Vírus podem existir em outros lugares do universo, avisa cientista

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Imagem: WikiImages/Pixabay

Depois de um ano e nove meses de pandemia da covid-19, talvez nenhum termo tenha sido tão comentado quanto o novo coronavírus. Hoje, não há um momento em nossas vidas em que não tenhamos que estar preocupados com o vírus, desde o momento em que saímos de casa até a hora que trazemos comida do supermercado. Agora, um cientista, escritor e apresentador britânico alerta que esses organismos podem estar presentes em outras partes do universo também.

Mas só se houver vida lá, diz o físico Paul Davies em entrevista ao jornal The Guardian, na qual expôs alguns conceitos de seu livro mais recente "What's eating the Universe?", que poderia ser traduzido como "O que está perturbando o universo?", mas também "O que está comendo o universo?". Para o premiado autor, a ideia de alienígenas começa com vida microbiana, antes de chegar a civilizações superavançadas que desejam fazer contato.

Ao condicionar vírus à existência de vida, Davies acaba tocando em uma questão polêmica, que é se os vírus são seres vivos. Afinal, eles não possuem células e não geram energia a partir de alimentos.

“Na verdade, os vírus fazem parte da rede da vida”, pondera Davies. Ele explica que, se você tiver vida microbiana em outro planeta, provavelmente terá "toda a complexidade e robustez" da capacidade de troca de informações genéticas.

SARS-CoV-2Ilustração mostra o coronavírus SARS-CoV-2 (créditos: creativeneko/Shutterstock)

Os vírus em outros planetas

Davies afirma que uma das questões sobre você ir para outro planeta é que somos todos meio vírus. “Um amigo meu pensa que a maior parte, ou pelo menos uma fração significativa, do genoma humano é, na verdade, de origem viral”, diz ele. E, como essas cápsulas proteicas podem ter infectado e se incrustado em óvulos e espermatozoides de nossos ancestrais, metade do nosso DNA pode ter vindo dos vírus.

Dessa forma, embora tenham a sua existência relacionada com ocorrências ruins, ninguém pode negar a importância dos vírus na vida humana. Isso quer dizer que, se houver algum tipo de vida celular em outros planetas, parecida com esses nossos pequenos parasitas, é possível que o papel deles também seja o de transferir informações genéticas entre si.

Os comentários de Davies sobre vida extraterrestre foram feitos depois de um estudo recente ter sugerido que sinais de vida poderão ser detectados além do nosso sistema solar possivelmente daqui a dois ou três anos. O escritor, que defende a ideia de que os humanos deveriam colonizar outros mundos, afirma que a parte mais difícil disso é saber “qual a microbiologia que você teria que usar”.

Finalmente, sobre a possibilidade de acabarmos trazendo vírus extraterrestres para a Terra, Davies lembra que os vírus mais perigosos "são aqueles que estão intimamente adaptados a seus hospedeiros”. Ou seja, se um vírus alienígena vier para o nosso planeta, com uma remessa de rochas, por exemplo, é possível que nem de longe ele seja perigoso, conclui o astrobiólogo.

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