O que a Física descobriu em 2023?

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Imagem: Getty Images

Quando pensamos em descobertas da Física, normalmente pensamos em Isaac Newton, que viveu no século 17, ou em Albert Einstein, cujas principais contribuições para a Física se deram no começo do século passado. Entretanto, a Física (assim como todas as Ciências) é um campo do conhecimento que nunca estará completo.

É sempre possível conhecer o universo ainda mais e melhor e existem diversos aspectos da Natureza que ainda não sabemos explicar.

No ano de 2023, a Física avançou com descobertas nas áreas mais diversas. Relembre algumas delas abaixo.

Circuitos eletrônicos e tecidos vivos

Os pesquisadores de universidades na Suécia, mostraram ser possível produzir circuitos eletrônicos dentro de tecidos vivos.

Ao injetar um gel rico em enzimas em peixes, uma reação química entre a matéria orgânica dos peixes e o gel permitiu a criação de um circuito elétrico que, caso a aplicação seja expandida, pode ser de grande valor para medir e entender o funcionamento de nosso sistema nervoso e de nosso cérebro.

O primeiro raio X de um átomo

Pesquisadores americanos conseguiram produzir a primeira imagem em raio X de um único átomo. Até esse ano, a menor escala em que se conseguia obter esse tipo de imagem era de um grupo de 10 mil átomos!

(Esquerda) Imagem supramolecular em forma de anel como apenas um átomo de Fe está presente em todo o anel. (Direita) Assinatura de raios-x do átomo de Fe.(Esquerda) Imagem supramolecular em forma de anel como apenas um átomo de Fe está presente em todo o anel. (Direita) Assinatura de raios-x do átomo de Fe.Fonte:  Ars Technica 

Com o novo instrumento criado pelos cientistas, é possível identificar um único átomo e ter melhor noção espacial da posição de cada átomo dentro das moléculas que compõem a matéria. Essa descoberta pode melhorar a produção de materiais industriais diversos e ainda possibilitar a criação de novos materiais que ainda não imaginamos.

Os avanços na produção de energia limpa

Podemos também mencionar a constante evolução na produção de energia vinda da fusão nuclear. Esse tipo energia é, de maneira simples, o mesmo tipo de energia criado pelas estrelas (nosso Sol, por exemplo, nos fornece toda a energia através da fusão nuclear que ocorre em seu núcleo).

A ideia dos pesquisadores é criar um ambiente onde a reação pode ser completamente controlada e autossustentável. Esse tipo de reação produz muito mais energia do que qualquer forma que utilizamos hoje e, ainda por cima, essa seria uma fonte extremamente limpa de energia.

O clima em ebulição

Porém, cabe dizer, no encerramento do ano mais quente já registrado, que nenhuma descoberta de nenhuma área do conhecimento terá valor algum no futuro, se não houver um futuro habitável em nosso planeta. Já é um fato científico que estamos causando as mudanças climáticas que estamos vivenciando.

Apesar do esforço de algumas áreas da sociedade em negar esse acontecimento (por razões políticas diversas), o aquecimento global causado por humanos é um consenso científico! Mais de 97% dos artigos científicos publicados sobre esse tema concordam que a espécie humana é responsável pelo aumento da temperatura do planeta que causa os eventos climáticos extremos que presenciamos este ano e nos últimos.

Os efeitos das mudanças climáticas como ondas de calor, secas cada vez mais severas e chuvas devastadoras são um índice seguro, do caos que a atividade humana está causando em nosso planeta.Os efeitos das mudanças climáticas como ondas de calor, secas cada vez mais severas e chuvas devastadoras são um índice seguro, do caos que a atividade humana está causando em nosso planeta.Fonte:  Getty Images 

Nos pouquíssimos artigos que tentam negar essa realidade, são facilmente encontradas diversas falhas de método e análise. Esse pode ser só mais um texto que diz que precisamos mudar totalmente nossos hábitos de consumo para que nossa própria sobrevivência seja possível no único planeta que temos.

Entretanto, para que isso não sejam somente palavras que anunciam algo inevitável, precisamos entender quanto antes a gravidade do que está sendo dito pelos cientistas. O esforço individual como reciclagem e economia de recursos é louvável, porém muito pequeno para realmente causar uma mudança nesse cenário.

É preciso uma mudança completa em nosso modelo de existência. A sociedade atual voltada somente para o consumo nos mostrou que sua consequência é tornar o planeta em que vivemos cada vez, mais inabitável.

Por fim, é preciso que isso esteja dissociado não da política (que é impossível), mas da polarização política em que estamos inseridos para conseguirmos celebrar, em muitos mais anos por vir, os constantes avanços do conhecimento humano como motivo de esperança.

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