Segurança

Brasil lidera ranking de ataques contra sistemas Linux na América Latina

País registra mais de mil ataques por dia em aparelhos com Linux, em especial contra roteadores

Avatar do(a) autor(a): Nilton Cesar Monastier Kleina

11/11/2024, às 16:19

A empresa de cibersegurança Kaspersky divulgou uma nova edição do estudo Panorama de Ameaças, que revela detalhes sobre a área da proteção digital entre julho de 2023 e julho de 2024. De acordo com a companhia, os dados levantam preocupações do ponto de vista do cenário brasileiro.

O levantamento descobriu "um aumento alarmante" em ameaças contra sistemas Linux na América Latina, com o Brasil na frente do ranking em quantidade de ataques. 

Ao todo, são mais de mil ataques diários no país envolvendo a plataforma, em um crescimento de 48% comparado com o ano anterior e com 389.611 registros ao todo. Em toda a região, foram 880 mil detecções no período avaliado e 2.410 ataques por dia em média.

Segundo a companhia, a ameaça mais comum no país é o Exploit.Linux.DLink, encontrado em 9% das detecções em território nacional e 14,42% na América Latina. Essa é uma ameaça específica contra roteadores da fabricante D-Link, uma das várias companhias que usa o Linux como sistema operacional nesse tipo de aparelho.

Rotadores da D-Link foram bastante visados em ataques nos últimos 12 meses. (Imagem: Divulgação/D-Link)
Rotadores da D-Link foram bastante visados em ataques nos últimos 12 meses. (Imagem: Divulgação/D-Link)

"A popularidade crescente do Linux em servidores, redes governamentais, dispositivos IoT e infraestruturas críticas o torna um alvo atraente para cibercriminosos", alerta Fabio Assolini, diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky para a América Latina. 

O que fazer para se proteger?

Ainda de acordo com a Kaspersky, os ataques frequentes contra roteadores reforçam a urgência e a importância de manter equipamentos atualizados para além do computador ou celular. 

Além disso, dicas comuns — como usar senhas fortes e únicas e sempre monitorar os logs do sistema em busca de atividades suspeitas — seguem valendo para a atualidade.

Para Assolini, usuários, empresas e governos devem "adotar medidas proativas para proteger seus sistemas Linux", incluindo também "o uso de soluções de segurança robustas e a implementação de boas práticas de segurança".



Jornalista especializado em tecnologia, doutor em Comunicação (UFPR), pesquisador, roteirista e apresentador.