R-7: experimentamos os óculos inteligentes projetados pela ODG

3 min de leitura
Imagem de: R-7: experimentamos os óculos inteligentes projetados pela ODG
Imagem: Osterhout Design Group

Por mais que o segmento de dispositivos vestíveis esteja em ascensão, o mercado internacional ainda não possui nenhum modelo de óculos inteligentes disponível ao consumidor final.

O Google Glass, responsável por fomentar esse setor e incentivar o desenvolvimento de tecnologias semelhantes, ainda não saiu da fase de prototipagem e jamais virou um produto propriamente dito. O mesmo se aplica aos seus vários projetos concorrentes – como o GlassUp, o SmartEyeglass e o Recon Jet. Os clientes em potencial já estão ficando impacientes: afinal, quando uma empresa resolverá sair na frente e lançar um modelo de óculos comercial que possa ser adquirido por qualquer um?

Bom, quem tem grandes chances de sair na frente nessa corrida é a Osterhout Design Group (ODG), empresa especializada sobretudo em desenvolver tecnologias para o setor governamental e mercado industrial. Recentemente, a companhia revelou o R-7, um modelo de óculos inteligentes que deve chegar ao mercado norte-americano no segundo trimestre de 2015. Diferente do Google Glass, ele utiliza duas lentes e consegue trabalhar não apenas com a exibição de conteúdos digitais, mas também com sistemas de realidade aumentada.

Um protótipo aparelho estava sendo exibido no estande da Qualcomm durante a Futurecom 2014 (evento de TI e telecomunicações que ocorre entre os dias 13 e 16 de outubro, em São Paulo capital), e na ocasião o TecMundo teve a oportunidade de experimentar as suas funcionalidades.

Um vestível de respeito

Primeiramente, é importante ressaltar que o equipamento testado por nossa equipe está longe de ser o produto final – o R-7 ainda está em desenvolvimento e diversos aspectos do dispositivo podem (e precisam) ser alterados em um futuro próximo. O protótipo é um tanto pesado e incômodo no rosto, o que impossibilita sessões mais longas de uso.

Além disso, no geral, o equipamento projetado pela ODG não pode ser considerado o wearable mais discreto já feito: sua armação é enorme, já que há uma série de sensores e componentes de hardware que a empresa teve que esconder em algum lugar. Por dentro do R-7, temos um processador Qualcomm Snapdragon 805 (quatro núcleos trabalhando a 2,6 GHz), 4 GB de memória RAM, três giroscópios, três acelerômetros, um magnetômetro, um sensor de umidade e outro de pressão. O fornecimento de energia é garantido por um par de baterias de 1450 mAh; carregamento pode ser feito normalmente através de uma conexão USB.

Cada lente possui um display com 1280x720 pixels de resolução e capaz de exibir imagens a 100 frames por segundo; a câmera, localizada entre as duas lentes, trabalha com essas mesmas qualidades de resolução e taxa de fps. Ao contrário do Google Glass, o R-7 coloca as informações diretamente no centro da visão do usuário, e não apenas no canto direito. Isso pode atrapalhar um pouco a sua vida, especialmente na hora de conduzir algum veículo – mesmo quando o aparelho está desligado, as lentes atrapalham bastante na sua visão.

Tem potencial?

O sistema operacional do R-7, batizado pela ODG como ReticleOS, nada mais é do que uma versão customizada do Android 4.4 KitKat. Sua interface é bem simples e foi adaptada de uma forma interessante aos óculos inteligentes, mas não pense que você usará comandos de voz ou gestos na armação para navegar entre os menus e abrir aquele aplicativo. O equipamento deve ser controlado por um pequeno controle remoto que pode ser “encaixado” no seu dedo como uma espécie de anel. Sua utilização é bem intuitiva, mas venhamos e convenhamos: não é muito prático ter que ficar com esse controlador sempre em mãos para operar o R-7.

Novamente, o aparelho está previsto para chegar ao mercado no segundo trimestre do ano que vem, mas a ODG garante que lançará um modelo mais simples – o R-6 – até o final deste ano. Contudo, não há muitas informações acerca dessa versão modesta do gadget. Ainda que seja um dispositivo voltado ao setor governamental e mercado industrial, o R-7 tem potencial para cair no gosto do público geral. Resta apenas saber como a empresa contornará os problemas relacionados ao peso e conforto do produto.

Você sabia que o TecMundo está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.