Tesla inaugura loja em região chinesa acusada de genocídio

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Imagem: Hadrian/Shutterstock

A Tesla anunciou, no final do mês passado, a abertura de um showroom da empresa em Xinjiang, um território autônomo no noroeste da China. O assunto tem gerado controvérsias, já que há acusações de que, na região, são praticadas violações dos direitos humanos dos uigures, povo de origem turcomena que segue a religião islâmica.

De acordo com o The Wall Street Journal, a empresa do bilionário Elon Musk realizou o anúncio da abertura no Weibo, uma rede social chinesa (no país, plataformas tradicionais como o Facebook, Instagram e Twitter foram banidas).

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Segundo o veículo, o showroom fica localizado em Urumqi, capital de Xinjiang. O estabelecimento também terá uma loja e será possível comprar os veículos elétricos da marca no local, além de realizar serviços de entrega e pós-venda.

O site Tesla North afirma que a instalação fica no centro automotivo de Midong Auto City, que abriga vários outros serviços e empresas do ramo. Por lá, é possível realizar serviços de registro e inspeção de veículos, por exemplo.

Com a inauguração, a Tesla chega a um número de 60 estabelecimentos na China Continental. Ainda no caso de Xinjiang, a companhia norte-americana tem 7 estações de carregamento (sendo 2 em Urumqi) com um total de 36 superchargers.

Críticas

O anúncio da Tesla foi feito poucos dias após as sanções dos Estados Unidos contra a China. Há algumas semanas, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, comunicou um boicote diplomático aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim (que serão realizados em fevereiro de 2022).

Além disso, Biden também assinou uma lei de prevenção do trabalho forçado dos uigures em Xinjiang. “[Nós] conclamamos o Governo da República Popular da China a acabar imediatamente com o genocídio e os crimes humanitários contra os uigures predominantemente muçulmanos e membros de outros grupos étnicos e religiosos minoritários em Xinjiang”, chegou a dizer em um comunicado o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken.

Em dezembro do ano passado, a Organização das Nações Unidas (ONU) chegou a dizer que estava finalizando um documento que mostrará os crimes cometidos contra os uigures, que são presos ilegalmente, torturados e forçados a trabalhar. A entidade disse que as informações sobre a região são “profundamente perturbadoras”.

Xinjiang

O anúncio da Tesla também gerou críticas e uma repercussão negativa entre entidades e profissionais que trabalham pela promoção dos direitos humanos. No Twitter, o Uyghur Human Rights Project, grupo que promove o debate sobre as violações em Xinjiang, disse que o movimento da Tesla foi “vergonhoso” e que “nenhuma empresa internacional deveria abrir lojas em uma região onde o genocídio está em curso, Elon Musk”.

Arsen Ostrovsky, advogado de direitos humanos que atua a nível internacional, disse que “esperava mais” do bilionário dono da marca de carros elétricos.

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