Gênio asiático: tudo sobre Lei Jun, o “Steve Jobs chinês”

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Sem se importar com os olhares atentos de um público composto por incontáveis jornalistas, parceiros e fãs de sua própria marca, ele sobe no palco vestindo calças jeans e uma simplíssima camisa social. Não se engane: as similaridades entre Steve Jobs e Lei Jun, fundador e CEO da Xiaomi, vão muito além do jeito de se vestir.

O empreendedor chinês, que atualmente é o sexto homem mais rico da China (e figura dentro do top 100 a nível global), nasceu em 16 de dezembro de 1969 na província de Hubei. Em 1991, formou-se em ciências da computação na Universidade de Wuhan, considerada por muitos como a instituição acadêmica mais respeitada em todo o território chinês.

Já no ano seguinte, começou a trabalhar para a Kingsoft, atualmente famosa pela sua suíte de programas de escritório (WPS Office, anteriormente conhecida como Kingsoft Office). Não demorou muito para que seu talento fosse reconhecido: o executivo passou a ocupar o cargo de CEO da companhia em 1998, e, embora tenha renunciado sua posição em 2007 por “questões de saúde”, retornou posteriormente como diretor-executivo.

Muito além da Xiaomi

O espírito empreendedor de Lei Jun surgiu pela primeira vez em 2000, quando o asiático fundou a Joyo.com, uma loja online de livros. A invenção fez tanto sucesso que acabou sendo comprada por ninguém menos do que a divisão chinesa da Amazon, que pagou US$ 75 milhões pela plataforma e a transformou em Amazon.cn (que, naturalmente, está no ar até hoje vendendo livros para o público asiático).

E o currículo não para por aí. Lei Jun também é chairman da UCWeb (empresa responsável pelo popular navegador UC Browser) desde 2008, além de ser conselheiro da YY, uma famosa rede social chinesa que funciona de uma forma semelhante aos serviços norte-americanos Ustream e Twitch. Porém, a vida do executivo decolou de vez em abril de 2010, quando ele decidiu fundar a Xiaomi ao lado de sete parceiros.

Uma estratégia vencedora

Embora não goste de ser comparado com o fundador da Apple, Lei Jun não esconde sua admiração por Steve Jobs. Em uma recente entrevista ao site Tech in Asia, o empresário afirmou que Jobs “moldou a forma como o mundo utiliza os celulares e a internet móvel”. Porém, Jun adota uma estratégia de mercado bastante diferente da Maçã, e talvez seja por isso que a Xiaomi se tornou a quarta maior fabricante de smartphones do mundo em apenas cinco anos.

A Xiaomi se tornou a quarta maior fabricante de smartphones do mundo em apenas cinco anos.

Em vez de transformar seus dispositivos em verdadeiras “joias” adoradas e desejadas por todos, a companhia prefere vendê-los por um preço acessível, mas sem abrir mão da qualidade.

Sua principal forma de cortar custos – que acaba fazendo muita diferença no valor final do produto – é comercializando seus produtos exclusivamente através de sua loja virtual própria, sem ter que arcar com os altos custos de colocar um gadget no varejo.

Além disso, Jun acredita ser algo importante ouvir o que seus usuários têm a dizer, e é exatamente por isso que o MIUI (sistema operacional baseado no Android e que equipa todos os celulares da marca) possui um ciclo de desenvolvimento praticamente colaborativo, visto que seus desenvolvedores sempre consultam os internautas antes de aplicar mudanças e lançar novas builds.

Um ícone da tecnologia chinesa

Atualmente, aos 45 anos de idade, o patrimônio líquido de Lei Jun está estimado em US$ 13,3 bilhões. O executivo também já recebeu inúmeras premiações e é constantemente referido como um dos ícones da tecnologia chinesa, ao lado do igualmente bem-sucedido Jack Ma (fundador do grupo Alibaba, mantenedor do AliExpress).

Embora os produtos da Xiaomi estejam fazendo um sucesso absurdo no mundo inteiro, podemos dizer que o principal feito de Jun foi fazer com que o próprio mercado chinês – que sempre hipervalorizou a tecnologia estrangeira – se orgulhasse de um produto feito nacionalmente de tão alta qualidade.

Em sua terra natal, a marca já ultrapassou a Apple e se tornou a maior vendedora de telefones da China. Agora só falta ver se ela consegue fazer o mesmo no restante do mundo – algo que Jun com certeza não terá medo de tentar.

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