Software

Pesquisadores criam IA capaz de identificar sinais de racismo

O algoritmo analisa as reações fisiológicas das pessoas em busca de indícios relacionados ao preconceito racial

Avatar do(a) autor(a): André Luiz Dias Gonçalves

07/02/2021, às 06:00

Pesquisadores criam IA capaz de identificar sinais de racismo

Fonte:  Pixabay 

Imagem de Pesquisadores criam IA capaz de identificar sinais de racismo no tecmundo

Pesquisadores da Universidade da Virgínia, nos Estados Unidos, desenvolveram um sistema de inteligência artificial (IA) que é capaz de identificar e quantificar sinais fisiológicos associados ao racismo, tecnologia apresentada em um estudo publicado recentemente no ArXiv.

Na pesquisa, 76 voluntários passaram por um Teste de Associação Implícita, método no qual preconceitos raciais implícitos podem ser detectados com base nas reações das pessoas ao olhar para imagens e palavras que devem ser associadas a expressões como “pele escura”, “pele clara”, “má” e “boa”.

Durante esse teste, foram usaram dispositivos vestíveis como um Apple Watch ou outro tipo de smartwatch, que tinham a função de medir as reações fisiológicas dos participantes ao se depararem com pessoas estranhas e possíveis ameaças, representadas pelas figuras mostradas a eles.

O dispositivo vestível desempenha papel fundamental no estudo, ao coletar os dados referentes às reações fisiológicas dos voluntários.O dispositivo vestível desempenha papel fundamental no estudo, ao coletar os dados referentes às reações fisiológicas dos voluntários.

Em seguida, foi a vez do algoritmo de IA entrar em ação, para analisar as respostas dos voluntários e os dados obtidos pelo relógio inteligente enquanto eles faziam o teste. O objetivo era verificar se uma combinação específica de respostas fisiológicas pode nos mostrar se uma determinada pessoa está experimentando sentimentos involuntários de racismo.

Qual foi o resultado?

De acordo com os pesquisadores da Universidade da Virgínia, a IA desenvolvida por eles foi capaz de prever um “viés implícito de racismo” a partir da análise de sinais fisiológicos com uma precisão de 76,1%.

Essa precisão do algoritmo é considerada baixa, mas levando em conta que a finalidade do estudo não era criar um smartwatch capaz de detectar racistas, o resultado pode ajudar a entender melhor as associações mentais da cor escura da pele com algo negativo e as manifestações fisiológicas desse tipo de reação, como aponta o The Next Web.

Ou seja, a IA não rotula preconceito ou racismo, apenas aponta os "efeitos colaterais" associados a tais condições, embora haja a necessidade de realizar novos testes para confirmar tal capacidade.


Avatar do(a) autor(a): André Luiz Dias Gonçalves

Por André Luiz Dias Gonçalves

Especialista em Redator

Jornalista formado pela PUC Minas, escreve para o TecMundo e o Mega Curioso desde 2019.