Imagem de Marvel vs. Capcom: Infinite
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Marvel vs. Capcom: Infinite

Nota do Voxel
80

Marvel vs. Capcom: Infinite surpreende com uma ótima jogabilidade

Marvel vs. Capcom: Infinite é um game que chegou às lojas com alguns objetivos bem difíceis de completar. Não somente ele tem a responsabilidade de dar prosseguimento a uma série de luta amada, como ele carrega o peso dos erros que a Capcom fez com Street Fighter V, incluindo uma baixa quantidade de personagens e um sistema de DLCs um tanto controverso.

De certa forma, o game é uma resposta direta aos erros do passado, trazendo um modo história completo, uma opção arcade e um modo online que realmente funciona. Em contrapartida, uma trama no máximo “mediana” e uma apresentação um tanto “sem graça” fazem com que o título dificilmente vá conseguir atrair o público casual desejado por seus desenvolvedores.

No entanto, quem conseguir deixar de lado os aspectos técnicos um tanto fracos vai encontrar um game que é bem-sucedido em ser acessível ao mesmo tempo em que possui uma grande profundidade. Entre falhas e acertos, a Capcom mostra que não “perdeu a mão” e ainda sabe fazer um grande jogo de luta — mesmo que isso fique escondido debaixo de camadas que não deixam uma impressão muito positiva.

Apresentação que deixa a dever

Em sua versão final, Marvel vs. Capcom: Infinite é um jogo muito mais bonito do que vemos em demonstrações e em builds anteriores, mas isso não significa que ele seja atraente. Isso se deve principalmente ao estilo visual adotado pela desenvolvedora, que pode ser definido muito pelo termo “sem graça”.

Chun-Li

Enquanto Ultimate Marvel vs. Capcom 3 traz uma contagem menor de polígonos e uma engine mais limitada, as técnicas de cell shading usadas nele fazem com que ele seja mais atraente do que Infinite. O capítulo atual optou por visuais mais “realistas” que, na prática, resultaram em personagens que lembram muito bonecos de plástico encontrados em qualquer loja de brinquedos.

A escolha por falar desse aspecto do jogo se deve tanto ao fato de ele ter sido o principal alvo de críticas durante o processo de desenvolvimento quanto por essa ser a primeira características que os jogadores vão notar. Em um cenário marcado por opções mais atraentes como Injustice 2Guilty Gear XRD – Revelator e o futuro Dragon Ball FighterZ, é difícil recomendar Marvel vs. Capcom: Infinite como o “único jogo de luta” de alguém baseado somente em suas características estéticas.

A trama é no máximo mediana

Da mesma forma, o modo história — claramente feito para atrair o pessoal mais “casual” que não vai partir direto para o multiplayer ou para o online — não é exatamente um ponto alto. A trama é no máximo mediana, e muitos personagens aparecem simplesmente “para constar”, muitos deles totalmente fora de contexto (Dormammu e Firebrand sendo alguns dos exemplos mais evidentes).

A aventura até traz alguns momentos com bom potencial, como quando Hulk e Ryu tem que evitar que uma cidade seja destruída e as referências a Mega Man X em seu adversário final, mas o resultado final é somente mediano. Em outras palavras, você provavelmente não vai querer repetir a história por uma segunda vez após chegar até seu final.

Sistemas acessíveis e complexos

Diante das críticas feitas nos parágrafos anteriores, você pode estar questionando o motivo pelo qual a nota 80 aparece logo abaixo deste texto. E eu explico: mesmo deixando uma primeira impressão negativa, Marvel vs. Capcom: Infinite é extremamente competente do ponto de vista mecânico — e, ouso dizer, supera Ultimate Marvel vs. Capcom 3 nesse sentido.

Gamorra

A principal qualidade do jogo é conseguir ser acessível sem que isso o tornasse “burro” ou que isso implicasse em uma diminuição de sua complexidade. Explico: enquanto até mesmo os jogadores mais casuais vão conseguir aprender alguns combos básicos e usar poderes especiais, é preciso uma bela quantidade de treino para aprender as táticas mais complexas e descobrir as melhores combinações de personagens.

é preciso uma bela quantidade de treino para aprender as táticas mais complexas

Os X-Men sem dúvida fazem falta, mas os lutadores disponíveis fazem um bom trabalho em oferecer os diferentes papeis esperados em um game de luta. Há desde a montanha de músculos lenta e resistente (Hulk) até o personagem rápido, mas com alcance curto (Rocket Racoon) e aquele que traz uma jogabilidade mais equilibrada (Ryu), só para citar alguns dos arquétipos encontrados.

