Review: caixa de som Bluetooth Multilaser Float

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Caixas de som wireless fazem muito sucesso no Brasil. Há quem não goste de usar fones de ouvido em casa e prefira apelar para esses gadgets que, embora sejam pequenos e portáteis, são capazes de produzir sons altos. Além disso, esses produtos também são de grande utilidade nos momentos em que você deseja juntar os amigos e fazer uma festinha em casa.

O mercado está recheado de boas opções de speakers Bluetooth, e é um tanto difícil ver um novo modelo trazendo alguma grande inovação para a categoria. Todos são parecidos, com visuais semelhantes, funções que todo mundo já conhece e baterias com capacidades parecidas. E foi pensando nisso que a Multilaser resolveu apresentar um eletrônico bastante curioso para tentar conquistar os consumidores brasileiros.

Anunciado em julho e lançado neste mês, o Float é, de acordo com a própria companhia, a primeira caixa de som sem fio capaz de flutuar. É isso mesmo: ela flutua. E gira. E custa R$ 599. Natural que haja certo estranhamento ao observar o produto pela primeira vez. O TecMundo teve a oportunidade de passar algumas semanas testando o modelo e agora é capaz de contar para você se vale a pena ou não investir nessa novidade peculiar.

Embalagem e design

A apresentação do Multilaser Float é bem bacana. O produto chega ao consumidor em uma embalagem rígida que, ao ser aberta, revela o speaker e a fonte de energia da base, devidamente acomodados em espuma. Logo abaixo, também protegidos em uma grossa moldura de espuma, se encontra a base do dispositivo e um manual de instruções bastante direto (não espere encontrar informações detalhadas sobre o gadget neste livreto).

É ridiculamente difícil fazer com que o Float flutue.

Desnecessário dizer que o design da caixa é sua principal característica. O modelo se destaca nas gôndolas justamente por conta de sua capacidade de levitar. Para que a mágica aconteça, é necessário ligar a base magnética na tomada (usando a fonte que acompanha o produto) e cuidadosamente posicionar o speaker em seu centro. As luzes presentes no suporte se acendem para dizer se você precisa ajeitá-la mais para a esquerda, direita etc.

Acredite: é ridiculamente difícil fazer com que o Float flutue. Fizemos até mesmo uma espécie de gincana aqui na redação para ver quem conseguiria realizar essa proeza no menor tempo possível. É necessário muito treino para ter sucesso nessa missão, visto que posicionar o speaker esférico alguns poucos centímetros mais distantes do centro da base é o suficiente para que ele “escorre” e grude nos poderosos ímãs ao redor do suporte.

Um speaker ou um objeto de decoração?

Novamente, o visual do Float é seu grande diferencial, e não podemos discordar que o produto chama atenção em qualquer lugar em que ele esteja posicionado. O speaker atrai olhares curiosos com facilidade. Quando ligada, a esfera acende algumas luzes de seu corpo – algumas no exterior e outras em seu interior. Além de levitar, o modelo ainda gira lentamente durante a reprodução de músicas.

Vale observar que a caixinha de som pode ser usada normalmente fora da base, mas, com isso, perde-se a maior graça do produto. Consideramos um pouco inconveniente a necessidade de o suporte estar sempre ligado à tomada para que ele tenha a força magnética para fazer a esfera flutuar – não será possível usá-lo longe de uma fonte de energia, o que acaba deixando a brincadeira um tanto limitada.

Pareamento e qualidade de som

Para conectar o Float ao seu dispositivo móvel (que pode ser de qualquer modelo e sistema operacional), é necessário antes de tudo ligá-lo mantendo o botão “Power” pressionado durante alguns segundos. Em seguida, o usuário precisa também segurar o botão de paramento – identificado pelo símbolo da tecnologia Bluetooth – para que o speaker possa aparecer na lista de dispositivos wireless disponíveis em seu smartphone ou tablet.

Importante observar aqui que o gadget possui sérios problemas com sua antena Bluetooth. Durante nossos testes, o simples ato de mover o celular (mesmo dentro do campo de alcance do produto, que é de 10 metros) fez com que a conexão entre os eletrônicos fosse perdida. Para garantir uma reprodução de músicas sem interrupções, é essencial tentar manter seu smartphone parado no mesmo lugar.

E falando na reprodução de músicas, vale observar que a qualidade de som do Float é simplesmente “ok”. O áudio fica um pouco distorcido e com alguns chiados quando você aumenta demais o volume. Os 10 watts RMS oferecidos pelo speaker são o suficiente para animar aquela festinha com os amigos na sua casa, mas somente se você não ligar muito para a qualidade de som das músicas reproduzidas.

Autonomia da bateria

O Multilaser Float possui uma bateria de lítio com 1.500 mAh de capacidade – um valor bastante superior caso comparado com alguns concorrentes do segmento. Isso reflete na autonomia energética do dispositivo, que consegue aguentar mais de dez horas de reprodução contínua de músicas. Para recarregar a caixa de som, basta conectá-la à base através de um cabo USB, que está incluso na embalagem.

Gostamos bastante desse esquema de recarga, já que ele dispensa a necessidade de mover a esfera flutuante para longe do suporte na hora de encher sua bateria. Vale observar, porém, que o speaker não funciona enquanto estiver sendo recarregado: ele simplesmente desliga sozinho ao ser conectado na base via cabo USB, o que é um ponto negativo que consideramos bastante chato.

Vale a pena?

É um tanto complicado “aprovar” um speaker Bluetooth que custa R$ 599 e não apresenta uma série de recursos presentes em caixas de som mais baratas disponíveis no mercado. Além de não ter uma qualidade de áudio boa o suficiente para agradar aos consumidores mais exigentes, o Float não possui, por exemplo, uma entrada P2 para conexão direta com um dispositivo emissor de áudio e controle de volume integrado.

O valor exacerbado do produto justifica-se somente pelo fato de que ele flutua.

Se formos mais críticos, poderíamos requerer ainda um slot para cartão micro SD, um microfone para atendimento de chamadas telefônicas e receptor de rádio FM, coisas que você encontra em modelos que custam menos da metade do preço deste gadget (como a Vizio SoundBox, que custa R$ 199, e a PC Yes! Sensation, que pode ser encontrada por cerca de R$ 150 em lojas varejistas online).

O valor exacerbado do produto justifica-se somente pelo fato de que ele flutua e possui um impacto visual inegavelmente superior a qualquer outro speaker Bluetooth disponível no mercado brasileiro. De fato, é muito divertido fazer o Float flutuar e vê-lo girar enquanto toca suas canções prediletas, mas será que vale mesmo a pena gastar R$ 600 apenas para ter essa “peça de decoração” na sua mesa?

A menos que você tenha muito dinheiro sobrando, é bem capaz que a resposta seja “não” – até porque o Float nada mais é do que uma caixa de som chinesa que pode ser encontrada na Amazon por US$ 119 (cerca de R$ 420), que ainda é um preço alto para o que o produto oferece. Dessa forma, fica muito difícil aprovar a novidade da Multilaser.

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