Grande e relativamente moderno, o satélite de comunicações Intelsat 33e se desintegrou de forma misteriosa em sua órbita no dia 19 de outubro, afetando usuários da Europa, África Central, Oriente Médio e Austrália. A perda até agora inexplicada acrescentou 6,6 toneladas de lixo à crescente nuvem de detritos espaciais que já polui o espaço orbital da Terra.
Lançado em agosto de 2016, o satélite projetado e fabricado pela Boeing fornecia comunicação de banda larga a partir de uma posição 35 mil km acima do Oceano Índico, enquanto percorria uma órbita geoestacionária ao redor do equador.
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Funcionando há 60 anos, como uma das maiores e mais antigas empresas de comunicações por satélite do planeta, a Intelsat divulgou um relatório no dia 20, informando que o 33e havia sofrido uma queda repentina de energia. Pouco depois, o Comando das Força Espaciais dos EUA confirmou que o satélite se partiu em pelo menos 20 pedaços.
O que aconteceu com o satélite em órbita geoestacionária da Terra?
— Peter B. de Selding (@pbdes) October 21, 2024Sudden loss of @Intelsat's IS-33e satellite forces fresh look at 2019 loss of IS-29e, also a Boeing 702MP model. Intelsat has five more in orbit. Big difference this time: @S4S_SDA has ID'd ~20 pieces of debris following IS-33e breakup. Space Force to warn other GEO operators. pic.twitter.com/VFozqI7AzB
Ainda não há nenhum tipo de relato oficial sobre o que pode ter causado a quebra do Intelsat 33e, mas esse tipo de evento já está se transformando em uma espécie de rotina na órbita da Terra. A lista inclui a destruição intencional de um satélite chinês, colisão de um satélite americano e um russo, sem contar as perdas por aumento da atividade solar.
A verdade é que o Intelsat 33e tem um histórico de problemas como uma falha em seus propulsores logo após seu lançamento. Depois, houve desalinhamento de sua altitude, queima excessiva de combustível e redução no tempo da missão. A Intelsat entrou com uma reclamação de sinistro de US$ 78 milhões. Agora, após a desintegração do satélite, a Intelsat anunciou que ele não tinha seguro.
Satélite Intelsat 33e agora é só lixo espacial
A dispersão dos fragmentos do Intelsat 33e irá acrescentar cacarecos inúteis, e perigosos, ao lixo orbital flutuante ao redor da Terra. A Agência Espacial Europeia (ESA) estima que existam hoje mais de 40 mil detritos maiores do que 10 cm na órbita terrestre e cerca de 130 milhões menores do que 1 cm.
Segundo o mais recente Relatório do Ambiente de Detritos Espaciais da ESA, a massa total de objetos espaciais de fabricação humana em órbita hoje chega a 13 mil toneladas, das quais 4,3 mil toneladas (um terço) é de detritos, em sua maioria restos de carenagens de foguetes. A maior preocupação, no caso do Intelsat 33e, é que a fragmentação produziu cacos muito pequenos para serem observados da Terra com os equipamentos atuais.
Embora uma convenção de 1972 determine que o “dono do lixo” seja o responsável por monitorá-lo ou limpá-lo, na prática, isso não acontece. A primeira multa por lixo espacial da história só foi aplicada em outubro de 2023, pela Comissão Federal de Comunicações dos EUA (FCC), à empresa de serviços de TV via satélite DISH Network.
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