Microsoft x Apple: por que a empresa de Bill Gates detonou na década de 90

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Para quem acompanha a disputa entre as gigantes da tecnologia há pelo menos 15 anos, a chegada da Google à briga pelo mercado de sistemas operacionais e hardware é algo relativamente novo. Nos anos 90, Apple e Microsoft polarizavam a disputa e, diferente do que acontece agora, a empresa de Bill Gates era muito mais valiosa do que a companhia fundada por Steve Jobs.

Foram mais de 10 anos de crescimento contínuo, com a ampliação de uma liderança que parecia impossível de ser revertida. Porém, nos últimos anos, embora a Microsoft ainda se mantenha à frente dos demais concorrentes, a empresa cada vez mais vê suas rivais se aproximarem no retrovisor. O que teria acontecido?

O início do império

O grande trunfo da Microsoft na década de 90 atende pelo nome de Windows 95. A empresa já tinha uma posição consolidada com as suas versões anteriores do sistema operacional, mas o lançamento da versão com o MS-DOS (anteriormente eles vinham separados) em agosto de 1995 representou uma revolução no segmento.

(Fonte da imagem: Reprodução/CNN)

O gráfico acima mostra a proporção entre o número de computadores da Microsoft com relação à Apple ao longo dos anos. Pouco mais de um ano após o lançamento do Windows 95, a relação era de cerca de 15 computadores com o SO da Microsoft para cada computador equipado com o SO da Apple.

Durante 10 anos, com exceção de 1999, a Microsoft apenas aumentou a sua distância com relação à principal concorrente, chegando ao seu auge em 2004, quando a proporção aumentou para impressionantes 60 computadores com SO da empresa Bill Gates para cada máquina equipada com o Mac OS.

A queda

O ano de 2004 é considerado como sendo o início da era da mobilidade. Com internet acessível via Wi-Fi e notebooks com configurações cada vez mais interessantes e por preços mais acessíveis, aos poucos o consumidor começou a migrar dos desktops para os portáteis. Embora tecnicamente os portáteis da Apple não tivessem configurações melhores, o conjunto software-hardware era imbatível e começou a conquistar adeptos.

Hoje essa distância ainda é grande, mas desde 2004 está em queda livre. Estima-se que na atualidade a proporção seja de 20 computadores com Windows para cada máquina da Apple. Se levarmos em consideração iPhones e iPads, esse número caiu ainda mais: dois dispositivos com Windows para cada aparelho com o SO da empresa da Maçã.

Se colocarmos nesses termos, a situação é inédita para a Microsoft. Em momento algum de sua história, desde que assumiu a liderança de mercado, ela se viu tão ameaçada pela sua rival direta. Como se não bastasse isso, a entrada com força da Google no mercado fez também com que a empresa perdesse parte de seu público. A pergunta que fica no ar agora é: é possível reverter essa situação?

O retorno

Se por um lado a liderança não foi perdida, por outro não deixa de ser preocupante o fato de que a concorrência está chegando tão perto. E, por conta disso, a Microsoft prepara uma cartada que pode significar “tudo ou nada” para a empresa. Assim como em 1995, a aposta da empresa agora reside em outro sistema operacional: o Windows 8.

(Fonte da imagem: Divulgação/Microsoft)

Entretanto, o foco hoje é diferente. A ideia da Microsoft é ampliar a sua gigantesca base de clientes, fazendo com que eles possam ter uma experiência similar à de usar o SO nos desktops e nos notebooks, mas agora também nos tablets e nos smartphones. Essa integração, já em curso nos dispositivos da Apple, é tida como fundamental pela empresa para que ela possa novamente ampliar a distância para a concorrência.

A Microsoft aposta na familiaridade do usuário com a interface, somada à sua considerável base de usuários corporativos, para que os consumidores finais possam sentir, de certa forma, uma “necessidade” de possuir um tablet Surface ou ainda um smartphone com Windows 8. Assim, com tudo rodando o mesmo sistema, é natural que você se sinta mais confortável em escolher uma ferramenta que já conhece na hora da compra de um novo produto.

Dessa forma, você pode começar uma tarefa no escritório e terminá-la no tablet ou no smartphone em sua casa, sem que existam problemas de incompatibilidade entre sistemas ou ausência de softwares específicos.

Agora a coisa ficou séria

Como já abordamos no artigo Apple x Google x Microsoft: a batalha do milênio, pela primeira vez o mercado verá em igualdade de condições não apenas duas empresas, mas três. Graças ao sistema operacional Android, a Google também se tornou uma rival a ser vencida, uma vez que hoje ela é responsável pela maior parte dos SO mobile vendidos no mundo.

(Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)

Se com tablets, desktops e notebooks a gigante de Mountain View ainda não chega a ser considerada uma ameaça, por outro lado os planos de expansão da Google, que incluem o Nexus 7 – o tablet que deve custar apenas US$ 199 (o equivalente a R$ 400) – são audaciosos o suficiente para deixar qualquer postulante a líder de mercado no mínimo bastante incomodado.

O que vai acontecer em 2013, quando tanto a Microsoft, com seu sistema operacional já lançado, quanto a Google, com seu novo tablet já disponível no mercado, vão estar em igualdade de condições, ainda não se sabe. A decisão final caberá aos consumidores e, por conta disso, falhar com o Windows 8 pode significar uma derrota sem precedentes para a companhia.

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Será que a Microsoft conseguirá ampliar novamente a sua distância em relação aos demais ou o reinado que já dura mais de uma década está chegando ao fim? A decisão caberá a você, consumidor.

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