Twitter lança função para denunciar fake news no Brasil após pressão

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Imagem: Henryk Ditze/Shutterstock

O Twitter anunciou, nesta segunda-feira (17), o lançamento de uma ferramenta de denúncias de desinformação no Brasil. A decisão de lançar o recurso, que foi tomada semanas após a rede social sofrer uma pressão de usuários e até um ofício recebido pelo Ministério Público Federal (MPF), servirá para auxiliar nas Eleições 2022.

“Em agosto de 2021, começamos a testar nos Estados Unidos, na Austrália e na Coreia do Sul um novo mecanismo de denúncia de informações potencialmente enganosas. Lançamos o experimento para analisar se essa é uma ferramenta efetiva para que a comunidade do Twitter denuncie desinformação em tempo real. Hoje, estamos expandindo o teste da funcionalidade para o Brasil, a Espanha e as Filipinas”, anunciou a empresa.

De acordo com a rede social, os novos países foram escolhidos porque a companhia quer colher aprendizados de uma “pequena, porém geograficamente diversificada, gama de regiões”. De acordo com o Twitter, o fato de que neste ano o Brasil e as Filipinas terão eleições e que o canal de denúncia de desinformação certamente será testado no período.

A marca reiterou que a ferramenta ainda está em testes e que será aprimorada de acordo com os usos e feedbacks dos usuários.

Como funciona o canal?

O Twitter pontuou que o canal de denúncia funciona como um complemento para a segurança, já que mais de 50% do conteúdo que viola as regras da rede social são identificados por robôs. A empresa citou que, dentre esse conteúdo ilegal, estão informações enganosas sobre a covid-19, de integridade cívica (mentiras sobre as eleições, por exemplo), bem como de mídia sintética e manipulada (imagens editadas que podem colocar pessoas em risco, por exemplo).

“Queremos entender se e como as opções de denúncia pelas pessoas podem promover melhorias em termos de agilidade e abrangência aos nossos esforços para detectar informações potencialmente danosas. Desde o lançamento desse teste, recebemos 3,73 milhões de denúncias referentes a 1,95 milhão de diferentes tweets publicados por 64 mil contas distintas”, segundo o trecho do comunicado.

Twitter

Segundo o Twitter, apesar da importância da ferramenta de denúncia, menos de 10% dos tweets analisados tinham algum tipo de violação às políticas da plataforma. A companhia explica que a baixa proporção tem dentre as causas o grande volume de denúncias recebidas em relação a tweets de assuntos que não são relacionados às políticas de segurança.

“Por outro lado, sabemos que a ferramenta de denúncia tem benefícios adicionais: dar às pessoas essa opção faz que elas se sintam mais empoderadas. Nossas pesquisas também têm mostrado que as pessoas preferem usar o mecanismo de denúncia em vez de interagir com um tweet enganoso via retweets ou respostas”, segundo informações da rede social.

Pressão pública

O anúncio do Twitter surge semanas após uma intensa pressão para que a decisão fosse tomada. Em 5 de janeiro, a hashtag #TwitterApoiaFakeNews chegou a figurar dentre os assuntos mais comentados na rede. As pessoas reclamavam que o site não dispunha de nenhum meio específico para denunciar desinformação, o que já acontece em países como Coreia do Sul e Estados Unidos.

Somente um dia depois do “twitaço”, o MPF emitiu um ofício cobrando da empresa o motivo da falta de um canal de combate à desinformação. Assinado pelo procurador Yuri Corrêa da Luz, o documento perguntava o porquê "de usuários de outros países disporem de opção para denunciar conteúdos desse tipo à plataforma" e o Brasil, não.

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