Ciência

NASA demole plataforma de lançamento da missão Apollo

A estrutura, que fica em Cabo Canaveral, na Flórida, também foi usada pelo antigo ônibus espacial americano

Avatar do(a) autor(a): André Luiz Dias Gonçalves

21/01/2021, às 11:00

NASA demole plataforma de lançamento da missão Apollo

Fonte:  CollectSpace/Reprodução 

Imagem de NASA demole plataforma de lançamento da missão Apollo no tecmundo

Uma das três enormes plataformas de aço utilizadas pela NASA para lançar as missões Apollo e o antigo ônibus espacial americano está sendo demolida. E o motivo é bem simples, de acordo com o site collectSPACE: a falta de lugar no Centro Espacial Kennedy, na Flórida.

Também conhecida como Mobile Launch Platform-2 (MLP-2), a plataforma foi o ponto de partida de dezenas de missões espaciais entre os anos de 1968 e 2011. Entre elas, vale destacar o lançamento da Apollo 14, em 31 de janeiro de 1971, levando os astronautas Alan Shepard, Stuart Roosa e Edgard Mitchell até a superfície da Lua.

Outro voo marcante que partiu dela foi a missão STS-51-L, em 28 de janeiro de 1986. Levando um satélite e equipamentos para a realização de experimentos em órbita, o ônibus espacial Challenger acabou explodindo no ar poucos segundos depois do lançamento, matando os sete tripulantes a bordo da nave.

O já aposentado ônibus espacial foi lançado diversas vezes na MLP-2.O já aposentado ônibus espacial foi lançado diversas vezes na MLP-2.

Em entrevista à publicação, o gerente de projeto do MLP-2 Scott Tenhoff disse que a demolição da antiga plataforma tem a ver com a construção de um novo modelo de estrutura, já alinhado às necessidades das futuras missões da NASA. “Para construir o Mobile Launcher 2 (nova versão), algo tinha que acabar”, comentou.

Partes da estrutura podem ser preservadas

A estrutura, que mede 8 metros de altura, 48 metros de comprimento e 41 metros de largura, está sendo demolida com o uso de escavadeiras equipadas com tesoura hidráulica. Segundo Tenhoff, ela terá o tamanho reduzido de cima para baixo e de fora para dentro, até estar completamente destruída.

O trabalho de demolição deve durar em torno de um mês, mas antes de ser encerrado é possível que algumas partes da estrutura sejam preservadas, devido ao seu valor histórico. A agência espacial americana ofereceu pedaços da plataforma para alguns museus, mas ainda não obteve respostas deles.

O processo de demolição deve ser concluído em até um mês.O processo de demolição deve ser concluído em até um mês.

Já as outras duas plataformas clássicas do complexo não devem ter o mesmo destino do MLP-2, pelo menos por enquanto. O MLP-1 está ganhando blocos de concreto para simular a massa do novo Sistema de Lançamento Espacial (SLS), com o qual acontecerão as próximas missões.

Por sua vez, o MLP-3, usado na decolagem da histórica missão Apollo 11 em 1969, que levou o homem à Lua pela primeira vez e também no último lançamento do ônibus espacial (2011), está sendo convertido para a configuração original, após ser alugado pela empresa Northrop Grumman e modificado para uso em um projeto já finalizado.

Missão Artemis terá novas plataformas de lançamento

Construídas entre 1963 e 1965, as três estruturas foram desenvolvidas com o objetivo de apoiar os lançamentos dos foguetes Saturn V e Saturn IB. Após o fim do programa Apollo, elas passaram por adaptações, se tornando plataformas de lançamento móveis usadas pelo ônibus espacial da NASA.

Pensando nas futuras missões do programa Artemis, que levará a humanidade de volta à Lua e também quer chegar a Marte, a agência trabalha na construção de modernos lançadores móveis, pois as plataformas antigas foram consideradas incapazes de suportar a massa combinada dos foguetes mais recentes e da torre de apoio.

Uma das novas estruturas (ML-1) foi concluída em 2018, enquanto a segunda (ML-2) teve a construção iniciada em julho de 2020. Ao final do projeto, todas as vagas destinadas a esse tipo de plataforma no Centro Espacial Kennedy estarão ocupadas.


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Por André Luiz Dias Gonçalves

Especialista em Redator

Jornalista formado pela PUC Minas, escreve para o TecMundo e o Mega Curioso desde 2019.