Xiaomi Redmi Note 4: review/análise

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A Xiaomi tem uma série de bons smartphones intermediários no seu catálogo, mas, quando esteve no Brasil, a companhia chinesa se limitou a lançar dois modelos de entrada que realmente não agradaram aos consumidores que estavam animados com a vinda da empresa para cá. Com essa decepção, veio o baixo número de vendas e, e por isso, a empresa parou de comercializar aparelhos no nosso país.

Contudo, você ainda tem a possibilidade de adquirir um dispositivo da Xiaomi. Basta fazer a importação por sites como GearBest e outros. Se você está disposto a passar por esse tipo de procedimento, confira a nossa análise do Redmi Note 4, dessa marca chinesa, e entenda o porquê de tantos brasileiros estarem interessados nele e em outros aparelhos vindos diretamente da Ásia via importação.

Mas, antes de começarmos, é interessante ressaltar que existem duas versões distintas do Redmi Note 4. O modelo chinês possui processador MediaTek Helio X20, e o global vem com Snapdragon 625. Cada um deles dispões de uma variedade de opções de cor, de RAM e de armazenamento, mas nós recomendamos que você foque nos modelos globais, uma vez que contam com mais frequências 4G e, por conta do processador, melhor autonomia de bateria.

Poder de fogo

O Redmi Note 4 com chip MediaTek se saiu muito bem nos nossos testes de benchmark e conseguiu uma pontuação significativamente superior à dos seus concorrentes, como Moto Z Play, Galaxy A7 (2017) e ZenFone 3 Zoom. Contudo, no desempenho cotidiano, jogando games e executando apps mais básicos, o celular funcionou da mesma forma que esses adversários. Não há uma diferença prática muito relevante.

De qualquer forma, nós esperamos que a versão global tenha praticamente resultados iguais aos do Moto Z Play ou do ZenFone 3 Zoom por conta do chip, que é o mesmo na comparação com esses aparelhos. Contudo, só recebemos para testes a versão chinesa, com MediaTek.

Seja como for, é possível jogar games de corrida, como Horizon Chase e Need For Speed Most Wanted, que contam com altas taxas de frames por segundo, sem nenhum tipo de engasgo ou comprometimento na qualidade gráfica. Claro que jogos mais pesados vão demorar mais para carregar na comparação com os modelos top de linha do mercado, mas isso é uma condição esperada nessa categoria.

Benchmarks (versão MediaTek)

O teste Ice Storm Unlimited, do 3D Mark, é utilizado para fazer comparações diretas entre processadores e GPUs. Fatores como resolução do display podem afetar o resultado final. Quanto maior a pontuação, melhor é o desempenho.

Um dos aplicativos de benchmark mais conceituados em sua categoria, o AnTuTu Benchmark 6 faz testes de interface, CPU, GPU e memória RAM. Os resultados são somados e geram uma pontuação final. Quanto maior a pontuação, melhor é o desempenho.

O Vellamo Mobile Benchmark aplica dois testes ao aparelho: HTML5 e Metal. No primeiro deles é avaliado o desempenho do celular no acesso direto à internet via browser. Já no teste Metal, o número final indica a performance do processador. Quanto maior a pontuação, melhor é o desempenho.

Visual metálico

O design do smartphone da Xiaomi é legal e bem neutro. Ele não foi feito para chamar atenção e, para muitas pessoas, isso ótimo. A sua carcaça metálica oferece uma boa pegada mesmo o celular tendo uma tela de 5,5’’. Isso se deve ao fato de as bordas da traseira serem um pouco curvadas para aumentar a superfície de contato com a mão do usuário.

O dispositivo passa uma sensação de rigidez e segurança

Fora isso, o dispositivo passa uma sensação de rigidez e segurança, dando a entender que seu corpo não vai sofrer muitos danos em uma queda qualquer. Mesmo assim, não é bom abusar. O aparelho não possui proteção Gorilla Glass na parte da frente, o que é um contra relativamente preocupante, uma vez que não sabemos qual é a fabricante do vidro utilizado nem temos informações mais concretas sobre sua resistência.

