Google Chrome não está travando Macs, afirma desenvolvedor

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No último fim de semana, o desenvolvedor Loren Brichter publicou um texto chamado Chrome is Bad (Chrome é ruim, em tradução livre), alegando que o navegador da gigante das buscas estaria comprometendo o desempenho de seu Mac.

De acordo com ele, depois de se livrar da aplicação, chamando-a de malware, tudo ficou mais rápido. Entretanto, Guilherme Rambo, do 9to5Mac, mesmo não sendo exatamente um fã da solução, questiona: seria a acusação verdadeira? A conclusão é que o Chrome não é o vilão pintado pelo colega de profissão.

O problema, indica Brichter, estaria no mecanismo de atualização automática, que, por sua vez, faria com que o processo WindowServer no macOS tivesse constantemente alto uso da CPU, mesmo em máquinas mais avançadas.

Primeiramente, segundo Rambo, é preciso entender que o serviço Keystone da Google, assim como qualquer outro tipo de aplicativo e processo de serviço executado em um Mac, se registra no sistema empregando uma lista de propriedades inicializada. Desse modo, destaca, verificar seu comportamento é mais que necessário.

Estaria o navegador 'assassinando' o desempenho de Macs?Estaria o navegador 'assassinando' o desempenho de Macs?Fonte:  Reprodução 

Guilherme descobriu que um dos processos tem um StartInterval definido para um valor de 3623 segundos. Ou seja, sua execução ocorre aproximadamente uma vez por hora. Já o segundo é iniciado apenas quando um aplicativo do Google deseja verificar as atualizações por conta própria, sob demanda.

"Estes não são serviços que continuarão em execução indefinidamente, eles só são iniciados periodicamente para verificar se há atualizações ou quando um aplicativo do Google deseja falar com eles, o que torna a alegação de que eles tornam o WindowServer mais lento ainda mais interessante", aponta.

Depois disso, aplicando engenharia reversa, Rambo percebeu que o navegador parece lidar bem com coisas como envio de relatórios de falha, havendo algum disponível, e verificação de atualizações.

"Observe que esta pesquisa básica não é de forma alguma uma confirmação de que este software não faz nada potencialmente nefasto, apenas significa que, no tempo limitado que tive para investigá-lo, não achei nada alarmante", defende Guilherme.

Diferença insignificante

Detalhando a abordagem adotada, Rambo descreve que os testes foram realizados em um MacBook Pro de 16 polegadas de 2019 com um processador Core i9 e 16 GB de RAM. Além disso, a máquina estava conectada a um monitor externo e nenhum outro aplicativo fazia coisa alguma além de tarefas básicas em segundo plano.

Para comprovar suas hipóteses, Guilherme gravou duas sessões usando instrumentos que permitem observar métricas de software, como uso de CPU ao longo do tempo, uma com o Google Chrome instalado e outra sem.

"O processo WindowServer usou cerca de 50 segundos de CPU durante a janela de teste. Sem o Chrome e seu atualizador instalado, ele usou cerca de 49 segundos. Não vejo isso como uma confirmação do problema, visto que a diferença é insignificante (muito abaixo do que causaria oscilações de desempenho visíveis)", complementa.

Testes realizados apresentaram diferenças insignificantes.Testes realizados apresentaram diferenças insignificantes.Fonte:  Reprodução 

Quanto à culpabilização da ferramenta pelo mau desempenho, acredita em três possibilidades: o efeito placebo de alguém indicar uma resolução e ela parecer funcionar, o preconceito quanto ao navegador e, a mais simples, que a reinicialização da máquina desse conta do recado, não tendo a ver com a desinstalação da aplicação.

De todo modo, Rambo recomenda: "Se você ainda acha que o Google Chrome está diminuindo o desempenho do seu Mac, vá em frente e remova-o. Recomendo o Safari", salientando sua preferência de uso.

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