A escolha por oferecer duplas de personagens no lugar dos trios da edição anterior faz com que seja ainda mais importante decidir por um time equilibrado, e a diminuição no ritmo faz com que as coisas continuem caóticas, mas um pouquinho mais fáceis de acompanhar. Entendo que muita gente vai reclamar da diminuição da importância das assistências, mas vejo isso como algo positivo por estimular mais momentos de “luta”.

Mega Man X e Zero

A Capcom também acertou ao eliminar mecânicas como o “X-Factor”e  ao adicionar as seis Joias do Infinito ao game. Enquanto a eliminação da primeira contribui para que o game abandone aquele esquema “quem apanhar primeiro morre” de Marvel 3, a segunda mecânica contribui para a criação de estratégias variadas, já que cada joia traz vantagens próprias que propiciam estratégias diferentes.

Também é possível usar uma série de “assistências” que incluem um sistema de combos automático, o acompanhamento fácil de personagens jogados para o ar e até mesmo um sistema de poderes especiais facilitado. No entanto, aconselho desligar isso o quanto antes para não criar maus hábitos que podem prejudicá-lo muito na hora de “jogar a sério”.

Muito treino é necessário

Embora os veteranos de Marvel 3 vão se “sentir em casa” com alguns dos personagens que retornam, ainda assim vale a pena gastar um tempinho no modo de treino do game. Tal qual Street Fighter IV, o título traz um modo de Missões muito útil para aprender as combinações e características de cada um dos 30 personagens disponíveis.

Seleção de personagens Marvel

O processo começa simples, com o jogador aprendendo a andar ou a usar magias básicas, mas logo ganha complexidade ao introduzir missões que exigem o uso de diversos comandos seguidos com o timing certo. Caso esse seja seu primeiro contato com jogos de luta, vale a pena gastar algumas horas aqui para aprender algumas habilidades que vão ser bem úteis contra outros jogadores.

Por falar nos conflitos contra pessoas reais, Marvel vs. Capcom: Infinite merece elogios por trazer um netcode excelente que agrada muito quem participa dos duelos online. Se a versão usada como base para essa análise (a de Steam) não foi exatamente beneficiada com uma grande escolha de adversários, quando uma batalha estava disponível ela geralmente era marcada por uma boa conectividade e por um lag de input imperceptível.

As partidas online não conseguem se igualar ao tempo de resposta que você obtém ao jogar localmente contra outra pessoa, mas o trabalho da Capcom não deixa de ser admirável nesse sentido. Se você não tem muitos amigos com o jogo ou quer procurar por adversários mais habilidosos, a opção vai conseguir satisfazer seus desejos com primazia.

Vale a pena?

Sei que muitos não vão acreditar quando digo isso, mas Marvel vs. Capcom: Infinite sem dúvidas é um jogo que consegue fazer justiça à fama adquirida pela série. Ele definitivamente não é um game que eu consideraria bonito, tampouco acredito que alguém vai ter motivos para elogiar seu roteiro, mas, no que importa — que é o gameplay — ele é um jogo muito competente.

Ghost Rider

Caso você consiga ignorar as “camadas negativas” que marcam a primeira impressão deixada por ele, vai encontrar sistemas que combinação acessibilidade e complexidade na medida certa e que proporcionam muitas horas de diversão. Aprender um novo “boneco” é um processo bastante prazeroso, bem como testar as possibilidade oferecidas pelas diferentes Joias do Infinito e a maneira como elas podem beneficiar seu time.

Oferecendo um pacote inicial muito mais completo que o de Street Fighter V (incluindo um modo arcade curto, mas divertido), Marvel vs. Capcom: Infinite é aquele tipo de jogo que assusta em um primeiro momento, mas que merece sua atenção. Quem não é entusiasta do gênero sem dúvida vai preferir um jogo mais bonito ou com uma melhor história, mas quem for adepto do estilo (ou tiver uma curiosidade mais aguçada) vai encontrar no título uma experiência que vale a pena conferir.

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Pontos Positivos
  • Sistemas de batalha ao mesmo tempo complexos e acessíveis
  • A opção por duplas torna as partidas mais fáceis de acompanhar
  • Um netcode excelente nos confrontos online
  • O Modo Missões é ótimo para aprender as mecânicas do game
Pontos Negativos
  • A história principal é, no máximo, mediana
  • Visuais pouco atraentes que causam uma péssima primeira impressão