A retrospectiva do século: pesquisadores analisam 66 milhões de anos do CO2

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Pesquisadores das universidades de Utah e Columbia, Estados Unidos, estão estudando a evolução das concentrações de dióxido de carbono ao longo dos milênios e seus efeitos nos eventos climáticos na Terra. Os dados preliminares da pesquisa foram publicados na revista Science.

O dióxido de carbono (CO2) é um dos principais gases responsáveis pelo efeito estufa. Ele se origina na queima de combustíveis fósseis (petróleo, carvão mineral, gás natural). Atualmente ele está na sua maior concentração na atmosfera, em uma contagem de 419 ppm (partes por milhão), representando um problema global.

O CO2 é o principal gás responsável pelo efeito estufa.O CO2 é o principal gás responsável pelo efeito estufa.Fonte:  Getty Images 

Mas como saber se essa é a primeira vez na história do planeta que isso acontece? Procurando responder a isso e traçando paralelos entre os níveis de CO2 e grandes fenômenos na Terra, os pesquisadores se reuniram no Projeto de Integração de Proxy de Dióxido de Carbono Cenozoico (CenCO2PIP), em tradução livre.

Uma retrospectiva de 66 milhões de anos!

Os pesquisadores explicam que é possível fazer uma medição direta da quantidade de dióxido de carbono disponível, em diferentes eras, através da análise de quantidades de bolhas de ar, presentes em amostras de geleiras. No entanto, esse método de estudo só nos leva até 800 mil anos atrás, pois é o limite onde o gelo "acaba".

Outro método é a análise de isótopos e materiais orgânicos encontrados em camadas inferiores. Conhecido como proxy, esse estudo é realizado de forma indireta e é menos preciso do que o primeiro.  Mas para que esses dados possuam boa estrutura, a equipe quer realizar um estudo que volte 66 milhões de anos no passado.

Um dos objetivos é compreender o papel do CO2 para evolução da biologia terrestre.Um dos objetivos é compreender o papel do CO2 para evolução da biologia terrestre.Fonte:  Getty Images 

Segundo os dados preliminares, a concentração do gás pode ter atingido 1,6 mil ppm durante o período Cenozoico e diminuindo ao longo das eras, até atingir os 270 ppm no Pleistoceno.

Com a era moderna, revolução industrial, e atualmente as novas indústrias, chegar à marca de 419 ppm significa chegar à maior concentração em 14 milhões de anos.

O passado se repete?

O estudo possui diversos objetivos, entre eles compreender como os níveis de CO2 ao longo da história do planeta pode ter influenciado na evolução dos seres vivos.

A corrida pela diminuição da pegada de carbono tem sido intensa.A corrida pela diminuição da pegada de carbono tem sido intensa.Fonte:  Getty Images 

Através do estudo do passado, eles esperam poder compreender e fazer melhores previsões sobre como pode ser nosso futuro, caso não consigamos frear as emissões de gases poluentes. Espera-se que até 2100, os níveis de dióxido de carbono atinjam marcas de 600 ppm a 1000 ppm.

Por isso, é importante ser capaz de prever o que pode acontecer com nosso planeta e criar estratégias e meios para lidar com as mudanças climáticas. Por isso, estudos como os da CenCO2PIP são essenciais.

Mantenha-se atualizado sobre os impactos das mudanças climáticas em nosso planeta aqui no TecMundo. Se desejar, aproveite para entender, o que é crédito em carbono e como o Brasil pode liderar esse mercado.



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