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Ciência

Asteroide Apophis ainda pode atingir a Terra, mas só em 2068

Novos cálculos indicam variáveis que aumentam as chances de colisão futura, ainda que sejam muito menores do que as estimadas anteriormente

schedule29/10/2020, às 19:00

Asteroide Apophis ainda pode atingir a Terra, mas só em 2068Fonte:  Reprodução 

Imagem de Asteroide Apophis ainda pode atingir a Terra, mas só em 2068 no tecmundo

Dos poucos objetos espaciais conhecidos que representam ameaça à Terra, um dos mais acompanhados por pesquisadores é Apophis – e novos cálculos indicam que ele ainda tem potencial de colidir com nosso planeta. A partir de observações realizadas com o telescópio Subaru, cientistas se dedicam a analisar um efeito chamado Yarkovsky, que atua como um sistema de propulsão integrado ao corpo celeste e gera pequenos desvios em sua órbita. Dave Tholen, da Universidade do Havaí, é taxativo quanto ao que ele pode fazer: "Com essa alteração, a probabilidade é pequena, mas não inexistente".

As descobertas foram descritas em um artigo apresentado durante o encontro virtual de 2020 da Divisão de Ciências Planetárias da American Astronomical Society. De acordo com as análises, Apophis é o 3° maior perigo (quando se fala do que vem de fora), havendo 1 chance em 150 mil de que ele realmente entre em choque conosco em 12 de abril de 2068 – 0,00067%. Ela pode ser ainda menor, segundo o monitor de impacto NEODyS, que inclui uma taxa de variação nominal de Yarkovsky (1 em 530 mil).

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De qualquer modo, Tholen alerta que é preciso ter cuidado com estimativas muito positivas, já que outras variáveis devem ser consideradas. No pior dos cenários, formado por níquel e ferro, medindo mais de 300 metros de largura (três campos de futebol), seu impacto liberaria o equivalente a uma bomba de TNT de 1.151 megatons – um evento que ocorre 1 vez a cada 80 mil anos por aqui.

Chances de colisão são pequenas, mas existem.Chances de colisão são pequenas, mas existem.

Contagem regressiva

As expectativas já foram piores, pois, quando descoberto, em 2004, especialistas projetaram 2,7% de chances de que o Apophis aterrissasse em nosso lar. Entretanto, tudo muda o tempo todo, pois asteroides estão diretamente expostos à luz solar, absorvendo energia e redirecionando calor ao Universo, o que resulta no aumento de suas velocidades e em alterações de suas trajetórias.

"A luz irradiada de um corpo dá a ele um pequeno, minúsculo empurrão. O lado mais quente de um asteroide empurra um pouco mais forte do que o lado mais frio, porque o lado mais quente emite mais luz (em comprimentos de onda infravermelhos invisíveis), então há uma força não gravitacional agindo no corpo", explicou Tholen, que dá atenção especial à rocha há 16 anos com sua equipe. "É uma força tão pequena que não é perceptível para objetos maiores, mas, quanto menor o objeto, mais fácil é de detectar o efeito", ele complementou. Além disso, o poder gravitacional, claro, deve ser levado em conta.

Observações realizadas em janeiro e março deram os detalhes necessários para as novas previsões e, quando Apophis se aproximar da Terra, em 2029, o nosso planeta exercerá influência sobre ele. Sendo assim, daqui a 9 anos, poderemos ter uma ideia melhor se o fim, ao menos esse, está próximo.