Implante cerebral permite que tetraplégico escreva com o cérebro

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Imagem: Science Photo Library/Pasieka/Getty Images

Um dispositivo experimental que converte pensamentos em texto, divulgado quarta-feira (12) na revista Nature, pode representar uma revolução no tratamento das paralisias totais por lesões na coluna. Implantado no cérebro de um homem tetraplégico, o aparelho permitiu que ele conseguisse escrever cartas na tela de um computador simplesmente usando sua imaginação.

O homem, que foi capaz de digitar cartas com 95% de precisão, não é capaz de falar ou mover nem seus braços e nem suas pernas, após um acidente doméstico que o deixou completamente paralisado. Sem nenhuma perspectiva de cura, o homem se ofereceu para participar do estudo de um sistema experimental chamado BrainGate2 que permite que paralisados controlem dispositivos com o pensamento.

O sistema consiste na implantação cirúrgica de eletrodos dentro do crânio, na região acima do córtex cerebral que controla o movimento. Assim que o implante foi concluído, cientistas pediam ao voluntário que se imaginasse escrevendo cartas à mão, enquanto um computador monitorava a atividade elétrica do seu cérebro.

Como funciona o implante cerebral?

Conforme explicou o coautor da pesquisa, Krishna Shenoy, à emissora NPR: “Podemos determinar se a letra que você escreveu é A, B ou C e, em seguida, colocá-la na tela, e você será capaz de soletrar palavras e frases e assim por diante, uma letra de cada vez”. O professor Shenoy é neurocientista e neuroengenheiro da Universidade de Stanford.

Em experimentos anteriores, os participantes usavam os pensamentos para “apontar e clicar” letra por letra, mas o novo sistema utilizado se baseia em pensamentos familiares ao emissor, o que permite ao voluntário utilizá-lo de forma quase instantânea.

Segundo o diretor da Iniciativa BRAIN, dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos EUA, John Ngai, quando essa ideia de decodificar a atividade cerebral foi apresentada aos centros de pesquisa para financiamento, ele pensou que era “meio ficção científica”. Cinco anos depois, a percepção é de que se trata de um enorme avanço da ciência, afirma ele.

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