Seja como for, em nossos testes, o aparelho conseguiu sobreviver sem qualquer risco por duas semanas de uso, sem capa ou qualquer outra proteção. É pouco tempo, nós sabemos, mas muitos telefones já registraram danos em períodos menores do que esse. Bons exemplos seriam o Quantum MUV Pro e o Xiaomi Mi Note 2, que terminaram nossos testes com algumas marcas indesejadas.

Uma boa tela

O Redmi Note 4 não tem a melhor tela da categoria, mas ela não é ruim, é intermediária. Estamos falando de um display com tecnologia IPS LCD que mede 5,5’’ na sua diagonal e tem resolução Full HD. Com essas medidas, a densidade de pixels por polegada chega a 401 ppi, o que é muito bom para esse tipo de aparelho.

A reprodução das cores é boa para a categoria, bem como o nível de brilho. Contudo, quando comparado a displays como o Super AMOLED do Galaxy A7 (2017), o do Redmi fica bem apagado. Portanto, apesar de contar com um bom nível de brilho para o dia a dia, fica claro que ele não é excelente nesse departamento, o que é mais do que bom para um gadget que custa metade do que seus principais concorrentes.

Software melhorado

Esse celular da Xiaomi, assim como todos os outros da empresa, conta com a interface MIUI sobre o Android. Contudo, existem algumas diferenças no software desse dispositivo aqui em comparação ao Mi Note 2, que testamos há algumas semanas. A mais notável é a tradução bem-feita para o português, que no outro aparelho era sofrível. Mesmo assim, visualmente falando, você praticamente não nota diferenças.

Estamos falando de uma interface com visual bastante agradável, minimalista e com boa iconografia. Os movimentos e animações são bem suaves e acompanham com agilidade os movimentos feitos pelo usuário. Não há exageros em brilhos ou outros elementos bregas, como fazem Asus, LG e Samsung, mas é necessário comentar que se trata de um software bem diferente do Android tradicional puro.

Não há gaveta de apps para esconder a bagunça das suas telas iniciais

Para começar, não há gaveta de apps para esconder a bagunça das suas telas iniciais. Dessa forma, você é obrigado a organizar tudo em pastas, o que não é lá muito interessante para usabilidade prolongada. Imagine começar a procurar um aplicativo de pasta em pasta até encontrá-lo? Contudo, o único problema real, que não pode ser contornado com a instalação de um launcher alternativo, é a questão da área de notificações.

Você não consegue expandir as notificações por padrão nem as responder em linha. O agrupamento de alertas de um mesmo app é precário, e o movimento para eliminar itens específicos dali não é tão fácil quanto poderia ser. Por fim, os ícones dos apps com notificações não são exibidos no topo do display. Você tem que baixar a barra ou ir procurando em cada item nas suas telas as bolinhas vermelhas com números. Nada muito prático.

Tirando isso, a MUIU é uma das melhores personalizações do Android. Ela é cheia de recursos legais, por exemplo, a possibilidade de clonar apps e usar duas contas diferentes em ferramentas como WhatsApp e Facebook, que não permitem logins múltiplos. Além do mais, os aplicativos do sistema que já vêm pré-instalados são muito bem-feitos e bons de usar. É interessante destacar ainda que a quantidade de crapware não é tão agressiva quanto o que vemos em smartphones da Samsung e da Asus.

Fotografia

Esse celular certamente não é o melhor aparelho da categoria para fotografia, mas ele consegue fazer boas capturas. Você só percebe as fragilidades do sensor quando dá um zoom em uma foto já tirada e nota que o foco não é muito preciso. Ainda assim, o modelo consegue representar as cores com certa fidelidade, mas não dá aquele efeito vivo que vemos nas imagens registradas com o Galaxy A7 (2017), por exemplo.

Na nossa opinião, o Z Play consegue fotos mais nítidas, mas peca na saturação frente ao Redmi Note 4. Já o ZenFone 3 Zoom é quase sempre superior na captura de imagens em praticamente qualquer condição de luz.

Ainda assim, o modelo da Xiaomi consegue um desempenho melhor que o esperado em fotos noturnas. Nada incrível, porém realmente impressionante para um gadget tão barato.

