Explorando o aquecimento global: um guia completo dos gases de efeito estufa
Os gases de efeito estufa não se restringem ao dióxido de carbono, mas há outros, milhares de vezes mais potentes. Conheça os principais.

17/09/2024, às 17:00
Atualizado em 16/09/2024, às 14:14
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Fonte: Getty Images
Responsáveis por aprisionar o calor na atmosfera e causar taxas recordes de aquecimento global em todo o planeta, os gases de efeito estufa são frequentemente apresentados como os grandes vilões da história. No entanto, eles são uma parte natural e essencial do sistema climático da Terra.
Sem o efeito estufa natural, a temperatura ideal para manter a Terra habitável (cerca de 15 °C) cairia para -18 °C. Porém, ao aumentar artificialmente as concentrações de alguns desses gases na atmosfera, em especial o dióxido de carbono, as atividades humanas têm potencializado o efeito estufa natural, causando um aquecimento global sem precedentes.
Veja abaixo os gases mais importantes que, adicionados à atmosfera, agravam o desafio de lidar com as mudanças climáticas.
Dióxido de carbono: o poderoso chefão
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Embora não seja o mais poderoso, não há como falar em gases de efeito estufa sem citar o seu campeão, pelo menos em quantidade de emissões: só no ano passado, as atividades humanas liberaram 37,4 bilhões de toneladas CO₂ em nossa atmosfera. As maiores fontes foram: usinas de energia, transportes e atividades industriais,
Além disso, ele é o gás de efeito estufa que mais emitimos (até enquanto escrevemos ou lemos) e também o mais significativo quando se trata de permanência na atmosfera. A parte dele que não é absorvida no ciclo de carbono (oceanos, florestas ou outros ecossistemas) pode afetar a camada protetora da Terra por séculos.
Metano: fogo na chapa
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Enquanto o CO₂ está presente na atmosfera em cerca de 419 partes por milhão (ppm), o metano está em torno de 1,9 ppm. Mas, embora 220 vezes menos concentrado, ele representa cerca de 30% do aquecimento que experimentamos atualmente, o que dá uma ideia da sua capacidade de reter calor.
De vida mais curta, ele tem uma vida útil entre 10 e 12 anos, mas nesse curto período provoca 80 vezes mais estragos em termos de aquecimento global do que o CO₂. Quem nos faz esse delivery asfixiante são: a indústria de combustíveis fósseis, a agricultura e os resíduos orgânicos e sólidos urbanos.
Óxido nitroso: está rindo de quê?
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Embora de uso restrito no Brasil, o óxido nitroso, famoso como gás hilariante, é usado em muitos consultórios odontológicos do mundo para relaxar pacientes ansiosos em tratamentos que não requeiram anestesia muito forte.
Terceiro gás de efeito estufa de longa duração, o N₂O é uma substância que esgota substancialmente o ozônio estratosférico, e representa cerca de 6% do aquecimento até o momento.
- Entenda também: Grande Evento de Oxidação da Terra demorou 200 milhões de anos
Mas não culpe os pacientes medrosos por isso. A maioria das emissões do gás, que pode reter 200 vezes mais calor que o CO₂, vem quase totalmente da agricultura. É que certos adubos à base de nitrogênio liberam o óxido nitroso, quando bactérias quebram as moléculas do produto durante a decomposição dos fertilizantes no solo.
Gases fluorados: os gigantes furtivos
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O grupo dos fluorados engloba alguns dos gases de efeito estufa mais poderosos que emitimos atualmente. Na classificação, estão incluídos os hidrofluorcarbonetos (HFCs), perfluorocarbonos (PFCs) e o hexafluoreto de enxofre (SF6).
Cada um desses gases é pelo menos 10 mil vezes mais potentes no efeito estufa do que o CO₂ (o SF6 chega a 23,5 mil vezes). Além disso, chegam a durar milênios na atmosfera. Os HFCs são refrigerantes, usados em condicionadores de ar, geladeiras e aparelhos similares, á os PFCs vêm das indústrias de alumínio e fabricação de chips de computadores, enquanto o SF6 é usado em equipamentos de energia de alta tensão.
A boa notícia é que um de seus componentes mais perigosos (porque abria buracos na camada de ozônio), os clorofluorcarbonos (CFCs) foram eliminados e substituídos pelos HFCs pelo Protocolo de Montreal, assinado em 1987.
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