Review: tablet Apple iPad Air 2 [vídeo]

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Quando se trata de tablets, a Apple sempre traz aparelhos de boa qualidade para manter sua liderança no segmento. A história não foi diferente com o iPad Air 2, um tablet bastante bonito e que surpreende em vários quesitos.

O que mais chama a atenção quando você coloca o olho no dispositivo é a sua espessura. Ele mede apenas 6,1 milímetros nessa dimensão, muito próximo dos 6 milímetros do Dell Venue 8 7000, o tablet mais fino do mundo.

O iPad Air 2 é 18% mais fino que o modelo da geração anterior. Ele também ficou 34 gramas mais leve, o que contribui para esse seu aspecto “magrinho”. Mesmo segurando-o com apenas uma mão, você não vai se cansar tão cedo. O modelo da geração passada tinha 469 gramas e o novo tem apenas 437 gramas.

(*) referente a detalhes do modelo com conectividade 4G

Hardware

O iOS é um sistema operacional especialmente otimizado para o hardware que a Apple fabrica. Com isso, o chip A8X de três núcleos (1,5 GHz) funciona no iPad tão bem quanto o NVIDIA Tegra K1 no Nexus 9, por exemplo.

Esse processador — combinado aos 2 GB de RAM e ao coprocessador M8 — é mais do que suficiente para lidar com todo tipo de tarefa diária, inclusive as mais exigentes. Basicamente, você pode navegar na web, assistir a vídeos, fazer anotações, ler e jogar com o iPad Air 2 sem nunca se preocupar com problemas de desempenho. Em nossos testes de benchmark, poucos aparelhos tiveram desempenho melhor do que o desse tablet. Assim, dá para jogar Injustice, Riptide GP2 e muitos outros títulos sem qualquer dificuldade.

Benchmarks

O teste Ice Storm Unlimited, do 3D Mark, é utilizado para fazer comparações diretas entre processadores e GPUs. Fatores como resolução do display podem afetar o resultado final. Quanto maior a pontuação, melhor é o desempenho.

Um dos aplicativos de benchmark mais conceituados em sua categoria, o AnTuTu Benchmark 5 faz testes de interface, CPU, GPU e memória RAM. Os resultados são somados e geram uma pontuação final. Quanto maior a pontuação, melhor é o desempenho.

“Metal”

A Apple entende que tablets são muito usados para jogar games dos mais variados tipos no dia a dia dos usuários. Por isso, a companhia desenvolveu uma tecnologia chamada “Metal” para possibilitar o desenvolvimento de games mais elaborados sem precisar aumentar tanto o poder de processador do hardware.

O que a empresa fez foi basicamente criar uma camada no iOS 8 que “fica mais próxima do hardware” e, por isso, menos dependente do SO para funcionar. Consequentemente, games que se utilizam do Metal podem melhorar os gráficos, por exemplo, sem maiores preocupações com o desempenho final do jogo.

Touch ID no iPad Air 2

Tela

A tela do iPad Air 2 tem 9,7 polegadas e é constituída de um painel IPS LCD com uma resolução que está entre Full HD e 2K. Apesar de não ter as melhores especificações numéricas do mercado, ela consegue reproduzir imagens com uma qualidade que poucos outros tablets alcançam graças ao padrão Retina Display da Apple.

Os níveis de brilho são ótimos, e você não terá problemas para ver as imagens mesmo em ângulos mais desafiadores. O tablet tem um acabamento antirreflexo no vidro que consegue tornar o uso mais confortável. Segundo a fabricante, isso torna a tela 34% menos reflexiva que a do modelo anterior. Basicamente, isso garante que você conseguirá usar o aparelho em várias posições e condições; na cama, no sofá, em uma mesa ou no colo.

Bateria

A duração de bateria do iPad Air 2 segue mais ou menos o nível da maioria dos tablets de alto desempenho encontrados hoje no mercado. A capacidade até diminuiu de uma geração para a outra, mas a Apple compensou isso com otimizações no restante do hardware e do software. Dessa maneira, as autonomias do iPad Air original e do aparelho mais atual ficam quase no mesmo nível.

Em um teste mais metódico, executando um vídeo em HD com WiFi ligado e tela com brilho no máximo, conseguimos manter esse aparelho funcionando por 4 horas e 10 minutos. Essa é uma marca mediana, se comparada à da concorrência. O ideal mesmo seria durar entre 5 e 6 horas de funcionamento contínuo.

O bom é que o iPad ganha em tempo de espera. Se você ficar sem usá-lo por um dia inteiro, por exemplo, a carga da bateria diminui muito pouco. Dessa forma, você não precisa conectá-lo à tomada mesmo quando não o utiliza.

Som

Os tablets da Apple nunca foram referência em som, mas isso não quer dizer que o iPad Air 2 tenha uma qualidade ruim para seus alto-falantes. Como as saídas não são frontais, o som não é bem direcionado ao usuário. Além do mais, dado o posicionamento não muito interessante, ao jogar ou usar o tablet em modo paisagem, você sempre obstrui com a mão pelo menos um dos alto-falantes.