O sensor frontal faz fotos com mais ou menos a mesma qualidade na questão de cor e nitidez, mas vem com o modo de embelezamento ligado por padrão no app de câmera. Isso deixa as selfies muito artificiais. Nós recomendamos que você desligue o recurso antes de usar.

Para captura de vídeo, o aparelho fica bem na média. Para um celular sem estabilização óptica, até que faz um bom trabalho.

Autonomia complicada

Bateria é um tópico complicado para o Redmi Note 4. Isso porque existem versões com processadores diferentes, o que gera uma boa discrepância na autonomia de uso. O modelo que recebemos para testes veio com o Helio X20 da MediaTek, que é focado em desempenho a qualquer custo. Tanto é que ele tem dez núcleos. O modelo internacional conta com o Snapdragon 625, o mesmo presente no ZenFone 3 Zoom e no Moto Z Play. Como esses dois são conhecidos pela boa autonomia de bateria, acreditamos que o Redmi Note 4 que carrega esse chip da Qualcomm também seja.

Essa é a nossa esperança, na verdade, porque a célula de 4.100 mAh desse celular não dura praticamente nada nas mãos do Helio X20. No nosso teste de execução contínua de vídeo, o Redmi durou apenas 6 horas e 15 minutos.  Nas mesmas condições, o concorrente da Asus fez 12 horas e meia, exatamente 100% a mais, o dobro. Detalhe que esse dispositivo tem apenas 21% a mais de capacidade de carga, marcando 5.000 mAh. Curioso, não?

Mas isso é em situação de estresse. No cotidiano, o aparelho, mesmo com chip MediaTek, dura um dia inteiro longe da tomada sem qualquer dificuldade. Mesmo fazendo uso moderado. Contudo, se você não plugar durante a noite, ele vai amanhecer desligado ou quase desligando. A expectativa é que o modelo global aguente um dia e meio.

Extras

Não temos muito o que dizer acerca do áudio desse smartphone. Para a sua categoria, ele está OK, uma vez que todos os modelos similares ficam com distorções nos volumes mais altos, o que acaba se repetindo aqui. Fora isso, é bem fácil tapar a saída de som com os dedos ao ver um vídeo ou jogar algum game na horizontal.

Um detalhe que pode ser importante para algumas pessoas: esse celular não vem com fones de ouvido na caixa.

É legal comentar ainda que o Redmi Note 4 é dual-SIM, mas tem aquela gaveta compartilhada com micro SD. Essencialmente, estamos falando de um “dual-SIM fake”, já que não é possível usar os dois números de operadora ao mesmo tempo que se expande a memória do aparelho.

Por fim, caso você tenha ficado preocupado, é bem provável que o modelo global não venha com essas estampas de operadora na parte traseira, como esse nosso exemplar aqui.

Vale a pena?

A versão internacional do smartphone, com processador Snapdragon 625 e 32 GB de memória interna, custa atualmente algo em torno de US$ 170 ou US$ 180 na GearBest. Em moeda nacional, isso dá mais ou menos uns R$ 560. Mesmo que a alfândega brasileira aplique os famigerados 60% de imposto sobre esse celular, você ainda vai pagar uns R$ 900. Mas, como valores mais baixos normalmente são taxados com menos imposto, é bem possível que você consiga esse modelo por menos ainda.

Ou seja, você está comprando um dispositivo com hardware similar ao do Moto Z Play e ao do Galaxy A7 (2017) por menos de R$ 1 mil. Não precisa nem dizer que vale muito a pena, não é? Se você quiser 64 GB de espaço, é possível encontrar o Redmi Note 4 por uns R$ 1 mil ou R$ 1.050, já contando o imposto máximo. Ainda assim, um precinho bem camarada.

Os únicos problemas desse aparelho são a importação e a ausência de assistência técnica especializada por aqui. Contudo, caso seu produto chegue estragado ao Brasil, a GearBest aceita a devolução em até três dias úteis, e você não fica no prejuízo. Por tudo isso, podemos dizer que esse intermediário da Xiaomi está valendo cada centavo que você vai pagar por ele.

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