Por dentro dos principais datacenters da Terra

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Os centros do Facebook apresentam particularidades bonitas, como luzes azuis (Fonte da imagem: Reprodução/Data Center Knowledge)

Não importa quanto tempo você passa conectado ou o que você mais gosta de fazer na internet, o fato é que você sempre está trocando informações com a rede.

Quando você manda uma foto para o seu álbum do Facebook ou, então, guarda as suas informações em um drive virtual, com certeza imagina que os dados foram enviados para algum lugar, afinal de contas, deve haver um repositório físico para as informações da internet.

Porém, algum dia você já parou para pensar onde é que ficam “guardados” os principais sites da rede? Em que local estão essas páginas com milhões de cadastros, bilhões de acessos mensais e um incontável número de informações?

Datacenters: milhões de terabytes ocupados a cada dia

A resposta das perguntas você já sabe, pois acabou de ler o título acima. Mas deixando as piadinhas de lado, são nos Datacenters (também conhecidos por vários outros nomes, como Computador Central, Centro de Informações, Centro de Dados...) que ficam armazenadas praticamente todas as informações da internet que você acessa o dia todo.

Se você quiser resumir de forma extremamente simples, pode dizer que um centro de informações é uma espécie de HD gigantesco, capaz de guardar incontáveis terabytes.

Estes podem ser “pequenos”, como no caso de empresas privadas e que contam com seus próprios datacenters, ou enormes, como os das grandes corporações que abrem os seus dados para o mundo, Google, Microsoft, Apple, Facebook e muitas outras.

Inclusive, no caso das gigantes da internet, os datacenters são a parte estrutural mais importante dessas companhias e são conhecidos também como “fazendas de servidores” (server farm), isso devido à quantia enorme de equipamentos do tipo ali reunidos.

Milhares de servidores (Fonte da imagem: Reprodução/Time)

Os centros de dados contam com diversos equipamentos supermodernos, como grandes servidores (os corações dessas estruturas), fontes de alimentação ultrapotentes, serviços para administração de emergências e controles avançados de temperatura. Também existem vários dispositivos de comunicação, afinal de contas, as informações ali guardadas precisam ser acessadas de alguma forma.

Assim, quando você está utilizando o seu computador e digita uma URL, como www.tecmundo.com.br, o seu PC entra em contato com o servidor que hospeda o conteúdo do site. Este, por sua vez, envia as informações requisitadas, tudo por meio de uma conexão com a internet.

Isso, é claro, explicando de maneira bastante simples, uma vez que estes datacenters são tão complexos que necessitam de profissionais extremamente gabaritados. Quem deseja trabalhar na área deve não só contar com conhecimentos profundos em tecnologia da informação, mas também em aspectos específicos do funcionamento dos datacenters, como fazem o engenheiro de sistemas, técnico-mestre de instalações, arquiteto de armazenamento, entre outros.

Confira alguns dos principais datacenters do planeta.

Facebook: projetos inovadores

O Facebook conta com mais de 900 milhões de pessoas cadastradas em seu site, utilizando sempre os serviços de forma ativa. Se isso significa uma quantidade gigantesca de informação sendo enviada para o site, imagine então o tamanho dos centros de informação da empresa.

Ampliar(Fonte da imagem: Facebook)

O mais novo datacenter da rede social, localizado em Prineville, no Oregon, Estados Unidos, conta com várias novidades em seus mais de 30 mil metros quadrados. O design das suas estruturas, por exemplo, deve seguir um novo esquema desenvolvido pelo Open Compute Project, um projeto que visa impulsionar a criação de padrões abertos de design de centros de dados.

As exigências de equipamentos especializados – especialmente servidores – é tão grande que a empresa já trabalha desde o ano passado com hardware próprio para os seus datacenters, dispensando fornecedores de peso, como Dell e HP. Imagina perder um cliente como o Facebook?

Datacenters precisam contar com vários mecanismos de resfriamento e abastecimento de energia (Fonte da imagem: Reprodução/Time)

Além disso, a estrutura consome praticamente a mesma quantia de energia que todo o condado em que está inserida. Em contrapartida, o novo centro de informações do Facebook trouxe mais de 210 milhões de dólares para o estado, além de gerar cerca de 230 empregos.

Microsoft – espalhando servidores pelo mundo

O foco da Microsoft pode não ser somente os serviços na nuvem, mas a companhia conta com muitos produtos voltados à internet (mais de 200, segundo a empresa), como o Microsft SkyDrive, além da hospedagem de milhões de contas de email no Hotmail.

E os mais de 1 bilhão de consumidores dos serviços da companhia contam com vários datacenters espalhados pelo planeta, inclusive o maior da América Latina, que fica no Brasil. A ideia da Microsoft é ter pelo menos um em cada região do globo, tudo para garantir maior velocidade no acesso às informações postadas na nuvem.

