Segurança

Caixas eletrônicos 'cospem' dinheiro após ataque hacker

Prática Black Box, que se espalhou na Europa, permite que os criminosos controlem caixas eletrônicos pelo celular sem deixar evidências físicas do roubo

22/07/2020, às 06:00

Caixas eletrônicos 'cospem' dinheiro após ataque hacker

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Criminosos estão utilizando o ataque Black Box para fazer com que caixas eletrônicos ejetem dinheiro sem deixar evidências físicas do roubo. A nova prática tem se espalhado pela Europa, mas, até o momento, nenhum caso foi reportado no Brasil.

Seu modus operandi é bem similar ao ataque jackpotting, porém nesta técnica os hackers utilizam uma caixa preta. "Apesar de o criminoso ainda necessitar de um dispositivo externo, nesse estágio de nossas investigações parece que o aparelho contém partes de componentes do software dos caixas eletrônicos atacados", alerta a empresa estadunidense de tecnologia financeira e de varejo Diebold Nixdorf.

Como o ataque Black Box funciona?

Os criminosos abrem os caixas eletrônicos com uma chave especial, que pode ser comprada ilegalmente pela internet ou entregue por algum funcionário do banco. Com o caixa em modo supervisor, um aparelho externo é instalado por meio de um cabo USB.

Com esse dispositivo, conhecido como "caixa preta", é possível controlar o saque de dinheiro pelo celular, e o roubo é realizado em questão de minutos. Após retirarem toda a quantia desejada, os hackers abrem novamente o caixa eletrônico e recolhem o equipamento.

Roubos a bancos diminuem no Brasil

Segundo um levantamento divulgado pela Federação Nacional de Bancos (Febraban) em fevereiro deste ano, os ataques a caixas eletrônicos no Brasil reduziram em 45% em 2019.

A tecnologia, que é frequentemente usada por criminosos, também tem sido uma grande aliada dos bancos no combate aos roubos. Estima-se que, anualmente, essas instituições invistam cerca de R$ 19,6 bilhões em Tecnologia da Informação (TI).

"A tecnologia permite que os bancos desenvolvam produtos e serviços que reduzam a necessidade de saques e manuseio de dinheiro nas agências, uma ferramenta importante no combate a crimes contra as instituições financeiras", afirma o diretor setorial de segurança bancária da Febraban, Pedro Oscar Viotto.