autores, a fabricação da lente de contato teranóstica sem fio é uma ferramenta promissora para o tratamento da pressão intraocular, e compatível com processos de fabricação em larga escala existentes. No entanto, mais pesquisas serão ainda necessárias até que a plataforma possa seguir para testes clínicos em seres humanos.
ARTIGO - Nature - DOI: 10.1038/s41467-022-29860-x.

Por Jorge Marin
Especialista em Redator
Redator do Mega Curioso e do TecMundo, Jorge Marin escreve sobre Ciências e Tecnologia desde 2019, conectando conhecimento acadêmico com experiências humanas do dia a dia. É psicólogo, cinéfilo e botafoguense inveterado.