#AstroMiniBR: a misteriosa estrela 30 vezes maior que o Sol

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Imagem: NASA/JWST

Fiquei por dentro das notícias mais curiosas e fascinantes da astronomia, aqui no TecMundo! Semanalmente nós, e a equipe do #AstroMiniBR, buscamos as informações relevantes sobre o nosso universo, para compartilhar com você. Confira!

1. Uma estrela com elevados níveis de lítio

Astrônomos anunciaram a descoberta de uma estrela incomum com níveis elevados de lítio, elemento raro no universo e essencial para nossa compreensão da evolução estelar e química cósmica. Esta estrela, batizada J0524-0336 e distante cerca de 30.000 anos-luz da Terra, apresenta uma abundância de lítio dezenas de vezes maior do que o esperado para estrelas de sua idade e tipo.

Representação artística de uma estrela mais massiva que o Sol.
Representação artística de uma estrela mais massiva que o Sol. (Fonte: Getty Images)

A detecção foi realizada por meio de espectroscopia de alta precisão, que revelou as assinaturas químicas do lítio na atmosfera estelar. Este elemento, formado durante os primeiros minutos após o Big Bang, é normalmente destruído em reações nucleares nas estrelas, tornando raras as observações de níveis tão elevados em corpos celestes.

A presença de lítio em quantidades tão significativas desafia modelos teóricos da evolução estelar e da nucleossíntese primordial. Uma possibilidade é que a estrela tenha capturado material rico em lítio de um sistema planetário desintegrado, enquanto outra hipótese sugere que explosões de supernovas ou eventos de fusão de estrelas de nêutrons próximos podem ter contribuído para enriquecer sua composição.

Essa descoberta não apenas ajuda a esclarecer o ciclo de vida do lítio no cosmos, mas também abre novas portas para investigar os processos dinâmicos que moldam a composição química das estrelas e seus arredores.

2. A superfície do Sol em detalhes!

O vídeo que você vê abaixo apresenta as imagens fascinantes da superfície do Sol capturadas pelo Observatório Solar da NASA (NRO), que revelam detalhes sem precedentes das células de convecção solar.

Esse vídeo mostra uma “paisagem dinâmica” composta por padrões em constante movimento que lembram bolhas gigantescas. Cada célula de convecção, também chamada de grânulo solar, é uma região onde gases superaquecidos do interior do Sol sobem para a superfície, esfriam e descem novamente, criando um ciclo contínuo que alimenta a dinâmica solar.

As dimensões estimadas dessas células são impressionantes: cada grânulo tem cerca de 1.000 a 2.000 quilômetros de diâmetro, aproximadamente o tamanho de países como a França ou a Espanha.

Essas observações ajudam os cientistas a compreender melhor a transferência de energia no interior do Sol e como ela influencia fenômenos como ventos solares e explosões de plasma. As bordas mais escuras dos grânulos indicam onde o gás frio está descendo, enquanto as regiões centrais mais brilhantes mostram o gás quente ascendendo.

A precisão dessas imagens em alta resolução é essencial para refinar os modelos de convecção estelar, crucial não apenas para o estudo do Sol, mas também para entender a dinâmica de estrelas de diferentes tipos.

3. Uma colisão de quasares distantes!

O Telescópio Espacial James Webb (JWST) registrou a colisão mais distante e antiga já observada entre dois quasares, localizados no sistema galáctico ZS7, a 12 bilhões de anos-luz da Terra. Os quasares, que são núcleos galácticos ativos alimentados por supermassivos buracos negros, emitiram intensas radiações eletromagnéticas durante esse evento.

O sistema ZS7 observado pelo James Webb, mostrando a colisão mais distante já registrada para dois quasares.
O sistema ZS7 observado pelo James Webb, mostrando a colisão mais distante já registrada para dois quasares. (Fonte: NASA/JWST)

Um dos buracos negros envolvidos possui massa estimada em 50 milhões de vezes a do Sol, enquanto o segundo apresenta características similares, embora sua massa exata ainda não tenha sido confirmada devido à densidade do gás ao seu redor.

A colisão entre esses objetos massivos é de grande interesse para a comunidade científica, pois gera ondas gravitacionais que podem ser detectadas por futuros instrumentos, como o Laser Interferometer Space Antenna (LISA), planejado para lançamento em 2035.

O estudo dessas colisões ajuda os cientistas a entenderem como os buracos negros cresceram rapidamente no universo primordial e como influenciaram a evolução das galáxias. Além disso, a capacidade do JWST de separar espacialmente os dois buracos negros e estudar os gases quentes e ionizados ao seu redor oferece uma visão sem precedentes sobre a física complexa desses sistemas.

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