Há ainda um pouco de distorção quando você aumenta muito o volume ou repousa o tablet sobre uma mesa, por exemplo. Nesse caso, as vibrações interferem um pouco na qualidade do som, o que gera um efeito bem estranho. Se você usar uma capinha, entretanto, esse problema fica minimizado.

Câmeras

Tablets não são os aparelhos mais recomendados para fotografar, mas ter uma boa câmera nesse tipo de dispositivo pode ser interessante em alguns momentos. Os 8 megapixels do sensor traseiro se mostram suficientes para muitas situações. Dá para fazer vídeos em câmera lenta, time-lapse e usar vários outros recursos do app de câmera sem maiores problemas. Mesmo assim, é sempre melhor depender do seu smartphone para fotografar.

Essa câmera grava vídeos em Full HD (1080p) e tem de resolução bruta 3264x2448 pixels. Com isso, dá para usar o recurso “modo contínuo”, que faz o sensor capturar 10 fotos por segundo para só depois selecionar a melhor entre elas.

A câmera frontal, por sua vez, pode decepcionar bastante quem gosta de tirar selfies. A resolução é bem baixa (apenas 1,2 megapixel) e, consequentemente, as fotos ficam ruins. Esse sensor frontal serve mesmo apenas para fazer videochamadas e mais nada. Apesar disso, ele consegue gravar em HD e tem mecanismos para fazer imagens mais claras mesmo em ambientes com pouca luz.

Construção

No quesito “construção”, o iPad Air 2 é um dos melhores trabalhos da Apple até aqui. O tablet é muito bonito, inclusive na nova opção de cor, o dourado. As bordas são arredondadas — mais ou menos da mesma forma que acontece nos iPhones 6 e 6 Plus —, e você pode ver detalhes brilhosos nas divisões da parte de alumínio. Esses detalhes dão um aspecto bem premium para o tablet. Você sente isso ao segurá-lo. Ele é bem rígido, mas, ainda assim, consegue ser leve. A Apple realmente conseguiu uma boa relação “peso vs. estrutura”.

Na parte traseira, não há pontos onde o metal cede à pressão das suas mãos, e a textura fosca evita que o tablet fique com muitas marcas de impressões digitais. Essa escolha de construção metálica, entretanto, traz um problema que pode incomodar em alguns momentos. Jogando intensamente, o tablet esquenta em algumas partes. Como sua carcaça é de metal, mesmo que a temperatura não seja muito alta, o contato com as mãos incomoda um pouco.

Software

O iOS mudou pouco em aparência e em funcionalidade da versão 7 para a 8. Entre as novidades mais interessantes, temos a possibilidade de usar teclados de terceiros, por exemplo.

Fora isso, seria muito bom ter algumas diferenças entre o software do iPhone e do iPad, que são praticamente os mesmos atualmente. Com algumas adaptações, a Maçã poderia aproveitar melhor o tamanho da tela e tornar o sistema mais usual, com mais atalhos e mais informações na tela para evitar a rolagem desnecessária de páginas.

Quanto aos apps adicionais, a empresa manda embarcado no tablet só o básico. Apesar disso, todos esses itens são de boa qualidade, como o Safari, que está mais rápido do que nunca, graças aos 2 GB de RAM que permitem manter mais abas ativas simultaneamente.

Em nossos testes de navegação, o tablet se saiu muito bem, carregando páginas pesadas rapidamente. A experiência com a rolagem de páginas web é ainda muito suave, o que garante mais conforto para os olhos.

Além disso, é possível conseguir vários apps cotidianos muito úteis na App Store especialmente desenvolvidos para tablets. A cada lançamento de um novo iPad, a Maçã faz questão de comentar que sua loja conta com um grande leque de opções para seus tablets, o que torna o ecossistema mais atraente do que do Android, por exemplo. Essa diferença, entretanto, está cada vez menos evidente.

Vale a pena?    

A versão mais barata do iPad Air 2 no Brasil custa hoje R$ 1.871 para pagamento à vista na loja oficial da Apple. Se você quiser parcelar, ele sai por R$ 2.079. Nesse caso, você recebe um aparelho apenas com WiFi e 16 GB de armazenamento, o que consideramos pouco para um tablet.

Ainda assim, é necessário levar em conta a qualidade desse dispositivo, o seu desempenho exemplar e o bom suporte de software que a Maçã oferece. Dá pra garantir que você receberá várias atualizações nos próximos dois anos ou mais. Isso é especialmente bem-vindo no campo dos tablets, que normalmente ficam mais tempo com os donos do que os smartphones.

Outro pró é a boa autonomia da bateria quando o tablet está em espera. Mesmo em uso intenso, jogando, navegando na web e conferindo as redes sociais, você poderá ficar alguns dias sem conectá-lo a uma tomada. Ou seja, ele é realmente portátil.

O preço pode ser mais salgado que o do Galaxy Tab S de 10’’ da Samsung, por exemplo, mas é necessário ter em mente que, com o iPad Air 2, você terá uma experiência mais consistente em vários aspectos.

