1408: filme de terror da Netflix assusta e entretém (crítica)

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Imagem: Dimension Films

Você teria coragem de passar uma noite em um local mal-assombrado? Há quem diga que jamais aceitaria a proposta, mesmo que houvesse uma enorme quantia de dinheiro envolvida. Porém, há quem toparia o desafio sem grandes problemas, especialmente quando falamos de indivíduos céticos, que não acreditam muito em histórias de fantasmas, demônios e afins. E este é o caso, inclusive, do personagem Mike Enslin (John Cusack), do filme de terror 1408, que está disponível na Netflix.

Mas, antes de falar sobre o protagonista de 1408, especificamente, que tal saber um pouco mais sobre o longa-metragem de maneira geral? Pois bem, 1408 é uma adaptação cinematográfica de um conto de mesmo nome do renomado autor Stephen King. A publicação consiste no terceiro conto da coleção Blood and Smoke, lançada em novembro de 1999. A projeção, que estreou em 2007, é dirigida por Mikael Håfström e apresenta roteiros de Matt Greenberg, Scott Alexander e Larry Karaszewski.

Contando com John Cusack, Samuel L. Jackson, Mary McCormack, Tony Shalhoub, Isiah Whitlock Jr. e Jasmine Jessica Anthony em seu elenco principal, 1408 voltou a chamar bastante atenção do público ao ser adicionado ao catálogo da Netflix recentemente. O que nos leva às seguintes perguntas: 1408 é realmente bom? Vale a pena assistir? Qual é a trama do filme de terror e suspense? Bem, vamos te ajudar a preencher todas essas lacunas!

1408 entrou para o top 10 de filmes da Netflix e tem agradado os assinantes da plataforma.1408 entrou para o top 10 de filmes da Netflix e tem agradado os assinantes da plataforma.Fonte:  Dimension Films 

1408: qual é a história do filme de terror?

Em 1408, entramos de cabeça na jornada de Mike Enslin (Cusack), um escritor de obras de terror cético e cínico que se dedica a viajar pelos Estados Unidos em busca dos locais mais mal-assombrados do país, apenas para provar que não há nada neles (apesar de ele mentir e dizer que há para vender mais livros). Outro detalhe importante: Mike perdeu sua jovem filha há um tempo e isso o assombra mais do que qualquer fantasma ou demônio.

Em meio à produção de seu novo livro, eis que Mike descobre um novo desafio macabro para encarar: ficar uma noite no quarto de hotel 1408 do Hotel Dolphin, em Nova York. O espaço, que é descrito como um lugar amaldiçoado e mortal, foi fechado permanentemente para quaisquer hóspedes, mas o gerente do hotel, Mr. Gerald Olin (Samuel L. Jackson), abre uma exceção para Mike, que está determinado a provar que o quarto é um lugar comum.

Ao decorrer da narrativa, todavia, o protagonista percebe que pode ter cometido o pior erro de sua vida e que o quarto 1408 esconde muito mais perigos do que ele poderia esperar.

Os mistérios do quarto 1408 são capazes de assombrar até mesmo o cético protagonista da obra, Mike Enslin.Os mistérios do quarto 1408 são capazes de assombrar até mesmo o cético protagonista da obra, Mike Enslin.Fonte:  Dimension Films 

1408: análise narrativa e crítica

1408 é um filme clássico de terror, com vários elementos "batidos" do gênero, mas que, quando bem explorados, funcionam (as fórmulas existem por um motivo, certo?). Ou seja, se você procura por uma obra de horror inovadora, com uma narrativa extremamente original e reviravoltas geniais, talvez, 1408 não seja para você. Por outro lado, se você busca por um filme de terror sólido, capaz de entreter e assustar por algumas ocasiões, mesmo que não faça os olhos brilharem, seja muito bem-vindo ao quarto 1408. Aproveite sua estadia!

Por mais estranho que isso possa parecer (ou não), 1408 puxa muitos elementos da jornada do herói, de Joseph Campbell, para sustentar o protagonista Mike Enslin, vivido com competência pelo já veterano John Cusack (Alta Fidelidade). É só analisarmos com calma: Mike é um cara que não acredita em nada e que apenas quer continuar fazendo seu trabalho. De repente, ele é chamado para uma aventura (se hospedar no quarto 1408 do Hotel Dolphin), mas reluta em aceitá-la, a princípio. Após ceder, ele parte em direção ao desconhecido, tem uma experiência transformadora e, no final de tudo, conquista a tão sonhada redenção e muda sua forma de enxergar a realidade e a si mesmo. Soa familiar?

Essa estrutura pode ser bem clichê atualmente, uma vez que já foi utilizada repetidas vezes ao longo do tempo no cinema e na televisão, mas uma coisa é fato: ela é eficaz em traçar uma caminhada clara para o personagem principal e ajuda a despertar empatia e atenção no público, que, por mais que saiba quase tudo o que vai acontecer, não consegue desgrudar os olhos da tela porque quer saber como o protagonista dará a famigerada "volta por cima". E, se você assistiu 1408 na Netflix, já sabe que Mike dá a volta por cima e meio que renasce no desfecho da produção.

Aliás, por falar em estrutura, 1408 também não inventa a roda quando o assunto é a narrativa como um todo. Os três atos do filme são bem definidos e de fácil compreensão, sem surpresas chocantes: o primeiro ato é composto pela apresentação de Mike e deus problemas; no segundo ato, Mike já está dentro do quarto 1408, em meio à sua jornada aterrorizante, mas reveladora; e o terceiro ato, que encerra o filme, mostra o protagonista confrontando e vencendo seus demônios e fantasmas interiores, alcançando sua inevitável ascensão.

Você toparia ficar no quarto 1408 por uma noite?Você toparia ficar no quarto 1408 por uma noite?Fonte:  Dimension Films 

O que mais surpreende em 1408 é a criatividade presente no segundo ato do longa, no qual Mike está passando por poucas e boas dentro do quarto amaldiçoado. É interessante ver como as coisas vão escalando de proporção e ficando cada vez mais perigosas conforme o personagem fica mais tempo dentro do local. Passamos de chocolates que aparecem milagrosamente na cama do quarto para enchentes e nevascas brutais em questão de minutos, o que traz uma certa imprevisibilidade necessária para dentro de uma estrutura que, como já explicado anteriormente aqui, é bem previsível.

Em suma, 1408 é uma experiência divertida e bem produzida, embora não traga novidades ou propostas desafiadoras para os espectadores. Mas, discutivelmente, nem todos os filmes precisam fazer isso para garantir um bom entretenimento.

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