'Armagedom': explodir asteroide como no filme poderia funcionar, diz estudo

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Imagem: Walt Disney Studios/Reprodução

Explodir um asteroide com o potencial de atingir a Terra pode ser uma alternativa viável para salvar o planeta de um cenário catastrófico. Um novo estudo, liderado pelo físico Patrick King da Universidade Johns Hopkins (EUA), afirmou que a estratégia deve ser utilizada apenas como último recurso, através de um sistema de defesa chamado pelos autores de “interrupção tardia de pequenos corpos”.

A ideia consiste em utilizar bombas nucleares para destruir corpos espaciais invasores, relativamente pequenos, quando a detecção de possíveis ameaças for feita pelo menos seis meses antes da colisão. Para os amantes da sétima arte, a iniciativa validada agora pela ciência pode lembrar a premissa do filme "Armagedom" (1998) — dirigido por Michael Bay, protagonizado por Bruce Willis e com a marcante canção tema “I Don't Want to Miss a Thing”, da banda Aerosmith.

O artigo, intitulado “Late-time small body disruptions for planetary defense”, foi publicado na revista científica Acta Astronautica. A equipe simulou efeitos de uma bomba nuclear com rendimento de 1 megaton (energia equivalente a 70 vezes a de Hiroshima) em um asteroide de 100 metros de largura — 20% da dimensão do Bennu, asteroide com o potencial de atingir a Terra em 2182.

No filme Armageddon, a NASA planeja usar uma bomba atômica para explodir um asteroide que coloca a Terra em perigo; segundo um novo estudo, na realidade a mesma estratégia seria 'muito eficaz' para evitar a extinção humanaNo filme Armageddon, a NASA planeja usar uma bomba atômica para explodir um asteroide que coloca a Terra em perigo; segundo um novo estudo, na realidade a mesma estratégia seria 'muito eficaz' para evitar a extinção humanaFonte:  The Walt Disney Studios/Reprodução 

Os pesquisadores calcularam que a explosão do corpo invasor faria com que seus pedaços tivessem no espaço apenas 1% da massa original, caso a detecção ocorresse seis meses antes do impacto — alternativa chamada pelos autores de “muito eficaz”. No entanto, esse processo geraria inúmeros pequenos fragmentos, o que poderia ocasionar em uma espécie de chuva de rochas no planeta.

“Um dos desafios na avaliação dessa ação é que você precisa modelar todas as órbitas do fragmento, o que geralmente é muito mais complicado [do que simular a entrada de um único alvo]. No entanto, precisamos enfrentar esse desafio se quisermos considerar essa uma estratégia possível”, comentou King em entrevista ao Science Alert.

Para descobrir o destino dos inúmeros fragmentos, eles usaram o software Spheral — especializado em dispersão de materiais. Assim, foi constatado que alguns desses resquícios podem ser atraídos pela gravidade, como a terrestre, e outras forças. Logo, um caso hipotético teria que ser analisado por completo para evitar que pedaços possam entrar na órbita e causar um estrago em diferentes pontos na Terra.

Apesar do alerta, vale destacar que a proposta foi feita considerando a chegada de um asteroide inesperado. Agências espaciais ao redor do mundo constantemente estudam a trajetória de corpos espaciais para também detectar potenciais perigos em tempo hábil, no sentido de buscar formas para combater uma ameaça à integridade do planeta o mais cedo possível.

ARTIGO Acta Astronautica: doi.org/10.1016/j.actaastro.2021.07.034

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