Chefe de IA do Facebook está trabalhando em chip personalizado

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O cientista chefe da divisão de inteligência artificial do Facebook, Yann LeCun, apresentou, na segunda-feira (18), um trabalho de pesquisa expondo sua visão sobre o futuro da IA, focando nas características do hardware necessário para favorecer a evolução da tecnologia.

Para LeCun, a arquitetura dos chips atuais não possui capacidade para impulsionar o desenvolvimento da IA e da deep learning da forma mais eficaz. Por isso, como foi revelado na CES 2019, Facebook e Intel estão desenvolvendo um chip com a arquitetura ideal, de acordo com o conceito do cientista.

Nenhuma das duas empresas deu detalhes sobre o projeto, mas ele afirmou que o chip deverá funcionar bem diferente de qualquer coisa que temos hoje, sendo que a Intel planeja anunciar algo já no segundo semestre de 2019 (a tecnologia Foveros 3D talvez se encaixe nesta proposta da companhia). Um dos esforços da Intel para a criação de um chip inovador neste segmento foi a aquisição da startup Nervana Systems, em 2016, que estava trabalhando em um chip específico para IA.

Fonte: Brian Kostiuk/Unplash

Para o processamento de deep learning, os chips atuais precisam segmentar o banco de dados em vários lotes, a fim de que possa manipulá-los em sequência. Mesmo com todo o poder computacional de alguns processadores mais novos, raramente isso não acontece. De qualquer forma, estas CPUs são limitadas quanto aos sistemas que podem integrar, além de consumir muita energia. LeCun quer chips que possam lidar todo o conjunto de dados ao mesmo tempo, que sejam energeticamente eficientes e que possam estar no maior número de dispositivos possível.

Hoje, os chips mais utilizados para o treinamento de redes neurais são placas de vídeo feitas especificamente para esta função. Mas, embora sejam os dispositivos mais eficientes para este tipo de trabalho, elas estão longe da eficiência almejada pelas maiores empresas do mundo, como é o caso do Facebook. Ao contrário do funcionamento das GPUs, o ideal seria que os chips não processassem informações de todos os neurônios da rede a cada etapa de um cálculo, já que alguns deles já estariam treinados. Isso tornaria o processo mais eficiente.

A partir do que seria o hardware ideal para o processamento de IA e deep learning, LeCun fez algumas sugestões de como eles poderiam ser utilizados. Alguns destaques são:

  • Tradução online em tempo real;
  • Moderação de conteúdo (exclusão de comentários ofensivos e fake news);
  • Eletrodomésticos “inteligentes”, que se adaptam em relação ao uso;
  • Sistemas que possam reconhecer objetos e imagens de uma forma mais natural, sem a necessidade de checar o banco de dados inúmeras vezes.

De forma simplificada, podemos dizer que Yann LeCun gostaria de ver em ação uma arquitetura de chips totalmente revolucionária, e com uma performance bem superior aos processadores atuais. Vai ser interessante aguardar o resultado desta parceria com a Intel, já que 2019 promete ser um ano acirradíssimo no segmento de CPUs.

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