China e Rússia assinam acordo para construir usina nuclear na Lua
Segundo o memorando de cooperação assinado por chineses e russos, a instalação deverá ser construída em solo lunar até 2035.

22/05/2025, às 09:00
Atualizado em 24/06/2025, às 17:36
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Fonte: Getty Images
A corrida espacial ganhou um novo capítulo esta semana com a assinatura de um memorando entre a China e a Rússia para construir uma usina nuclear na Lua. O projeto prevê que a instalação esteja pronta para funcionar até por volta de 2035, fornecendo energia para a exploração do satélite natural.
Esta iniciativa, que vem sendo discutida há algum tempo entre as duas potências, faz parte da futura Estação Internacional de Pesquisa Lunar (ILRS). Envolvendo a participação de outros países, a base possibilitará realizar diferentes tipos de pesquisas científicas no espaço.
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Como vai funcionar a ILRS?
Revelado em 2017, o projeto tem como objetivo construir uma base de exploração na Lua liderada pela China. A ideia é que ela seja instalada há 100 km de distância do polo sul lunar, estando preparada para receber missões tripuladas de menor duração e as operações autônomas de maior prazo.
- Autoridades chinesas informaram que irão convidar 50 países, 500 instituições científicas e 5.000 pesquisadores internacionais para participarem da ILRS;
- O Projeto 555, como a iniciativa ficou conhecida, quer marcar de vez a presença humana na Lua;
- Na estação, serão feitas pesquisas espaciais essenciais e testes de novas tecnologias para missões conduzidas por robôs;
- Para que tudo isso aconteça, é necessária uma fonte de energia que possibilite o trabalho constante na superfície lunar;
- Russos e chineses acreditam que a energia nuclear é uma opção mais viável e eficaz do que os painéis solares;
- Por enquanto, não há maiores detalhes a respeito da usina nuclear na Lua.
É possível que os próprios recursos disponíveis no satélite natural sejam aproveitados na instalação, como os elementos de terras raras, óxidos metálicos e hélio-3, entre outros. Este último pode, inclusive, servir como combustível para o processo de fusão nuclear, gerando energia elétrica.
- Saiba mais: O que é fissão e fusão nuclear?
A base lunar da China deve começar a ser montada em 2028, quando a missão Chang’e-8 chegar por lá transportando as primeiras peças da instalação. A aguardada viagem também poderá ficar marcada como a primeira a levar um astronauta chinês à Lua.
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Rival do programa Artemis
Essencial para a estratégia de Pequim rumo à liderança da exploração espacial, a IRLS é considerada uma iniciativa concorrente do programa Artemis. Contando com a NASA e a Agência Espacial Europeia (ESA) entre os líderes, este projeto planeja levar a humanidade de volta à Lua ainda nesta década.
Não se sabe se o cronograma original será mantido, devido a uma série de atrasos, mas o passo seguinte do Artemis é preparar as primeiras missões tripuladas a Marte. São mais de 50 países envolvidos, entre os quais o Brasil, que assinou acordo de adesão em 2021.
Já a Estação Internacional de Pesquisa Lunar confirmou, até o momento, parcerias com países como África do Sul, Egito, Cazaquistão, Paquistão, Venezuela, Sérvia e Tailândia. Vale lembrar que a China começou a realizar missões não tripuladas à Lua em 2013.
Apesar do pouco tempo na comparação com o programa espacial americano, os pesquisadores chineses realizaram alguns feitos históricos. O principal, ocorrido em junho do ano passado, foi se tornar o primeiro país a coletar rochas do lado escuro da Lua.
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