Avaliando dessa forma, a escolha desse dispositivo fica mais a critério do preço e do ecossistema. Se você acha muito caro, pode optar pelo iPad Mini ou, se não fizer questão de ter um aparelho iOS, talvez seja melhor comprar um produto de outra marca. Entretanto, se você não se importa em pagar o que a Apple está cobrando, sem dúvida vale a pena o investimento no iPad Air 2.

FAQ

1 - A bateria está melhor?

A duração de bateria do iPad Air 2 é basicamente a mesma do iPad Air original. A Apple até diminuiu a capacidade desse componente no novo tablet, mas algumas mudanças de software e hardware conseguiram compensar a diferença.

2 - O iPad Air 2 tem Apple SIM?

No Brasil, a Apple não fez parceria com nenhuma operadora para o lançamento dessa funcionalidade por aqui. Por isso, se você comprar um modelo com 4G, só será possível trocar de operadora usando um chip tradicional. Confira mais detalhes aqui.

3 - A tela está com menos reflexo?

Sim. É possível notar uma boa diferença na quantidade de luz refletida pela tela no novo tablet da Maçã. Mesmo quando a luz refletida é muito direta, ela não fica tão brilhosa no vidro quanto no iPad Air original.

4 - O tablet é tão frágil quanto aparenta ser, devido à sua espessura?

Como detalhamos na análise, ele realmente é bem fino, mas ainda assim consegue ser bem firme. Essa aparência de fragilidade não se reflete na prática — tanto é que a carcaça de metal é bem rígida.

5 - A eliminação de espaço entre as camadas da tela traz alguma melhora em relação à qualidade de imagem?

A Apple eliminou os espaços entre as camadas da tela (vidro, película sensitiva e display), e isso melhorou especialmente os ângulos de visão. O aspecto geral da tela ficou muito mais “real” também. Parece que aqueles elementos gráficos estão ali mesmo em vez de apenas serem reproduzidos digitalmente. Ainda assim, há uma moldura preta entre a tela e a moldura real do tablet, o que tira um pouco do apelo estético desse componente, mas não é nada grave.

6 - Vale a pena fazer o upgrade se eu já tenho um iPad antigo?

Se você tem qualquer modelo antigo do iPad que não seja o iPad Air original, o upgrade para o iPad Air 2 é realmente muito vantajoso. A diferença no poder de processamento e a relação peso e espessura são muito significativas.

Agora, se você tem o modelo anterior, o iPad Air, a diferença não é tão grande assim. O design é muito semelhante, e essa geração passada ainda consegue dar conta de praticamente tudo o que há na App Store. Basicamente, é muito investimento para “pouca diferença”.

7 - Qual a vantagem de comprar o iPad Air 2 e não o Nexus 9?

Se você pretende comprar ambos sem sair do Brasil, o iPad ganha no preço. Importar um Nexus 9 através da Amazon, por exemplo, sai muito caro, o que acaba não compensando. Ademais, o iPad Air 2 tem o suporte do ecossistema do iOS, que ainda tem mais apps de qualidade para tablets do que o Android. Fora isso, a qualidade de construção do modelo da Apple é muito superior à da HTC. Ele é menor, mais leve e mais rígido.

Ambos têm um desempenho muito similar. De resto, as comparações entre os dois não são muito relevantes para dizer se compensa comprar um ou outro. No fim das contas, vai mais do seu gosto pelos sistemas operacionais que acompanham os dois produtos.

8 - Dá para substituir um notebook pelo iPad Air 2?

Mesmo que você adquira acessórios como mouses, teclados e capas, o iPad Air 2 não será tão confortável quanto seu computador para digitar textos, por exemplo. Ele é muito rápido para abrir e rolar praticamente qualquer página, mas o tamanho da tela força você a ficar com ele sempre nas mãos para ler conteúdo da internet. Aí os acessórios ficam praticamente sem uso, já que precisam de uma mesa, por exemplo.

Ainda assim, é possível fazer com esse iPad muita coisa que um notebook faz, inclusive jogar ou acessar a web via apps de sites específicos. A questão é mais de ergonomia para ficar o tempo todo com um tablet em vez de um notebook. Uma hora você vai cansar e vai desejar um aparelho de formato mais tradicional. Mas, em questão de poder de processamento, o tablet não deixa a desejar.

9 - Ele tem processador quad-core?

Não. O iPad Air 2 tem um processador Apple A8X que possui três núcleos de 1,5 GHz. Ele é construído em 64-bit e tem um coprocessador chamado M8 para ajudar nas tarefas mais básicas. Apesar disso, ele consegue competir com tablets Android que possuem o NVIDA Tegra K1, por exemplo, ficando para trás por pouco.

10 - Dá pra notar que ele é realmente fino?

Sim. Quando você segura o aparelho na mão, esse detalhe é um dos que mais chamam a atenção. Ele é realmente fino, sendo mais grosso apenas que o Dell Venue 8 7000, que é o tablet mais fino do mundo.

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