Como a tecnologia pode estimular a diversidade no mercado de trabalho?

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Já sabemos que a diversidade nas empresas é benéfica em várias esferas, desde a imagem institucional até a produtividade e a inovação. Afinal, pessoas distintas têm diferentes pontos de vista e colaboram para um ambiente mais aberto e acolhedor.

A grande questão rondando os setores de RH Brasil afora é como promover essa diversidade para o quadro de colaboradores. Não apenas em números, mas de maneira autêntica e perceptível no time.

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Ainda que seja um esforço coletivo de decisões humanas, é possível utilizar a tecnologia nessa área. Um dos primeiros recursos que vêm à mente quando falamos nesse assunto são as ferramentas de recrutamento, mas existem mais tecnologias e modos de usá-la para promover a diversidade organizacional.

Começando pelo que já foi mencionado, é preciso dizer que, de fato, a fase de recrutamento e seleção é muito importante em uma estratégia de inclusão. Atualmente, existem ferramentas para esse processo que focam a busca por candidatos com base exclusiva em habilidades e experiência, sem mesmo identificar fatores como gênero, idade ou raça. Com uso de inteligência artificial, esses programas podem transformar o processo seletivo de uma empresa.

Contudo, diversidade não diz respeito apenas a quem é contratado, mas também ao ambiente de trabalho e a fatores como igualdade salarial e acessibilidade no dia a dia. Nesse sentido, outras tecnologias também podem auxiliar.

Para avaliar o ambiente e garantir que há acolhimento e respeito, é preciso ter muita atenção ao comportamento dos colaboradores e, principalmente, dos líderes, bem como ter uma política clara anti-intolerância e antidiscriminação. Vale incluir sistemas de avaliação e comentários anônimos para receber feedbacks, por exemplo.

Diversidade das empresasFonte: Shutterstock

A análise de igualdade sistemática significa olhar para a própria estrutura da empresa. Salários distintos para cargos semelhantes é um problema muito comum, especialmente quando se trata de diversidade de gênero, mas nem sempre é percebido com a atenção devida.

A tecnologia pode ajudar em um sistema de gestão que faça o comparativo de remunerações e benefícios, deixando quaisquer discrepâncias bem visíveis. Também é possível olhar para dados durante a análise, tanto internos quanto externos. O setor de Tecnologia da Informação (TI), por exemplo, costuma ter mais homens do que mulheres — é o caso na sua empresa? Por quê? Será que vale uma ação de recrutamento voltada para elas? Os dados mostram problemas específicos em cada setor e facilitam novas tomadas de decisão.

Já a acessibilidade é um assunto extenso e de grande importância. Muitas tecnologias auxiliam na vida de pessoas com deficiência (PCD) e elas podem ser aplicadas na empresa. Desde novidades relacionadas à estrutura do escritório até softwares mais acessíveis, como leitores de tela para pessoas com deficiência visual. São muitas as possibilidades que permitem à empresa contratar PCDs de forma responsável e sustentável, promovendo um espaço realmente confortável para que o colaborador trabalhe e alcance todo seu potencial.

Cada tecnologia serve a um propósito, e muitas podem ser adaptadas para ajudar na diversidade no mercado de trabalho. O que define seu uso é a cultura da empresa e a verdadeira inclinação dos gestores nesse cenário.

O que quero dizer é que, na verdade, não são as ferramentas e os dispositivos em si que criam um ambiente diverso, mas sim a ação efetiva e a preocupação genuína da organização.

A tecnologia pode ajudar bastante, mas o primeiro passo sempre está na intenção. Com isso em mente, aí, sim, as ferramentas serão usadas da melhor forma, e os resultados serão positivos. Devo dizer que qualquer esforço para criar um ambiente em que as pessoas se sentem confortáveis para serem elas mesmas vale a pena. Bastante.

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André Palis, colunista do TecMundo, trabalhava na Google antes de empreender. Fundou a Raccoon em 2013, em São Carlos, importante polo de tecnologia do Estado de São Paulo, e em 8 anos adquiriu a carteira de grandes players do mercado, como Vivara, Natura, Leroy Merlin e Centauro. Em 2013, notou um gap no mercado digital, pediu demissão da Google e, ao lado de Marco Túlio Kehdi, fundou a Raccoon, uma agência full service que atua como parceira estratégica em toda a cadeia digital. Em 2021, a Raccoon passou por um processo de fusão e agora faz parte da holding global S4 Capital. Em 2022, o nome foi alterado para Raccoon.Monks.

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