O que as empresas devem fazer para preencher o gap na área de tecnologia?

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Equipe TecMundo

Faltam profissionais de tecnologia no mercado e cada vez mais pessoas sabem disso. Com o tempo, é provável que esse gap diminua consideravelmente, com estudantes que estão começando agora se formando futuramente.

O problema é que as empresas não podem esperar por esse movimento. A área está desfalcada neste momento e algumas soluções imediatas são necessárias.

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Não que exista uma fórmula exata que vai funcionar para qualquer companhia. Ainda é importante ter paciência e visão a longo prazo, de qualquer maneira. Mas é possível, sim, melhorar a situação atual com algumas práticas que fazem sentido nesse mercado.

Para começar, é preciso entender que profissionais de tecnologia reconhecem seu potencial e estão sendo cooptados por concorrentes o tempo inteiro. Os dados comprovam: tanto no último relatório do LinkedIn quanto nos rankings mais recentes das consultorias de recrutamento PageGroup e Robert Half sobre profissões em alta, as carreiras em tecnologia ocupam as primeiras posições. No relatório do LinkedIn, são 9 das 15 profissões listadas. Portanto, oferecer salário e pacote de benefícios competitivos é imprescindível.

Profissionais de TecnologiaGarantir um ambiente positivo e que, escute as demandas da equipe são essenciais para uma boa gestão dos talentos da casa.Fonte: Gettyimages

Ainda assim, isso pode não ser o suficiente em alguns casos, dada as limitações de cada empresa. Considerando que muitas corporações estrangeiras estão atraindo talentos brasileiros por conta da diferença na valorização das moedas, é especialmente importante que empregadores nacionais considerem outros fatores durante a atração e retenção de profissionais.

Nas situações em que não é possível competir financeiramente para conseguir os melhores talentos, existem duas outras possibilidades que vêm se fortalecendo: a terceirização e a capacitação.

A terceirização funciona para empresas que precisam de serviços de TI pontuais, geralmente não muito complexos e sem criações tecnológicas internas. Ou seja, são soluções que mantêm o negócio rodando, mas não com a pretensão de inovar.

Se a ideia é trabalhar com base em tecnologia, focar em inovação ou ter mais controle sobre os processos, a capacitação pode ser o caminho ideal. Isso significa entender que a pessoa profissional contratada não terá tanta experiência, mas estará disposta a aprender e crescer com a empresa.

A capacitação, em alguns casos, pode ser realizada internamente, mas é preciso bastante investimento para garantir uma educação completa e que garanta resultados. Geralmente, as empresas escolhem efetuar parcerias com instituições que já oferecem cursos — nem sempre graduações — na área. Mesmo quando não se trata de uma parceria exatamente, é possível ficar de olho em alunos que estão sendo formados em diversas escolas e institutos e pensar na contratação em formato de estágio, com apoio de ao menos uma pessoa profissional sênior para ajudar no desenvolvimento.

Minha dica é buscar candidatos que apresentem um perfil determinado, prático e curioso. Essas costumam ser as pessoas mais inclinadas a se testar e descobrir novas possibilidades. É exatamente o tipo de perfil que fará o investimento em capacitação valer a pena.

Por fim, vale lembrar que a retenção de profissionais de tecnologia também é um desafio corporativo. Cuidado para não focar todas as atenções no recrutamento e esquecer que o mercado ainda está em polvorosa. Cuide dos talentos da casa, garanta um ambiente positivo e escute as demandas da equipe. São ações simples que podem fazer a diferença quando sua melhor pessoa profissional receber outra proposta — e não é nada difícil que receba.

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Arnobio Morelix é CEO da Sirius Educação e executivo da área de Ciência de Dados, com mais de 12 anos de experiência de atuação na área no Vale do Silício nos Estados Unidos. A Sirius é uma instituição de ensino superior que dá ênfase na prática e na experiência do aluno. Morelix, que também é executivo e cientista de dados, trabalha na interseção de tecnologia, políticas públicas e impacto social. Ao longo de sua carreira, ele liderou uma equipe global de PhDs, cientistas e consultores; aconselhou governos em mais de 35 países sobre suas políticas de inovação; e foi autor de pesquisas e análises com a Stanford University, o World Economic Forum, o Banco Interamericano de Desenvolvimento e a Kauffman Foundation.

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