Já em Chicago, a companhia mantém um dos maiores datacenters do planeta, com mais de 65 mil metros quadrados. Entre as estatísticas do centro de dados, destaca-se a sua eficiência no reaproveitamento de água, pois ele consome apenas 1% do que é gasto em outras estruturas do gênero.

Alguns containers de servidores da Microsoft (Fonte da imagem: Reprodução/CNET)

Neste complexo da Microsoft, também é utilizado o sistema de separação dos servidores em unidades, ou seja, eles são construídos em containers e armazenados dentro do prédio para que sejam mantidos resfriados. É daí que vem aquele termo “fazendas de servidores”.

Wikileaks: é preciso esconder

O Wikileaks é o responsável por algumas das últimas grandes polêmicas envolvendo o mundo da internet. Por vazar informações confidenciais de governos do mundo todo – especialmente dos EUA –, o site precisa encontrar maneiras de se esconder.

Datacenter escondido em bunker (Fonte da imagem: Reprodução/msnbc.com)

A alternativa encontrada pelos responsáveis pela infraestrutura do Wikileaks foi se inspirar nos esconderijos da Segunda Guerra Mundial e construir um datacenter embaixo da terra, como se fosse um bunker.

As instalações de Bahnhof, na Suécia, são impressionantes principalmente se você perceber que tudo é bastante rústico, não havendo qualquer tipo de acabamento nas paredes ou no teto. Inclusive, é difícil imaginar como é que toda essa parafernália foi parar ali.

Tudo é muito rústico (Fonte da imagem: Reprodução/msnbc.com)

Apesar de o centro de informações parecer intransponível, os responsáveis pensam em maneiras de tirar as suas bases de dados de terra firme. A ideia é construir datacenters em barcos, levando tudo para águas internacionais. Com isso, nenhuma lei poderia ser aplicada ao site.

Apple: o iCloud precisa contar com estrutura

A empresa da Maçã também conta com um centro de dados impressionante. Construído na cidade de Maiden, na Carolina do Norte, o empreendimento é o terceiro da companhia no mesmo estado.

Centro de processamento de dados da Apple, em Maiden, na Carolina do Norte (Fonte da imagem: Reprodução/Apple)

A justificativa é simples: ali eles contam com estrutura preparada para receber grandes indústrias que consomem muitos recursos, como água e energia.

Apesar disso, esses "diferenciais" seriam apenas uma garantia para a empresa, uma vez que a companhia quer que a estrutura atinja 100% de eficiência energética até o fim do ano. Ou seja, o datacenter produzirá toda a luz que for consumir.

Corredores praticamente sem fim! (Fonte da imagem: Reprodução/The Register)

O prédio, inaugurado na metade do ano passado, custou aos cofres da companhia cerca de 1 bilhão de dólares e foi desenvolvido para suportar o iCloud, novo serviço de armazenamento da dados na nuvem disponibilizado pela Apple.

Google: muita informação

Os escritórios da Google espalhados pelo planeta impressionam e sempre deixam todos de queixo caído. Pois saiba que a gigante não para por aí e também investe pesado no desenvolvimento dos seus centros de dados, ainda que tenha tido um começo difícil.

Servidor da Google no ano de 1999 (Fonte da imagem: Stteve Jurvetson)

Em 1999, no início de suas atividades, a companhia contava com uma estrutura extremamente simples. O servidor que sustentava o buscador no ar era um rack no qual se amontoavam 80 processadores e dois roteadores HP – além de alguns metros de fios totalmente embolados.

Cerca de 13 anos depois, a empresa conta com dezenas de datacenters espalhados pelo mundo, alguns com gigantescas fazendas de servidores e centenas de milhares de containers recheados de dados. Tudo, é claro, dando preferência aos países mais frios, para economizar em sistemas de resfriamento.

O melhor é que a empresa adora inovar no desenvolvimento dessas estruturas. Além de investir cada vez mais em edificações ecologicamente corretas, a Google surpreende também aproveitando outros empreendimentos, como o fato de ter criado um datacenter onde antes era uma fábrica de papel.

Dessa forma, mesmo contando com mais de 1 milhão de servidores trabalhando de forma ativa, a empresa consome “apenas” 0,01% da energia produzida em todo o nosso planeta.

A companhia, assim como o Facebook, também desenvolve o hardware dos seus servidores e trabalha sempre com uma política muito rígida de segurança dos dados. Os backups, por exemplo, não ficam na mesma estrutura que os “dados originais”, afinal de contas, se um incêndio atingir a estrutura, essa cópia de segurança não terá utilidade nenhuma.

Quer saber mais sobre os datacenters da Google? Pois saiba que é possível conseguir mais informações indo “direto na fonte”, uma vez que a própria empresa mantém um site com explicações de como funcionam os centros de informações da companhia.

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