Anúncio falso de PS5 barato dá prejuízo a vendedor no Mercado Livre

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Imagem: Wachiwit/Gety Images

Um vendedor do Mercado Livre foi vítima de uma ação criminosa que quase lhe causou um prejuízo de R$ 300 mil. Após roubarem a conta do comerciante na plataforma de vendas, os golpistas anunciaram PlayStation 5 por R$ 2,5 mil e realizaram dezenas de vendas.

De acordo com o Tilt, a vítima, que preferiu não se identificar, utiliza o Mercado Livre há dois anos para vender produtos de couro, e não eletrônicos. E como os criminosos pediram a antecipação dos pagamentos, eles conseguiram sacar o dinheiro a cada pagamento realizado pelas pessoas que achavam que estavam comprando video game barato.

Para se ter uma ideia, de acordo com o comparador de preços Zoom, o valor mais baixo de um PS5 nos últimos 6 meses foi de R$ 3.986. Atualmente, o preço mais baixo do produto nas lojas virtuais brasileiras é de R$ 4.649 (pagamento à vista).

PlayStation 5

O crime com o vendedor do Mercado Livre ocorreu no final do ano passado, sendo que o falso anúncio do PS5 ficou no ar entre 22h de 30 de dezembro até cerca de 14h de 31 de dezembro.

Não se sabe quantas compras foram realizadas, porém, se o valor de R$ 300 mil obtido pelos golpistas tiverem sido somente em vendas, é possível calcular que 120 unidades do console foram comercializadas por R$ 2,5 mil.

O caso foi solucionado ontem (05) depois da repercussão da história nas redes sociais. Além da dor de cabeça, a vítima contou que teve prejuízos com fornecedores, já que um deles deixou de receber R$ 9 mil no dia 29.

Modus operandi do golpe

O caso ainda está sendo investigado, contudo, o vendedor do Mercado Livre possivelmente foi vítima do golpe chamado SIM Swap. Nele, os golpistas clonam o número das vítimas e conseguem ter acesso a mensagens e ligações, por exemplo. Os dados são o suficiente para trocar senhas de bancos, redes sociais, e-mails e contas como o do Mercado Livre.

Os criminosos utilizaram o número clonado do comerciante para alterar endereço, modalidade de pagamento e outros detalhes na operadora Vivo – utilizada pela vítima. Depois das alterações, realizadas no dia 29, o vendedor ainda recebeu uma notificação sobre uma transação de R$ 1,4 mil no Mercado Livre.

Ele chegou a pedir a suspensão da conta para o site de vendas, o que acabou não ocorrendo, já que o Mercado Livre utiliza pede algumas horas para analisar os pedidos. Foi nesse meio tempo que os golpistas anunciaram e venderam possivelmente mais de uma centena de PS5.

PlayStation 5

"Quando recuperei acesso a conta, falei para o Mercado Livre, que reconheceu a fraude para o videogame. Só que eles estornaram os compradores. A dívida [de R$ 300 mil] ficou para mim. Estou numa situação que não sei o que fazer", relatou antes de o Mercado Livre sanar o débito.

"A sensação é de tudo que a gente tem construído nos últimos anos tem se destruído, foi para o ralo", acrescentou a esposa da vítima.

Outro lado

Vivo

Em nota enviada ao Tilt, a Vivo informou que irá instaurar um processo administrativo para verificar sobre o ocorrido. A operadora argumentou investir de forma recorrente em tecnologias de prevenção a fraudes para proteção dos clientes.

“A companhia reforça ainda que mantém uma página em seu site com orientações sobre golpes e esclarecimentos de procedimentos com o objetivo de alertar aos usuários de internet e de serviços digitais para tentativas de fraude que possam ocorrer no ambiente digital”, sustentou.

Mercado Livre

O Mercado Livre se pronunciou também por nota informando que iniciou uma apuração assim que o comerciante acionou a plataforma dizendo que tinha tido o número do celular clonado e os dados roubados.

“Após indícios de fraude cometida por terceiros, a empresa atuou rapidamente para apoiar o usuário na reabilitação da sua conta, que foi bloqueada por segurança. Além disso, a empresa informou ao usuário que, por liberalidade, realizou o abatimento integral da dívida gerada em decorrência da fraude sofrida por ele”, diz trecho do comunicado.

O site de comércio eletrônico defendeu que investe em segurança digital e sugeriu aos clientes nunca compartilharem dados pessoais e que, em caso de exposição de dados, acionar “assim que possível os canais de atendimento para que medidas de segurança sejam adotadas”.

Fontes

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