Devolver o movimento a pessoas com paralisia está cada vez mais perto

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Imagem: University of Washington

Ver pessoas permanentemente paralisadas por acidentes que danificaram sua espinha pode se tornar coisa do passado dentro de alguns anos, se depender de uma tecnologia em desenvolvimento pelo Centro de Engenharia Neural Sensomotor (CSNE). A pesquisa propõe uma ideia que, na teoria, é bastante simples: implantar dispositivos capazes de criar uma “ponte” entre regiões do cérebro ou do sistema nervoso antes isoladas por ferimentos.

O projeto é um esforço conjunto entre diversos grupos, incluindo pesquisadores da Universidade de Washington, MIT e da Universidade Estadual de San Diego. Desde sua criação, o Centro esteve trabalhando na criação de um dispositivo “bidirecional” implantável e que pudesse tanto receber quanto enviar sinais de comandos (como segurar um objeto ou realizar um movimento) para partes específicas do sistema nervoso.

Atualmente, a tecnologia desenvolvida por eles é capaz até mesmo de transmitir a informação dos sinais sem a necessidade de fios. “Nossos dispositivos implantáveis buscam unir tais conexões perdidas, decodificando sinais cerebrais e estimulando a parte apropriada da medula espinhal para permitir à pessoa se mover novamente”, explicou o professor e engenheiro Rajesh Rao.

Não menos impressionante é o fato de que a tecnologia não está limitada à reabilitação de pessoas paralisadas, mas também de vítimas de outras doenças parecidas, como derrames ou outros ferimentos menos significativos na coluna. A ideia é que, com isso, o cérebro e o sistema nervoso tenham a chance de reparar a si mesmo, eventualmente se recuperando dos danos.

Obstáculos e avanços

Todos esses avanços podem parecer promissores, mas ainda há um ponto preocupante para atrapalhar a tecnologia: o sistema desenvolvido por eles funciona o tempo todo, mesmo quando os pulsos não são necessários. Isso resulta não apenas em uma bateria que se esgota mais depressa, pedindo mais cirurgias de reposição, como também pode ter efeitos colaterais perigosos – afinal, pulsos elétricos podem mudar drasticamente o funcionamento cerebral.

Para compensar tais limitações, os pesquisadores do CSNE estão desenvolvendo versões mais inteligentes do dispositivo, capazes de identificar um comando e de enviar estímulos apenas quando necessário.

A criação de algo assim certamente seria um desafio e tanto, dados os custos de desenvolvimento extras, mas parece que esse não será um problema: a Fundação Nacional de Ciência adicionou 16 milhões de dólares em financiamento para a tecnologia, que deverão auxiliar o CSNE pelos próximos quatro anos.

Ainda há um longo caminho a ser percorrido, é claro, mas a equipe mostra-se otimista. Segundo eles, a previsão é de que eles já tenham demonstrações de provas de conceito para essa tecnologia funcionando em humanos dentro dos próximos cinco anos – é um espaço de tempo pequeno, considerando que algo assim mais parecia pertencer apenas aos filmes de ficção científica até pouco tempo atrás.

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